Em entrevista, Matheus Ferraz fala sobre motivação para retornar, lesão, perspectivas para 2020 e muito mais




Foto: Lucas Merçon/FFC



Matheus Ferraz está confirmado para a estreia tricolor no Estadual

Em entrevista concedida aos jornalistas Edgard Maciel de Sá e Paula Carvalho, do portal GloboEsporte.com, o zagueiro Matheus Ferraz falou sobre o excelente momento vivido antes da grave lesão no joelho direito, período de recuperação, família, perspectivas para 2020, motivação e muito mais. Vale ressaltar que o jogador está confirmado para a estreia do Fluminense no Campeonato Carioca, contra a Cabofriense, no próximo domingo.

Confira a entrevista na íntegra:

Está pronto para voltar a jogar após sete meses?

Sinto preparado, já estou treinando normal com o grupo. A parte física eu faço normal. Logicamente eu e o grupo tivemos poucos dias de trabalho antes da estreia. Mas estou me sentindo seguro. Aos poucos acho que vou me sentir melhor, vou evoluir, a confiança vai chegando ainda mais.

A lesão veio com uma idade avançada e logo quando você estava se destacando. Doeu mais por isso?

Doeu sim. Na minha primeira cirurgia (em 2014, no Japão, também no joelho direito), levei um baque. Como essa foi a segunda da minha carreira, eu sabia que ia recuperar. Mas doeu mais por essa questão do momento em que aconteceu. É uma das lesões que mais demora para recuperar. Quando recebi o diagnóstico do médico, eu não queria operar. Queria tentar outro método. Uma semana depois a cabeça já estava mais tranquila, mais fria. Aí comecei a focar na recuperação.

Foi um sentimento pelo momento né… Eu tinha começado um trabalho com o (Fernando) Diniz, estava em uma evolução muito grande, vivia um dos melhores momentos da minha carreira. Esse tempo parado nos deixa pensando no que poderia ter acontecido sem essa lesão. Mas agora estou, enfim, próximo do retorno.

Você chegou em 2019 para ser reserva, vinha de clube rebaixado e mesmo assim se destacou…

Quando eu cheguei, sabia que não seria titular de imediato. Tinha terminado como titular no América-MG, mas vim focado em conquistar uma oportunidade. Eu não pensava que seria tão rápido. No primeiro jogo eu já entrei quando o Digão machucou. Ai quando ele voltou o Ibañez saiu. Ali eu já tava ganhando confiança, jogando direto. O processo foi rápido, mas vim com foco de buscar uma chance. Fazer o que fiz em clubes menores, ter regularidade. Foi mais rápido do que eu esperava.

Agora você está voltando de lesão e precisa jogar. Nino está na Seleção Olímpica, Digão acabou de se reapresentar após a renovação de contrato… A chance surge novamente.

As oportunidades elas vêm quando a gente menos espera. O elenco na parte defensiva ainda não tem todos os zagueiros por algumas questões. E isso faz com que eu possa ter a oportunidade de jogar logo no começo do Carioca.

Quando cheguei ano passado, falei que ia me preparar para buscar uma oportunidade. É o mesmo pensamento agora. Tenho me preparado para buscar minha melhora, confiança e segurança. Estou ansioso, mas confiante de que esse ano promete bastante”.

O que espera do ano (pessoal e Fluminense)?

Eu espero um ano totalmente diferente do ano passado. Acho que a diretoria tem conseguido formar um bom elenco até agora. Logicamente, precisamos fortalecer ainda mais. Bons jogadores têm chegado, jogadores que vão ajudar em todos os aspectos: técnica, liderança… Acho que nosso grupo está se fortalecendo. Tem um comandante muito experiente, que trabalha muito intensamente. Já demonstrou que quer alcançar títulos no Fluminense, mas com muito trabalho. Acho que o Fluminense tem tudo para fazer um grande ano e conquistar títulos, que é o que marca a nossa carreira e o clube.

Mesmo machucado, sempre ficou próximo ao grupo – principalmente na reta final. A gente viu na FluTV você participando de algumas preleções… Você também acha que tem esse papel, por ser mais experiente? Ser um líder, um cara para passar um incentivo?

Com o tempo, a gente vai adquirindo certa experiência, vai aprendendo na nossa carreira, o que o futebol mostra, o que o futebol nos ensina no momento de vitória e no momento de derrota, no momento de decepção… Eu tenho aprendido muito. Então, eu posso passar algo para a minha equipe em todos os sentidos daquilo que eu vivi.

Ano passado, eu pude, de uma certa forma, ajudar na parte da liderança, quando eu não podia ajudar. E eu me sentia bem. E eu me sentia bem porque eu queria fazer algo para poder ajudar. Como eu disse, estava vivendo um bom momento jogando, mas, mesmo fora, eu queria poder fazer algo para ajudar’.

Com a minha experiência, com o que eu vivi, com tudo aquilo que a nossa equipe estava vivendo, eu pude passar algo para eles, para que eles pudessem ter também um certo foco daquilo que eles queriam. Vencer, ultrapassar as dificuldades.

Como foi a recuperação, os momentos mais difíceis…

É difícil falar assim. A gente fica triste no momento. Quando saí do carro, eu estava bastante triste, quase emocionado. Oportunidade que estava surgindo de um ano maravilhoso, mas o desgaste também de recuperação é duro. A gente chega mais cedo e sai mais tarde. Dor… No começo, até você ganhar a flexão (do movimento), ganhar a hiperextensão. Esse processo de dor, de você não aguentar mais ficar na academia, mas você precisa ter foco, disposição de querer melhorar. Eu sempre tive a cabeça muito focada naquilo que eu tomo como objetivo. Tento não desviar de forma alguma. Passei por todas as dores, dificuldades, todo aquele momento chato. Sempre tive a cabeça erguida e fé em Deus que a recuperação ia ser boa.

Qual a importância da família nesse processo?

É grande. Eu chegava em casa, via as minhas filhas sempre com um sorriso no rosto. Às vezes, a gente chega meio cansado, meio derrubado, e as crianças te animam na hora. Minha esposa também, todo tempo do lado, me dando força, me motivando a buscar a boa recuperação. Com certeza, elas fazem parte grande da minha recuperação.

A torcida do Fluminense quer saber se o Maldini tricolor voltou. Você não esconde que é uma referência para você, né?!

(Risos) Com certeza, toda vez que me perguntam de zagueiro, eu digo que o Maldini é uma grande referência para minha carreira, de quando eu comecei. Ele era um grande zagueiro, um zagueiro diferente. Se você falar hoje, pra muitos comentaristas, vão dizer que é um dos melhores do mundo e da época. Teve o apelido, veio…

Eu digo assim, é difícil se comparar a ele, e eu fico feliz deles (torcedores) me compararem, da torcida me comparar assim. Mas eu não chego nem perto do que ele foi’.

O cabelo é de propósito?

Na verdade, o cabelo sempre foi assim. A faixinha também não por causa dele também. Foi mais para segurar o cabelo, e acabou ficando meio parecido, mas acho que eu sou mais bonito do que ele (risos).

O que a torcida pode esperar para 2020, de você, do seu retorno?

Galera do Fluminense, queria dizer para vocês que eu estou muito motivado para fazer um grande ano, poder ajudar muito o Fluminense neste ano. Dizer que o grupo que está sendo formado é um grupo de guerreiros, um grupo que está sendo preparado para alcançar grandes objetivos. Que vocês possam continuar firme na nossa torcida, nos apoiando até o fim, porque esse ano promete muitas coisas boas para nós, beleza? Tamo junto!

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Por Explosão Tricolor / Fonte: GloboEsporte.com

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