Em programa de TV, Mário Bittencourt comenta sobre divergências entre clubes em relação à criação da liga




Mário Bittencourt (FOTO: LUCAS MERÇON/FLUMINENSE F.C.)



Presidente do Fluminense se manifestou sobre o impasse acerca da criação da Liga de Clubes

As discussões sobre a criação de uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro geraram um racha entre os clubes das Séries A e B. Nove times (Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Red Bull Bragantino, Cruzeiro, Vasco da Gama e Ponte Preta) se adiantaram e criaram a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). No entanto, o modelo de divisão das receitas de TV não agradou a maioria das equipes, o que provocou um grande impasse.

Em entrevista concedida ao programa Seleção SporTV, o presidente Mário Bittencourt comentou sobre as divergências acerca da criação da liga. Vale lembrar que o Fluminense integra o grupo de 23 clubes dissidentes. Confira abaixo as respostas do mandatário tricolor:

– O grupo que era chamado dos seis e hoje são nove, fez um modelo e constituição de uma liga por uma empresa contratada por eles. Essa mesma empresa, a Codajas, trouxe possibilidade de trazer um investidor ao Brasil. Todos, inclusive o Fluminense, assinaram a carta para trazer o investidor. Não se falava em divisão de cotas, nada, só em trazer um investidor estrangeiro. A carta de exclusividade expirou no fim do ano, o investidor não chegou. Depois, os clubes falaram sobre a possibilidade de seguir. Nada contra a empresa. Agora em 2022, as discussões aceleraram sobre a questão da montagem da liga. Esse grupo entendeu ter a assessoria da empresa para montar um projeto de liga. O anexo coloca esse grupo maior em quantidade de clubes (do qual o Fluminense faz parte) que discorda. É uma discussão técnica. Um grupo quer que seja mais justo de divisão, que critérios devem ser diferentes. Gostaríamos de discutir esses critérios antes de criar liga. Eles entenderam diferente, assinaram um documento. Mas não existe liga assim com nove. Tem que ter os 40. Esse grupo de cá está trabalhando tecnicamente para montar uma proposta que considera mais justa.
– Eles fazem uma proposta que já existe hoje (40% (igualitário), 30% (performance), 30% (engajamento)). Não falam no aporte do investidor na liga. Isso terá de ser discutido depois se vier o investidor. Ainda não há o investidor. Lá na frente, não sabemos quanto o investidor trará. O que está em discussão agora, é que apresentaram um modelo de divisões de receita de TV futuro que já existe hoje e já criou um abismo financeiro gigante entre os clubes. Salvo engano saiu um estudo ontem ou anteontem da Ernest & Young que mostra que a diferença só sobe nos últimos anos. Num campeonato de pontos corridos, sempre o time que tem mais dinheiro, normalmente performa melhor. O critério de divisão igualitária, acreditamos que seja 50% o mais justo. Hoje já é 40%-30%-30%. No anexo deles, o que colocam como engajamento, nós discutimos algumas coisas. Falam em redes sociais. As próprias pesquisas de torcida. Às vezes tem torcidas que têm seis, sete vezes o tamanho da do Fluminense em tamanho, mas que não vendem isso a mais de camisas e não colocam isso a mais em estádios. Só queremos que nossa proposta também seja ouvida. Estamos discutindo tecnicamente para que haja discussão. Os clubes têm de debater. Esse 30% tem cinco critérios de engajamento que eles pré-definiram e nós (os outros clubes) discordamos de pelo menos dois. Discutimos que seja 50% igualitário e que sentemos à mesa para discutir a questão do engajamento. E se fala em seguir o modelo de futebol europeu. Por que não permitir igual ao modelo europeu que o clube que mais ganha não receba mais que 3,5 vezes a mais que o último? Vamos estudar uma divisão com proposta mais sólida para ser discutida.
– Não existe um racha. Só existe racha se existir algo consolidado. Se tiverem dois grupos, aí vai caminhar para dois grupos vendendo pacotes de TV em separado. Não temos um grupo assinado. O Fluminense faz parte de um grupo de ideias. Se estiver como está agora, pensando que no grupo daqui tenha 11 da Série A e o de lá nove. Cada um desses 11 com 19 em casa, levando em consideração a Lei do Mandante. Ouvimos de empresas que os jogos deles, com menos representantes e maiores torcidas, que poderá ser mais atrativo para a TV aberta. O nosso para a TV fechada, pois terá mais jogos a serem exibidos. A nossa reunião também contará com duas empresas que podem levar propostas importantes. Não é algo que criaremos da nossa cabeça. Uma (empresa) já trabalhou com a La Liga espanhola e a outra é especialista em venda de direitos. Nosso torcedor, não só do Fluminense, pode estar se perguntando: E se no final todos forem para a proposta deles? Não vai evoluir em nada, mas não muda. Pois a proposta deles é o que já existe.

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Por Explosão Tricolor

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