Em texto, Carlos Eduardo Mansur destaca comprometimento do Fluminense com a busca da vitória em qualquer campo




Nathan (Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense F.C.)



Através do seu blog no portal ge, o jornalista Carlos Eduardo Mansur publicou um texto sobre o empate entre São Paulo e Fluminense no Morumbi. Confira na íntegra:

Das áreas técnicas ao campo, São Paulo e Fluminense fizeram o grande jogo do domingo

“No domingo em que o Atlético-MG se tornou, ao menos até o Palmeiras jogar, o novo líder do Campeonato Brasileiro sem sequer passar perto de fazer uma boa exibição, o grande espetáculo aconteceu no Morumbi. São Paulo e Fluminense ofereceram um encontro entre times corajosos, entre treinadores dispostos a intervir e travar uma batalha estratégica, mas sem ofuscar grandes individualidades em campo.

É fato que, na busca por caminhos para impor seu jogo e anular virtudes rivais, Rogério Ceni vive um momento de mais escassez do que Diniz, tantos são os seus desfalques. Ainda assim, o São Paulo teve bons momentos, em especial na parte final da primeira etapa. O jogo teve fases bem demarcadas, e o mais notável é que cada um dos times, no momento em que predominou na partida, o fez bem à sa forma, impondo suas ideias.

Foram 20 minutos de domínio de um Fluminense absolutamente reconhecível. Agrupava homens pelo lado direito, onde Arias iniciava aberto e encontrava Ganso, Martinelli, André e via Matheus Martins partir do setor esquerdo do ataque e atravessar o campo para buscar infiltrações no setor mais povoado do campo. O time trocava passes curtos e o São Paulo demorava a encontrar seus habituais encaixes de marcação. Sofria ainda mais numa lateral em que tinha Reinaldo lesionado, Wellington poupado e o jovem Patryck escalado.

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Mas este Fluminense, que gosta da bola e de ocupar o campo adversário, foi capaz de abrir o marcador numa recuperação seguida de um ataque rápido. Foi um grande lance de André, talvez neste momento o melhor volante em atividade no Brasil, posto que tem no palmeirense Danilo seu grande concorrente.

Aos poucos, Ceni conseguiu reordenar sua marcação e fazer o São Paulo ser muito agressivo para tentar explorar uma dificuldade do Fluminense: a perda da bola seguida pela inversão de jogo para o lado do campo que, naturalmente, fica menos povoado. Além disso, o setor esquerdo do tricolor carioca é um pouco mais frágil, tanto pela característica de Caio Paulista quando pela função ofensiva que executa. O treinador do São Paulo fez outra intervenção, com a entrada de Wellington na vaga de Patryck, ainda com 29 minutos de jogo.

É raro ver o Fluminense com tanta dificuldade para sair de trás quanto na segunda metade do primeiro tempo do Morumbi. Talles era excelente no bloqueio aos volantes tricolores, Wellington fortaleceu o setor esquerdo e formava uma dupla com Patrick, exigindo de Arias muitas funções defensivas para auxiliar Samuel Xavier. Do outro lado, Caio Paulista e Manoel sofriam quando o São Paulo tentava infiltrar pela direita. Antes do intervalo, os donos da casa já haviam virado o jogo, com o segundo gol construído numa penetração de Talles para receber um passe colocado justamente entre Caio e Manoel.

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Era hora de nova intervenção dos treinadores. A primeira foi de Diniz, quase invertendo o eixo do jogo. Arias passou a jogar pela esquerda e este começou a ser o lado onde o Fluminense se agrupava para construir. Ao colocar Nathan no lugar de Matheus Martins, a primeira impressão era de que perderia profundidade, capacidade de infiltração. Mas ganhou outro homem para dialogar com Ganso e Arias, trocar passes curtos. Rogério Ceni, que se vira obrigado a reforçar o setor esquerdo no primeiro tempo, desta vez teve que fortalecer o lado direito: lançou Igor Vinícius e tirou Éder – também trocou Luciano por Calleri.

Ocorre que, a esta altura, embora pesasse o jogo na esquerda, o Fluminense conseguia alternar mais os corredores. Numa jogada iniciada pelo lado e finalizada pela meia direita, aconteceu o escanteio e o gol de empate de Manoel. O 2 a 2 era justo e, diga-se, ocorreu um minuto antes de Ceni colocar Igor Vinícius para se adequar às mexidas do tricolor carioca.

Talvez a exigência física do jogo com o Palmeiras tenha pesado, assim como as peças disponíveis. O fato é que o São Paulo já não gerava tanto volume e o Fluminense teve 67% da bola na segunda etapa. Finalizou 10 vezes contra duas dos donos da casa. Sinal de um time comprometido com a busca da vitória em qualquer campo. Do outro lado, Ceni também é um treinador de ideias ofensivas, mas neste momento se vê de asas cortadas. Ainda assim, competiu bem. O melhor jogo de domingo aconteceu no Morumbi”.

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Por Explosão Tricolor

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