Evidências






Buenas, tricolada! Não adianta, jamais poderemos lutar contra as evidências. Criam-se subterfúgios a respeito de um tema, nascem expectativas diferentes, mascara-se o contexto, mas, no final, sempre prevalece aquilo que representa o óbvio!
Furacão e Flu já remonta um confronto historicamente complicado, seja em território tricolor ou rubro-negro. Dos anos 80 pra cá, então, nem se fala. Depois que os caras inventaram o futebol sobre um tapete, ficou ainda mais difícil batê-los na Arena da Baixada!
Aí, o Fernando Diniz – e/ou o Márcio Araújo, conhecedor de tais obstáculos por ter sido treinador dos Athlético há pouco tempo, sabedor da rapidez que o time paranaense impõe sob os seus domínios, catedrático em lidar com as dificuldades de gramados sintéticos, mudou a estrutura vencedora da equipe. Vínhamos atuando num convincente 4-3-3, com variações pro 4-1-2-3, jogando de igual pra igual, batendo de frente contra quaisquer adversários, mesmo nas derrotas, e ele “inventou” um quadrado e previsível 4-4-2!
Pior: escalou Aírton, um volante pesadão, vindo do estaleiro, destemperado e adepto de descer o sarrafo, como primeiro homem de contenção. Ou seja, o estrategista nato comprometeu o nosso sistema defensivo e “matou” a boa saída de bola. Sim, porque o Allan se viu perdido como segundo cabeça de área e não repetiu as últimas boas performances. Numa boa, ainda não entendi as mexidas.
Oras, as evidências decretavam antes mesmo do começo da peleja, lá no Sul, um desastre. A alteração tática aliada à má escalação pressupunham uma bela porrada! Não deu trave! Não precisávamos ser Pitonisas ou videntes! Sorte é que o time do Paraná tirou o pé depois dos 2×0.
Sei que a Fisiologia tem scouts e tecnologias que detectam e apontam algumas prioridades, entretanto, há momentos e momentos para adotarem-se decisões. Daqui a pouco o futebol tupiniquim entrará em recesso por causa da Copa América. Os jogadores terão uma bem-vinda intertemporada e, portanto, tempo suficiente para reporem energia, curarem-se de contusões, descansarem e prepararem-se mais adequadamente para o seguimento do certame.
Não pretendo discutir aqui as opções de pouparem A ou B, mas a nossa posição na tabela do Brasileirão começa a assustar alguns tricolores. Está no começo? Tá, legal, mas o tempo urge… Quando olharmos pra tás, pode ser tarde!
Guardo aqui nas minhas anotações diversas opções mais convincentes para o Diniz formatar uma equipe sem Gilberto, Ganso, Luciano e Pedro, e enfrentar o Athlético de forma mais encorpada e decisiva. Mas vou deixar o amigo leitor elocubrar sobre tais possibilidades. Não sou o técnico do FFC e nem o dono da verdade, então, que cada um jogue as sua fichas e aposte alto!
Três a zero pros malandros foi barato, pois tivemos uma atuação muito abaixo da nossa média. A bem da verdade, o Athlético Paranaense pisou no freio, o Rodolfo praticou pelo menos umas três defesaças, estávamos cagados de urubu – Ferraz e Yony sentiram e ainda não sabemos o tamanho do prejuízo para o duelo contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil -, e o Fluminense incomodou pouquíssimo a meta do goleiro Santos.
Inúmeras considerações devem ser colocadas sobre o embate: a zaga esteve irreconhecível! Assistimos a dois gols dos caras, na primeira etapa, praticamente idênticos. Falha de posicionamento, cochilo de Nino e Ferraz, cruzamentos da esquerda e duas testadas indefensáveis pro Rodolfo.
Aliás, o segundo tento dos paranaenses teve origem lá no nosso ataque. O Caio Henrique, livre na esquerda, cruzou uma bola no umbigo do zagueiro “inimigo”, que deu sequência à jogada até que a redonda chegasse nos pés do lateral Márcio Azevedo. Resultado: o tal do cruzamento “achou” a cabeça do “anão” de 1,67m, Rony, e saco!
Os laterais foram burocráticos, tiveram dificuldades defensivas, pouco apoiaram, e o Ígor Julião deve estar procurando o Rony até agora! O oponente matou o jogo no primeiro período exatamente ali pelo setor direito da nossa cozinha!
Não tivemos meio-campo! Aírton foi sofrível. O camarada, que já tinha recebido um cartão amarelo bobo, errou na saída de jogo, adiantou a pelota e deu um carrinho criminoso no Bruno Guimarães. Foi bem expulso e nos fez um favor. Estava difícil acompanhar as suas merdas sucessivas no gramado.
O Allan, esteve longe do jogador virtuoso das últimas apresentações, além de ter sido mal escalado. Uma pena, porque ele é o termômetro dessa meiúca!
O Léo Artur está sumido até agora! Ainda estou procurando o cumpadi! Cheguei a duvidar que ele estivesse em campo, mesmo. E o Guilherme, que o substituiu no intervalo, saiu de campo, após a sua participação em 45 min., da mesmíssima maneira que entrou: limpinho! Num confronto onde o casquilho do tapete, regado de muita água pelos administradores do estádio, enlameou até a camisa do juiz, o cabra, de branco, partir cheiroso pros vestiários é inadmissível! Podem até dizer que ele foi melhor do que o Léo Artur, mas creio que até eu seria!
Os pobres atacantes não viram a cor da bola! Jotapê e o gringo, sem munição do meio para colocá-los no jogo, foram heróis anônimos. Correram, esforçaram-se, mas o dia era do preto e vermelho – e de malfeitorias do Fluminense. Na escalação, no banco e nas quatro linhas! O menino Brenner entrou com vontade, roubou uma bola e bateu pro gol, expôs-se etc, mas a sua capacidade não pode ser avaliada por 10 min. em campo. Requer mais chances e observações.
Rodolfo e Daniel salvaram-se do naufrágio, a meu ver. O primeiro evitou uma goleada ainda mais acachapante, e o segundo ao menos se apresentou pro jogo, tentou, meteu boas bolas, não se escondeu, mesmo tendo errado uma ou outra jogada. Arrebentaram? Não! Mas perto dos demais, foram gênios! Muito pouco para uma equipe e um treinador que vêm sendo cantados em verso e prosa pela crítica!
O curioso é que o Flu melhorou com 10 em campo. Lógico, devemos reiterar que o adversário economizou pernas na segunda etapa!
Acho que a expulsão do Aírton foi uma bênção! O segundo tempo foi menos sofrível, e o terceiro gol dos camaradas, já no final, foi um golpe do acaso – e da má colocação do Yuri, que é volante e foi improvisado na zaga desde a saída do Matheus Ferraz. Ah, ele já atuou por ali, diriam os puristas. É, mas não é a sua posição, responderia eu. Não devemos impor culpas ao jogador, ele até não comprometeu, mas improvisar um atleta tendo um outro da posição no banco me soa esquisito. Pois é, o Mascarenhas vem sofrendo o mesmo “boicote”.
Agora vêm aí o Cruzeiro, pela Copa do Brasil, e Fla e a Chape, fora de casa, pelo Campeonato Nacional! Duelos dificílimos e sem prognósticos. Pelas próprias características dos confrontos e pelo fato de não sabermos qual Fluminense entrará em campo: o das partidas contra Grêmio (segundo tempo), Cruzeiro (no Brasileirão) e Atlético Nacional (no Maraca) ou o das pelejas diante do Luverdense, Santa Cruz (no Arrudão) e do Athlético Paranaense. Ademais, há a preocupação com os desfalques. Vamos aguardar.
É maravilhoso ser um tricolor visceral, galera, mas às vezes cansa. Especialmente nos últimos cinco anos! Espero que estas eleições que se aproximam tragam novas auras, novas atmosferas e novos rumos para o nosso Fluzão. Essa gangorra de resultados e atuações não nos faz bem à alma, ao coração e às emoções. Estamos sendo postos à prova, só pode. A cada quarta-feira, a cada domingo, reforçamos o nosso sentimento de amor eterno ao clube das três cores que traduzem tradição, mas a gente tem que cortar um dobrado, né não?
Até a próxima!
Saudações eternamente tricolores!
Ricardo Timon