Ex-Fluminense, brasileiro aprende hino da Tailândia e vira ídolo local




Juliano, cria de Xerém, que atuou no Fluminense em 2006, está de bem com a vida na Tailândia. Quando deixou o Paraná para se aventurar no futebol da Tailândia, o jogador estava pensando na parte financeira. O clube paranaense sofria com problemas econômicos e ele resolveu se arriscar no Chomburi. Mal sabia ele que, sete meses, estaria apaixonado pelo país asiático:

– Eu ia para os jogos e via todo mundo cantando. Eu me sentia um pouco peixe fora d’água. Aí, como estava querendo aprender um pouco tailandês, comecei pelo hino. Eu vinha cantando nos jogos para ir aperfeiçoando a pronúncia. Foi quando alguém filmou e colocou no Youtube. O vídeo rodou pela Tailândia toda. Saiu em todos os jornais. Todo mundo me elogiando, dizendo que me admiravam muito por isso. As pessoas adoraram minha atitude e falaram que me respeitavam muito por isso. O único “problema” agora é que sou o centro das atenções durante o hino (risos). A câmera do jogo fica toda em cima de mim durante o hino – contou o jogador ao GloboEsporte.com.

Aos 29 anos, Juliano está bem adaptado à Tailândia. Virou ídolo do Chomburi já no ano passado, quando marcou cinco gols na liga local e ajudou a equipe a conquistar o vice-campeonato e a vaga na Liga dos Campeões da Ásia. Fora de campo, ele também encontrou algo que não esperava.

– Chegando aqui fui surpreendido pela qualidade de vida e a organização do campeonato. Foi muito mais do que eu esperava. Todos os times pagam em dia. É o grande diferencial (em relação ao Brasil) com certeza absoluta. Aqui você só se preocupa em jogar – disse o meia.

Juliano chegou a ser campeão mundial sub-17 pelo Brasil em 2003. Depois de deixar o Fluminense, passou por Juventude, Náutico, Bahia e Nacional de Portugal, entre outros. Seu contrato se encerra em dezembro, mas ele não pensa em voltar. Quer aproveitar mais o tempo na Tailândia e o carinho dos fãs.

– Eu já cheguei jogando. Logo de cara, a paixão do torcedor foi o que mais me marcou. Eu estreei fazendo gol, então foi aquele choque quando vi todo mundo me esperando pra tirar foto. Perdendo ou ganhando eles estão te aplaudindo porque sabe que você deu o seu melhor. Isso é uma coisa que faz você querer sempre melhorar pra poder retribuir. Eles são muito apaixonados pelos jogadores.

Juliano não pensa em se naturalizar:

– Na verdade aqui nunca se naturalizou ninguém. Acho que é proibido. Se não me engano você só tem direito morando seis anos, falando fluente e escrevendo tailandês. O que fica praticamente impossível você conseguir.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Felipe Schmidt / GloboEsporte.com