Faltou malandragem, caráter e muito mais




Faltou malandragem, caráter e muito mais (por Lindinor Larangeira)

“Treinar pra que?” A frase de um dos mais notáveis centroavantes da história do futebol brasileiro e mundial, o baixinho Romário, é bastante pertinente ao atual momento do Fluminense. O time principal é poupado em uma competição internacional, talvez a mais acessível de ser conquistada neste ano, e não se vê nenhuma evolução no futebol da equipe.

Ao insistir em um ineficaz 4-3-3 e não tentar algo diferente, Renato apenas avaliza a herança maldita de Mano Menezes: um time frágil defensivamente. Sem criatividade no meio de campo e poder de definição no ataque.

De mudança mesmo, apenas o anímico. Futebol que é bom, o time não jogou nesta temporada. O Fluminense não teve qualquer atuação consistente em 2025.

Se dentro das quatro linhas o responsável é Renato Portaluppi, ao que parece, a trágica temporada passada nada ensinou aos dirigentes tricolores.

Está cada vez mais claro o pensamento tacanho do atual mandatário do clube. Mário, qual é a prioridade de 2025? Ganhar títulos não deve ser. A meta seria apenas ter um Brasileirão sem sustos? Para isso, faltam 33 pontos em 30 rodadas. Ou seja, mesmo com um “planejamento” com muitos equívocos, e um trabalho bastante questionável da comissão técnica até agora, a situação é bem mais confortável do que a de 2024.

Mais do que o cálculo para a permanência da série A, se a tarefa dada a Renato for a mesma entregue a Mano, e a meta for realmente essa, o cálculo é muito mais político do que esportivo. Diante de uma oposição tão opaca quanto o futebol atual do Fluminense, ter uma temporada de meio de tabela já garantiria a sucessão.

Sobre mais uma atuação pífia do time, não faltou apenas “malandragem”, como disse o treinador, ou “um pouco de caráter”, como declarou o capitão, para no dia seguinte botar panos quentes, trocando a palavra por “vontade”.

Tanto Renato Gaúcho, quanto Thiago Silva estão certos: faltou malandragem, um pouco de caráter e vontade. Mas muito mais do que isso: faltou organização, coragem e vontade de vencer. O time continua um bando nesse famigerado 4-3-3.

Minha paciência com o péssimo Everaldo e com a Avenida Samuel Xavier se esgotou. O centroavante não consegue fazer o nosso sistema defensivo respirar. Não retém a bola, não faz um pivô e tem sido de uma inutilidade absurda na bola aérea, seja ofensiva ou defensiva.

Já o lateral, tem sido o principal caminho para os adversários balançarem as nossas redes. Ontem, falhou em dois gols. É um defensor que marca com os olhos.

Dentro do pacote de contratações, a maior decepção até o momento tem sido Hércules. O jogador, segunda negociação mais cara da história do clube, parece ter deixado o bom futebol em Fortaleza. Em contrapartida, tem demonstrado um irritante descompromisso quando está em campo.

Comprometimento não falta à contratação mais cara. Canobbio é um jogador que se entrega ao extremo. Porém, tem que ser utilizado de uma maneira que contribua melhor com a equipe. Cabe ao treinador, e não ao esforçado uruguaio, fazer os acertos nesse posicionamento.

Renato Augusto é um ex-jogador. Não um ex-jogador em atividade, mas um ex-jogador. Desde que chegou ao Fluminense, atuou bem em apenas 25 minutos, na partida contra a LDU. E pior do que o treinador o colocar em campo, é colocá-lo como falso 9…

A derrota é mais uma que vai para a conta de Renato Gaúcho. Depois de abrir o marcador, o time recuou de maneira inexplicável, abdicando de, ao menos, tentar matar o jogo nos contra-ataques. E a vitória contra o razoável Galo era mais do que possível.

Mas com esse futebol sintético, no final, o castigo veio em outra falha defensiva. Erros que têm sido uma constante na era Renato Menezes. Ou seria Mano Gaúcho?

PS1: O quinto lugar desse time, que joga um futebol chinfrim, é uma prova da mediocridade do futebol brasileiro.

PS2: Talvez o time caia para o sexto lugar, já que o horroroso time do Santos, não consegue ser favorito, mesmo jogando em casa, contra o organizado Ceará.

PS3: Quarta-feira é dia de cair na real e priorizar a competição mais viável deste ano.

PS4: Será que mais um defunto será ressuscitado no Brasileirão, Renato?

PS5: Janela de junho: lateral-direito, primeiro volante, meia criativo e centroavante. Não precisa dar dois treinos para enxergar o óbvio.

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