Festa, acertos, erros e zona de conforto






(por Vinicius Toledo)

É inegável que o ano de 2023 foi o maior da história do Fluminense. A conquista da Libertadores é algo para ser comemorado pela eternidade, porém, a vida tem que seguir, pois um clube como o nosso tem que correr sempre atrás de novas conquistas.

A despedida do Fluminense no Brasileirão não foi legal. Até imagino que o time tenha entrado com o “freio de mão puxado”, mas algumas situações ficaram bem escancaradas para o Mundial de Clubes da FIFA e, principalmente, para a próxima temporada.

O lado esquerdo da defesa, por exemplo, é algo que amedronta. Colocar o Marcelo na lateral é uma tragédia anunciada. Até o Rossi, do Vasco, deitou e rolou em cima dele. Contra o Grêmio, ele foi uma avenida mais uma vez. Honestamente, não sei o que é pior: o Marcelo se sujeitar a isso ou a insistência do Diniz.

O Felipe Melo faz um esforço enorme para conseguir jogar quarenta e cinco minutos. Reconheço a  importância moral dele, mas projetando a próxima temporada, não há como não ficar preocupado com a questão do custo benefício. Vale lembrar que por mais que o Fluminense tenha embolsado milhões em premiações, o clube ainda segue com limitações financeiras. Sendo assim, cada escolha na hora de contratar ou renovar necessita de uma avaliação mais aprofundada em todos os sentidos.

Não há como não mencionar o Paulo Henrique Ganso. Mais uma atuação recheada de lentidão e toques para os lados.

Confio no trabalho do Fernando Diniz. Ele tem erros? Sim, mas os acertos são maiores. Por falar em acerto, quero deixar registrado que, na minha opinião, o presidente Mário Bittencourt teve o maior acerto da história do Fluminense: ter bancado o retorno do Diniz no final de abril de 2022. Isso foi o ponto de partida para a conquista da Libertadores deste ano. No entanto, o título continental não significa que tudo esteja maravilhoso e que, consequentemente, as cobranças não existirão mais. Zona de conforto em qualquer tipo de negócio é algo perigosíssimo, no futebol então… o ano de 2013 é um grande exemplo.

É natural que a torcida esteja empolgada após a conquista da Libertadores. Quem não está? Eu sigo curtindo muito e zoando diariamente os rivais, porém, não posso esquecer o meu lado racional. A opção de comprar o Lelê, por exemplo, é algo pra lá de questionável. Uma prorrogação de empréstimo com a justificativa de dar uma segunda chance ao jogador, inclusive, com a realização de uma pré-temporada, eu até entenderia, mas desembolsar R$ 4 milhões? E outra: se vai comprá-lo, por qual motivo ele ficou fora da lista de inscritos do Mundial ou será que a pergunta correta seria: “Como é que o clube comprará um jogador, que sequer foi escolhido para estar na lista de 23 jogadores para a disputa do Mundial”?

De qualquer forma, o trabalho da gestão até aqui pode ser considerado como bom. É claro que o título da Libertadores tem um peso enorme. Confesso que gostaria de saber maiores detalhes sobre as finanças, pois o clube não publicou os balancetes trimestrais, mas é como alguns por aí dizem: “Isso é um assunto chato, o negócio é bola na rede adversária…” A questão da transparência é algo que ainda deixa a desejar.

Agora é focar na disputa do Mundial de Clubes. Será bastante difícil, mas espero que o Diniz monte o Fluminense da melhor forma possível.

Por hoje é só.

Forte abraço e ST