Fred até que tentou

Geralmente o título é a última coisa que escrevo, mas não tinha como ser outro desta vez. Fred à parte, mais um resultado decepcionante do Fluminense, dessa vez contra o São Paulo no Maracanã. Eles são os líderes, é verdade, porém, nem por isso o 2 a 1 é menos doído, menos desanimador. Ao menos, esse tem sido um padrão.

Chegamos para a partida com algumas mudanças. A principal delas foi, sem dúvidas, a ausência de Nenê. Sendo assim, tínhamos Wellington Silva, Marcos Paulo e Michel Araújo para construir. Ou melhor, inverte tudo: Marcos na esquerda, Araújo no meio e Wellington na direita. Atrás deles, a dupla de volantes que não conseguiu ser tão efetiva. No comando de ataque, Fred correu, marcou e… não recebeu bola de ninguém durante os 90 minutos. A defesa foi a ideal dentro das possibilidades.

Logo no primeiro minuto, o Fluminense me enganou. Em boa jogada inicial, o camisa 9 deu belo passe em profundidade para Wellington Silva, que cruzou para ninguém. Na sobra, o uruguaio bateu mal. Aos poucos, a pressão inicial do Tricolor foi ficando para trás. E foi tão rápido que, aos 14’, já levávamos aquele gol de praxe: bola cruzada na área, Matheus Ferraz corre numa esteira, Danilo Barcelos olha e Brenner marca. Na origem da jogada, Wellington tentou puxar o contra-ataque, porém, como não tinha ninguém ao seu redor, deu a bola para os adversários.

Em nenhum momento do primeiro tempo o time das Laranjeiras passou a impressão de que conseguiria empatar, sequer virar. Como gosta de sair jogando desde a defesa, o São Paulo percorria todo o campo, perdia a bola e recompunha enquanto o Fred girava no próprio eixo esperando alguém. Nesse ritmo, o tempo foi passando e o único momento mais ou menos animador foi quando o Yuri levou um amarelo e eu pensei que tinha sido suspenso para o próximo jogo. Entretanto, não foi.

O Tricolor não voltou muito diferente do intervalo. Para falar a verdade, voltou igual, sem alterações apesar do resultado. A diferença é que Michel Araújo já tinha apagado. Na próxima partida vou focar nele para ver se ele não desaparece. Acho que a nossa queda de rendimento passa muito pelos pés do uruguaio.

Assim como na etapa inicial, começamos dando um susto. Depois de falta cobrada por Barcelos, Ferraz desviou por cima. Aos 5’, anotei que o Fluminense já não conseguia nem sair para o contra-ataque. Na verdade, não conseguia desde o apito inicial. Bom, se atacar era difícil e contra-atacar impossível, só restava apostar em Fred. Após saída de bola mal feita — esse era o jogo para pressionarmos lá em cima, mas não fizemos —, o camisa 9 não traiu o narrador e “pegou bem” demais. Indefensável para o goleiro do time paulista. O fôlego da equipe foi renovado durou muito pouco.

Aos 24’, o São Paulo faria o segundo após Marcos Felipe bater roupa, mas o gol foi duplamente anulado. Três minutos depois, a rede balançou para valer. No primeiro chute, o goleiro fez belíssima defesa; no segundo, nem os três goleiros conseguiram parar o artilheiro são-paulino. Só restava ao Tricolor apostar suas poucas fichas restantes em um lance de qualidade de Fred. Aos 40’, ele veio em forma de um passe à la Deco, porém, Caio Paulista não é Fred. Depois disso, o Fluminense fez uma pressão mais na base do abafa, e que não resultou em nada além de um chute torto de Miguel, que entrou no segundo tempo.

Antes, fazíamos três jogos ruins em sequência. Agora, além disso, os resultados têm sido ruins também. Marcão ainda não conseguiu empolgar, seja contra o líder, contra um time modesto, do qual já viramos fregueses, ou contra um dos piores times no campeonato. Quando nosso treinador foi anunciado, escrevi que só avaliaria a partir de janeiro. Pelo visto, no sábado (1º) a avaliação não será boa. No momento, só o que resta é secar os times que jogam amanhã, porque se depender da gente…

Curtinhas

– Danilo Barcelos não conseguiu ser aquele jogador dos primeiros jogos com a camisa do Fluminense mais uma vez. Na verdade, ele nunca foi.

– Miguel voltou a entrar antes dos 44’ do segundo tempo após quase um turno de fora.

– Mais 10 dias de treinamento. Vamos ver se agora vai!

– Beccacecce fora do Racing. Nem vale a pena gastar tempo pensando no nome.

Saudações Tricolores, galera!

Carlos Vinícius Magalhães