A bola não entra por acaso




Felippe Cardoso (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Mais uma derrota do Fluminense sob o comando técnico do Marcão, que ganhou apenas um de nove pontos disputados desde que assumiu o time. Contra o São Paulo, já era de conhecimento público que a missão não seria nada fácil. Sob o comando do Fernando Diniz, a equipe do Morumbi pratica o melhor do país. Essa é a pura verdade. A liderança do Campeonato Brasileiro não é à toa. Na verdade, é competência mesmo. Impressiona ver o time paulista atacando em bloco e vários jogadores se posicionarem de forma correta para finalizar.

No Maracanã, o São Paulo ditou o ritmo no primeiro tempo. Primeiramente, impôs uma boa marcação alta. E isso dificultou bastante a vida do Fluminense, que nas poucas vezes que encontrou espaços para sair acabou não aproveitando, em especial, pelos lados de campo.

Porém, o Wellington Silva cometeu um erro que não é perdoado nem em pelada de final de semana. Jogada bizarra, que fez com que o São Paulo desse o bote certeiro e só saísse do campo do Fluminense após balançar a rede adversária. Sendo bem justo, Matheus Ferraz poderia ter tentado cortar o cruzamento, Danilo Barcelos cochilou feio e Marcos Felipe poderia ter tido uma leitura melhor da jogada e, consequentemente, atitude para tentar cortar. Paciência…

Após o intervalo, o Fluminense voltou com a mesma desorganização coletiva, mas com atitude. Se tem algo que não dá para reclamar é de falta vontade, mas…

Pois é, o problema é sempre esse “mas”. O Fluminense empatou o jogo com um golaço do Fred, que teve uma grande atuação. Além do belo gol, o veterano camisa nove exerceu muito bem a função de pivô, porém, o problema é que os companheiros não souberam aproveitar.

Em alguns momentos, cheguei a acreditar que a vitória era possível mesmo com o Michel Araújo e Wellington Silva carregando a bola como se tivessem numa pelada do pátio da escola primária. O mais revoltante é não ter ninguém da comissão técnica para acabar com isso. Isso é fazer futebol de forma profissional?

Através de mais um conjunto de falhas individuais do Fluminense, o São Paulo acabou se dando bem. O gol foi uma espécie de tiro de misericórdia. O Fluminense lutou até o fim, mas a derrota por 2 a 1 já estava bem encaminhada. Ou seja, o estrago já estava feito.

Em termos de luta por vaga na próxima edição da Taça Libertadores da América, o resultado foi um desastre. Porém, é sempre bom ressaltar que a dupla Mário Bittencourt e Paulo Angioni não montou uma estrutura para brigar pelas primeira colocações do Brasileirão. Nem mesmo a boa campanha na primeira metade do campeonato foi capaz de encorajar a diretoria a correr atrás de reforços pontuais para a reta final da competição.

Falta grana? Sim, mas a vida é feita de escolhas. E o Fluminense escolheu gastar o pouco que tem com Egídio, Hudson, Ganso, Nenê, Lucca, Caio Paulista, Felippe Cardoso, etc… Como bem diz o ex-diretor executivo do Barcelona, Ferran Soriano, “a bola não entra por acaso“. Sendo assim, o Tricolor das Laranjeiras está colhendo o que plantou.

Na verdade, os 39 pontos conquistados sob o comando do Odair Hellmann deixaram a diretoria numa posição muito cômoda, ou seja, meio que em ritmo de final de festa e com a sensação de que a meta já está cumprida. Talvez isso explique a convicção de deixar o Marcão até o final do Campeonato Brasileiro.

Enquanto isso, o Fluminense segue sangrando, mas há quem bata palmas para isso e ainda use sua influência para proteger os verdadeiros culpados, inverter valores, distorcer fatos, ou seja, enganar o torcedor tricolor…

Curtinhas:

– A mensagem deixada pelo Marcos Paulo através de sua atuação foi bem clara…

– Miguel entrou logo após o segundo gol do São Paulo, ou seja, no fogo.

– Xerém só em último caso, ou seja, quando há surto de Covid-19, elevado número de lesionados e suspensos, etc…

Forte abraço e ST!

Vinicius Toledo