Fred infinito




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Fred infinito

Sem essa de acharem que o Flu é sempre mais relevante do que quaisquer outras alternativas de existência, ok? A entrevista do Fred junto ao menino tricolor, que venceu o câncer e uma meningite, Gabriel Varandas, de 13 anos, no Esporte Espetacular do último domingo, extrapola as quatro linhas e os vestiários, e vai além da nossa íntima e perene maneira de enxergar a vida. É algo etéreo, astral, interestelar, celestial, divino, sei lá, sem que recorramos ao fanatismo religioso ou às próprias religiões, em seus conceitos, lideranças e aceitações. Não há ser humano que não se comova vendo tal reportagem. Chorei igual a um bebê com dor de ouvido!

Fred, como atleta do Fluminense Football Club, dispensa comentários! É o segundo maior artilheiro da nossa história, esteve presente nas maiores conquistas recentes e que agraciaram as Laranjeiras. Guerreou contra o sistema em favor do clube, bateu de frente com o mundo para honrar as três cores que traduzem tradição. E, cá pra nós, ele jogou pra caceta por onde passou. Oras, por isso tudo, é evidente que foi abraçado pela maioria dos torcedores, especialmente nas horas mais duras, como naquela sacanagem que o Brasil fez a ele, depois da Copa do Mundo aqui em nosso território!

Ainda assim, nós mesmos o chamamos de mercenário, de interesseiro, de aproveitador. Mas o cara jamais esquivou-se de dar a outra face ante às porradas que lhes eram desferidas, muitas vezes desnecessárias e de forma muito injusta. Fred merece uma estátua, ao lado de Assis e Washington, lá em Álvaro Chaves! Não somente pelo jogador que foi, defendendo o Fluminense, mas pelo homem que, em diversas oportunidades, carregou 6 milhões de tricolores no colo e segurou a pemba de uma cambada de caciques políticos fanfarrões escondidos pelos nossos muros!

E outra: o seu temperamento sanguíneo fez estremecer algumas estruturas seculares do futebol brasileiro – especialmente o carioca, mesmerizados pela rotina escrota que domina os gabinetes de CBF, FERJ etc há décadas! Melhor alguém com uma aura intempestiva, mas centrada, defendendo os nossos interesses, do que os Scarpas da vida, bons moços, tocadores de violão, diáconos de igrejas, mas que apunhalam a imagem do seu seio máter pelas costas! Pronto, eu disse! Agora já era!

Essa atitude com o jovem guerreirinho Gabriel, acometido pelas vicissitudes que a vida lhe impôs, já lhe garantiu uma cadeira cativa ao lado do Criador, eu não tenho dúvidas. Em plena Toca da Raposa, em BH, terreiro totalmente azulado pelo Cruzeiro, mesmo sendo marretado pela galera celeste (com razão… se fosse com a gente estaríamos putos!), constantemente o malandro vem demonstrando amor, carinho, apreço, consideração e saudades dos sete anos de Fluzão, época em que o Rio, outrora de Romário, Túlio e Renato Portaluppi, passou a ser seu – e somente seu!

Ele prometeu ao menos mais um jogo com o nosso manto, em homenagem ao Gabriel, mas nós, tricolores, queremos vê-lo defendendo as nossas cores por mais tempo. A gente merece! Você merece, Don Fredón! O seu sorriso é o nosso sorriso! A sua lágrima também será a nossa lágrima! O seu lugar é na rua Álvaro Chaves, 41, ou no CT Pedro Antônio, locais de onde você jamais deveria ter saído – ou ter sido expulso.

Que Papai do Céu ilumine pra sempre a vida do pequeno Gabriel!

Ricardo Timon