Grande final do Mundial de clubes, hein?!






GRANDE FINAL DO MUNDIAL DE CLUBES, HEIN?!

Buenas, tricolada! Que êxtase a gente poder acompanhar essa finalíssima de Mundial de Clubes no Japão, não é mesmo? Grande clássico entre Fluminense e Real Madrid, duas máquinas de jogar futebol, e um espetáculo para ser lembrado por dez gerações!
No primeiro confronto, fizemos um belo 2×0, e neste segundo, os caras devolveram o placar. A decisão foi pros pênaltis. E deu Fluzão!
Conquistamos o Planeta Bola, saímos do ostracismo, estamos realocados no nosso devido patamar histórico, demos aulas e nós táticos num dos maiores e mais vencedores clubes da estratosfera… Ops! Chega de devaneios, porra!
Copa do Brasil 2019, Fluminense e Santa Cruz, Santa Cruz e Fluminense! Jogo de volta, o Arrudão tomado pelas cores da Cobra Coral… E um futebol paupérrimo praticado pelo time da Primeirona do Brasileirão! Enfrentamos uma equipe da Série C, caceta, e mal vimos a cor da bola!
Desperdiçamos chances porque os malandros são limitados tecnicamente. Ponto! Mal chegávamos aos 5 min. de confronto e o Fluminense já havia perdido 4 ou 5 saídas de jogo, lá da defesa, por erros bisonhos e pela pressão (quase) desarticulada do Santinha!
Noite pra esquecer, e um primeiro tempo tenebroso. Aí chega a segunda etapa, e quando achávamos que o Tricolor Carioca voltaria diferente, o quadro manteve-se pintado pelos mesmíssimos artistas mambembes e da mesmíssima maneira: pressão adversária na nossa saída de jogo, roubadas de bolas, erros de passes fáceis em profusão na nossa meiúca, más escolhas dos contra-ataques e dos últimos passes, finalizações absurdas e uma certa soberba. Pensaram eles: “oras, somos da Série A e o gol sairá a qualquer instante”! Ao menos esta era a impressão, em eventuais ações dos nossos jogadores!
Tivemos uma semana de treinamentos, havia tempo de sobra para estudar a melhor fórmula de anular a valente (e apenas esforçada) equipe dos caras, mas ficamos devendo demais – e de novo. Complexo de Robin Hood dos infernos. Eu, hein!
Passamos para as oitavas de final, e agora as pendengas serão mais cascudas! Vêm aí os grandes do futebol tupiniquim, galera. O bicho vai pegar. A propósito, numa boa, tínhamos a obrigação de ganhar do Santa Cruz, e não apenas nos classificar de um modo sofrido e micado! Com todo respeito ao profissional, ao homem e ao pai de família, o craque dos caras é o Pipico! Por isto, mais do que mico, estivemos prestes a pagar um King Kong, se fôssemos derrotados nos penais. O fato foi impedido por causa de um improvável herói, de nome Rodolfo!
A classificação nos valeu 2,5 milhas muito bem-vindas diante da agonia financeira em que nos vemos inseridos. Seria uma tragédia perder a vaga para os nordestinos também por esta razão. Então, bola pra frente e fé em dias melhores, nesta competição que distribui prêmios milionários e dá vaga na Libertadores do ano seguinte.
Quanto aos jogadores e à nossa atuação coletiva, não serei menos específicos nos comentários, como de costume, e farei alguns parênteses pertinentes, sob a minha ótica.
Alvíssaras a Rodolfo, que salvou a pátria na decisão por pênaltis, independentemente de os adversários terem-nos cobrado mal. Além disso, fez duas grandes defesas no decorrer do jogo. E olhem que, a meu ver, o primeiro gol do Santa era defensável. Houve ali uma meia-falha do nosso goleirão, pois a bola passou entre os seus braços.
Gilberto fez de razoável para boa partida. Apresentou-se no fundo, finalizou bem em duas oportunidades, de fora da área, marcou como podia, já que o Diniz o escalou de ala, mas perdeu um pênalti. Isso poderia comprometer a sua atuação – e a nossa classificação. Caio Henrique não vem repetindo, nos quatro últimos duelos, a performance de outrora. Põe o malandro pro meio, Diniz, please!
Nino foi apenas razoável, desta feita, mas o Ferraz, pra variar, um monstro. Corroborando com o meu parceiro Fábio Bonfa, o Maldini das Laranjeiras é o nosso zagueiro mais técnico desde… desde… desde… Sei lá, nem lembro o último deles!
Bruno Silva transbordou o meu copo d’água de impaciência! Eu vinha fazendo-lhe reverências, apostando em sua volta por cima, mas chega! Ele não disse ao que veio, ainda. Nesta peleja, então, o volante fez apenas número em campo. Hora de esquentar um banquinho.
Allan tem que ser titular! Foi soberano e fez o nosso jogo rodar, especialmente no primeiro período, e o Aírton esteve muito aquém de suas últimas apresentações. Entregou dois pepinos lá atrás que poderiam ter custado caro!
Yony apenas correu – como sempre. Luciano tentou ser criativo e talvez de seus pés tenham saído as jogadas mais lúcidas, mas perdeu um gol inacreditável, no começo da partida, e no segundo tempo andou tropeçando na bola. Everaldo definitivamente esteve com a cabeça em Sampa – ou emocionado por enfrentar o seu clube de coração, na infância. Hora de o Diniz sacá-lo. O atacante não demonstra mais a mesma virtuose de um tempinho atrás – e ao que tudo indica vai sair mesmo. Temos opções no banco: Ewandro, Pedro (Gonzales passando para o lado esquerdo), Jotapê, Marcos Paulo… Vamos usar mais o elenco, Fernando Diniz?
Coletivamente, o FFC deste jogo me fez recordar bastante do Fluminense de Marcelo Oliveira: improdutivo, estéril, infantil, perdido e irritante! Se o nosso treinador leva 10 atletas para a reserva, por que não os utiliza? Por que não mexe taticamente na equipe? Já era para ter voltado para o segundo tempo com, pelo menos, uma alteração: Pedro, ou Ewandro, ou Léo Artur, tanto fazia, no lugar de Aírton – ou Bruno. O que não poderia era perdurar a mesmice daquele primeiro período, repleto de desafogos e penúria – e nem a manutenção de três volantes contra o poderoso Santa Cruz!
Léo Artur e Pedro entraram no final, depois dos gols adversários. O primeiro é recém chegado, portanto, precisa de mais observação; e o segundo ainda está readquirindo ritmo.
Apenas como ilustração, qualquer time põe mais torcida do que o Flu nos seus estádios. A ponto de o potente Kayke, ele mesmo, hoje no Goiás, ir para a mídia decretar a falência dos tricolores, e apontar o enorme Tricolor das Laranjeiras como o clube que põe somente 10 mil pessoas nas arenas – e em clássicos, tá?! Chega de desculpinhas esfarrapadas, por favor. O fraquinho Santa Cruz, da Terceirona, foi buscar um resultado praticamente impossível nos 90 min. por conta dos gritos apaixonados da sua massa!
Ao término do duelo no tempo normal, eu estava muuuuuito puto e convicto de que tínhamos realizado a nossa pior atuação neste 2019. Fiquei nervoso com os pênaltis, mas a minha revolta era maior do que a tensão – pra mim, nervosismo em penalidades é normal, já que me agito nestes tipos de decisões até mesmo no PES, do Play Station! Via-me também desesperançoso de passar de fase, já que o nosso fator psicológico abalou-se com os 2×0 contra. E lembrava das nossas recorrentes e frustradas disputas de penalidades no decorrer da história. Isto é, mal deglutia a derrota inesperada e a perda de necessários dois milhões e pouco para os nossos cofres. A tragédia era a minha companheira, naquele momento.
Menos mal, pois seguiremos adiante na Copa do Brasil. Mas a revisão de conceitos do Diniz é primordial. Aliás, já tem a data vencida. Não há porque insistir com algumas teimosias, como o Caio de lateral. O Aírton e o Bruno, quando estiverem mal, têm que ser sacados, e não preservados – ou mesmo barrados por Allan e pelo próprio Caio Henrique. Tem gente no elenco pedindo passagem, como os meninos recém promovidos, que pouco são utilizados.

O técnico não tem culpa das derrocadas se fulano e beltrano desperdiçam chances claras de gols, mas a responsabilidade é sua quando estes caras são mantidos em campo. Você vê o caldo entornando e somente age depois do desespero? E aqueles textos que dediquei a você, elegendo-o como o novo menestrel do futebol brasileiro? Como o exemplo para o Brasil trilhar novos rumos no Planeta Bola? Resumindo: Diniz, não sabote o seu trabalho. Você está se transformando em inimigo de si mesmo.

Finalizando, meu povo, se o Fluminense do Brasileirão for apenas um arremedo deste que atuou no Nordeste, nesta quinta-feira, apenas um tiquinho melhor , mesmo que seja mais eficiente nas ocasiões de gol, eu temo pelo futuro. E temo também pelo emprego do Fernando Diniz.
Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon