Jogo horroroso




Everaldo ( FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)

Em jogo horroroso, Fluminense traz um ponto do Chile (por Lindinor Larangeira)

Parecia até uma partida das rodadas iniciais do falido Campeonato Carioca. Um jogo horroroso. Dos piores do ano. De bom, apenas o golaço de Nonato, que garantiu um ponto e a liderança isolada do grupo na Copa Sul Americana.

O resultado mais justo, se é que existe justiça no futebol, seria o placar em branco. O Fluminense não mereceu a vitória porque nunca teve a ambição de ganhar. O Unión Española, pela absoluta incompetência.

Com algumas exceções, as atuações individuais do time alternativo foram abaixo da crítica. O único reserva que aproveitou bem a oportunidade, sendo um dos destaques, foi o goleiro Vitor Eudes, com, pelo menos, duas ótimas defesas, salvando o time do vexame.

Bernal, dos 11 escalados, é o único com condições de ser titular. Mesmo sem ser brilhante, fez um jogo discreto e seguro nos dois tempos.

Nonato, mal na primeira etapa, melhorou quando passou a atuar mais adiantado. Lezcano foi o jogador mais apagado do meio-campo. O moleque já mostrou que tem qualidades e a torcida tem que ter mais paciência com ele.

Keno talvez tenha feito sua pior partida no Fluminense. Errou tudo e apenas se preocupou em discutir com o árbitro. Everaldo não demonstrou ainda ser um bom reserva para Cano. E Serna continua a parecer uma opção de segundo tempo.

Os garotos não comprometeram nas estreias. Vagno teve mais trabalho do que Julio Fidélis. Manoel foi discreto e seguro, diferente de Thiago Santos, que, novamente entregou o ouro ao bandido. Sobre esse jogador, só espero que não seja uma versão 2025 de um certo Ygor.

A boa novidade, para mim, foi a entrada de Wesley Natã, que provou ter futebol e personalidade. Lavega também entrou bem. Paulo Baya foi Paulo Baya e o garoto Gustavo Cintra teve pouco tempo em campo, jogando fora de posição.

Coletivamente, o time não existiu. Foi um bando. Porém, o que mais me incomodou foi a atitude passiva da equipe, lembrando bastante o segundo tempo do jogo contra o Vitória, de apenas fazer o tempo passar. Um time desentrosado e desinteressado, que pareceu ter treinado apenas no avião.

Mudando de assunto, a decisão de poupar o grupo principal, em minha opinião foi correta. O que me pareceu um erro, mais uma falha de comunicação, foi por que não informaram, a tempo e hora, ao torcedor, que o técnico ficaria no Rio para dar uma semana de treinos para a equipe? Amadorismo ou falta de transparência? Talvez as duas coisas, já que o fato ocasionou uma polêmica, tão evitável quanto inútil.

Indo além dessa polêmica, uma outra foi posta na agenda: a Sul Americana é prioridade ou não?
Essa pergunta tem dividido os torcedores. Minha opinião é sim. Trata-se de um torneio internacional, que garante vaga para a Libertadores e a Recopa, além de visibilidade continental.

Se o calendário é desgastante e irracional e o elenco é curto e desequilibrado, o papo deixa de ser no campo/bola, passando a ser com os dirigentes.

A primeira questão, a unanimidade na recondução de Ednaldo à presidência da CBF pareceu ser uma concordância tácita com o calendário. Não só dos cartolas tricolores, mas de toda a cartolagem brasileira.

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Em relação ao elenco, não precisa “dar dois treinos” para perceber quais são as lacunas. Renato está correndo para recuperar o tempo perdido. Um trimestre inteiro, pela equivocada renovação com Mano Menezes. Deve pedir reforços quando conhecer melhor o elenco.

O longo, difícil e desgastante Brasileirão, verdadeiro rali de regularidade. As copas e o Super Mundial, não são desafios simples. As decisões devem ser assertivas e corretas, como foi correta a de poupar o time na quarta-feira.

O empate, como bem disse o parceiro Vinicius Toledo, “faz parte do jogo”. Aliás, um jogo horroroso. Que venha o Botafogo em crise, o que sempre me deixa preocupado, quando se trata de Fluminense contra times em crise…

PS1: No Unión Española, Ariel Uribe me agradou. Cabe observar melhor esse jogador.

PS2: Mesmo com um time alternativo, com um pouco mais de organização, compactação e vontade, dava para trazer os três pontos.