Luiz Henrique elege sucessor no Fluminense e mira seleção; veja a entrevista na íntegra




Luiz Henrique (Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense F.C.)



As pernas longas e os dribles desconcertantes não deixam dúvida: Luiz Henrique está em campo. Mas o dançarino de 21 anos do Fluminense viverá a sua última dança em breve. Mais especificamente no domingo, diante do Botafogo, às 16h (de Brasília), no Nilton Santos, onde encerrá uma bonita passagem que começou quando tinha apenas 11 anos. De lá para cá, o atacante colecionou gols, elogios e uma venda de 13 milhões de euros (R$ 70 milhões na cotação atual) para o Real Betis-ESP, que defenderá a partir de 1º de julho.

Luiz Henrique é uma joia de Xerém que viveu cenários diferentes das que surgiram nos últimos anos. Mesmo no período financeiro de vacas magras do clube, conquistou título. Apesar de ter surgido em 2020, tem mais de 100 jogos como profissional — completará 120 diante do Botafogo. Viveu muitos pontos altos, a ponto de ser chamado para treinar com a seleção brasileira principal, e baixos, onde não poupa elogios ao técnico Fernando Diniz tê-lo resgatado. Ao jornal ‘O GLOBO’, elegeu Matheus Martins como seu sucessor e admite sonhar com a Copa do Mundo de 2026. Confira a entrevista na íntegra:

O GLOBO: Como está o coração para a despedida?

Luiz Henrique: Estou bem tranquilo, mas com a cabeça cheia para esse último jogo. Tenho tentado não pensar tanto na despedida, quero apenas me divertir. Depois que eu for embora, deixo para lamentar e pensar nas coisas (risos). Mas se for para pensar em uma despedida perfeita, que seja fazendo gol e ajudando a equipe.

Você já está ciente sobre a fase atual do Real Betis? O que conhece sobre o time?

Vou pesquisar mais quando acabar o contrato. Mas sei que eles conquistaram a Copa do Rei nesta temporada. Sei que o time é bastante bom, bem qualificado, que joga para frente e isso pode favorecer o meu jogo. Gosto desse estilo deles de velocidade e boas finalizações. Acho que vou poder ajudar bastante quando chegar. Quando soube que fui vendido, foi uma sensação muito boa. Todo jogador quer atuar na Europa. Ainda mais novo como eu. Isso é fruto do meu trabalho.

Você se casou recentemente, então como fica a situação? A sua esposa vai contigo para a Espanha?

Ela vai, sim, mas nos primeiros meses vão só eu e meu empresário. Tenho que fazer a pré-temporada com o Bétis, então ele vai comigo para ajudar a preparar tudo. Já está quase tudo resolvido, casa e tudo mais, mas ela vai depois. Vamos ficar juntos lá.

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Qual momento você elege como o melhor no Fluminense?

Está sendo o atual, sem dúvidas. Estou marcando gols, conseguindo ajudar o Fluminense. Esse finalzinho está sendo ótimo. Para mim, o jogo mais marcante foi o do meu primeiro gol pelo profissional (diante do Ceará, em 2020), mas aquele contra o Junior Barranquilla (na Sul-Americana de 2022) também tem um espaço especial. Foi um momento onde eu estava em baixa e consegui dar a volta por cima.

Então acredito que esse gol diante do Ceará seja o seu favorito…

Sim, sem dúvidas. Também tem o contra o Olimpia (na Libertadores de 2022), onde deixei dois caras no chão e fiz o gol rindo. É o gol mais bonito da carreira até aqui. Então também trato como especial.

Na Europa, os objetivos mudam um pouco. Pensa em seleção brasileira? Em Copa do Mundo?

Penso, claro. E acredito que posso estar, sim [na lista de convocados após a Copa do Mundo de 2022]. isso só depende de mim, como o Tite sempre fala. Para isso, tenho que continuar sendo um menino que jogava feliz e leve na escolinha. É o meu estilo. Não quero saber quem está no outro time, penso só em mim. Lá na Europa, quero manter essa convicção. Então, sim, sonho e quero estar na Copa do Mundo de 2026.

Tem inspirações para alcançar esse objetivo?

O Raphinha, do Leeds, que está agora na seleção brasileira. De ídolo, o Cristiano Ronaldo.

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Quais características você acha que vão te ajudar na Europa?

Jogo de velocidade, de drible e de bom passe. Acho que posso acrescentar bastante com isso. Também penso que a Europa vai me ajudar a ter mais tranquilidade quando estiver de frente para o gol. São coisas que posso melhorar.

Você chegou com 11 anos no Fluminense. O que você aprendeu com cada treinador?

Aprendi com todos, mas quem mais me desenvolveu mais foi o Fernando Diniz. Ele é um cara que levanta todos os jogadores, me ajudou muito quando estava vivendo a má fase. Ele me colocou lá em cima e sempre diz que nenhum brasileiro que está jogando agora é igual a mim. Isso me deu muita moral quando eu estava mal.

Quem do clube você vai levar para a vida?

Levo os moleques da base. André, Calegari e Martinelli me ajudaram muito e apoiaram muito. Ficaram bastante felizes quando souberam da minha venda. Também ajudaram na relação com a torcida. Tenho uma relação muito boa com a arquibancada porque eles sempre me apoiaram. Mesmo quando estavam me criticando era para eu melhorar. Então levo sempre coisas boas.

Vai assistir ao Fluminense da Espanha?

Vou ver algum plano de televisão que eu possa ver o Fluminense. É o clube que sempre me apoiou e sempre deu tudo para mim.

Seu sucessor será o Matheus Martins?

Pode ser, sim. Só depende dele. Do que ele quer da vida dele. Ele tem força e bastante finalização. Tem tudo para ser o meu substituto.

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Por Explosão Tricolor

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