Mário Bittencourt confirma venda de Luiz Henrique para o Betis, da Espanha






Atacante deixará o Fluminense no meio do ano

Em entrevista coletiva concedida na tarde deste domingo (13), o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, confirmou a venda do atacante Luiz Henrique, de 21 anos, para o Real Betis, da Espanha. Segundo o mandatário, o Tricolor firmou um pré-acordo com o clube espanhol em fevereiro. O jogador deixará o clube das Laranjeiras no meio do ano.

– O fato de estarmos fazendo um excelente início de temporada, termos conseguido montar um bom time para esse ano, não significa que não sigamos em reconstrução financeira e reconstrução do clube como um todo. Nesses quase três anos o clube precisa passar por um momento de reconstrução, com medidas impopulares, para que possa seguir em frente em razão de tudo que encontramos quando chegamos e que interfere no nosso dia a dia. Além disso temos o seguinte cenário no início de ano: depois da saída da empresa de televisão que patrocinava o campeonato carioca em 2020, nós ainda tivemos uma receita em 2021 pela rescisão do contrato, mas em 2022 essa receita zerou. Então, nos primeiros quatro meses do ano, a gente não tem receita nenhuma de televisão. E as receitas do Campeonato Brasileiro só se iniciam em maio.
– Quando chegamos aqui em 2019, 100% dessas receitas de televisão estavam comprometidas com empréstimos por administrações anteriores, e hoje ainda temos 50% comprometidos. Portanto, com todo esse cenário de falta de recursos no início do ano, de recursos comprometidos e de dívidas de curto prazo que colocam nossa sobrevivência em risco, exemplo: esse ano ainda temos que pagar R$ 17 milhões de dívidas internacionais, de compras como Sornoza e Orejuela. A falta desse pagamento pode gerar o impedimento de transferências e a perda de pontos. Além disso temos as parcelas do Profut, que viemos pagando, e vamos entrar no regime de centralizações de execuções, que a gente obteve tanto na Justiça do trabalho quanto na cível, onde os pagamentos começam em abril.
– Mais ou menos 40% das nossas receitas é de venda de jogadores. Em 2020 dei uma entrevista em que fui bastante criticado, disse que a solução de momento, não daquele ano, mas da reconstrução do clube, é ter no mínimo 30% de jogadores da base no profissional, fazer com que performem e ao mesmo tempo sejam ativos que temos que vender para não precisar pegar empréstimos. Foi graças a essas vendas nesses dois anos que a gente conseguiu pagar uma grande quantidade de dívida, aumentar o fluxo de caixa para investir mais no futebol e ano a ano ir crescendo. Todo esse cenário fez com que abríssemos a negociação ainda em janeiro. Portanto, nada ocorreu após o jogo de quarta-feira. A negociação vinha sendo feita, e o clube vinha resistindo, fazendo contrapropostas, e acreditando que as outras duas operações (Nino e Gabriel Teixeira) iriam se concluir e não aconteceu.
– A venda de jogador faz parte do planejamento. A melhor janela é sempre a de meio de ano, mas precisávamos fazer uma ou duas vendas no final de ano para suprir algo que não é responsabilidade do Fluminense: a rescisão do contrato de televisão do campeonato estadual. Está previsto no nosso orçamento de R$ 90 a R$ 100 milhões de reais em vendas de nossos jogadores para sobreviver. Em nenhum momento o fato de ter montado time mais competitivo eu vim dizer que o Fluminense se livrou das dívidas. Todas as receitas que a gente recebe, cotas de TV, patrocínio, bilheterias… Elas são usadas para custeio do clube como um todo, Xerém, viagens, logísticas… Para jogar contra o Olimpia agora por exemplo, entre voo fretado, hotel e tudo mais, vai nos custar mais de R$ 2 milhões.
– Esse cenário vem caminhando desde sempre, e a gente vem conseguindo equilibrar os pratos para fazer esse trinômio: manter a estabilidade, pagar dívidas e melhorar o time de futebol. O Fluminense fatura em média entre R$ 250 e R$ 270 milhões por ano, custa operacionalmente algo entre R$ 190 e R$ 200, então sobram R$ 70 milhões? Não porque as dívidas comem mais que isso. Por isso as vendas são importantes justamente porque dentro desses R$ 270 milhões existem vendas de jogadores. Se não vendêssemos, faturaríamos R$ 180 milhões e empataríamos o custo de operação, aí não teria dinheiro para suportar o pagamento de todas as dívidas, isso iria colapsar o clube.
– Esse processo de reconstrução do clube falei no inicio que duraria nove ou 10 anos, mas que com o trabalho que estamos fazendo reduziu para mais ou menos quatro a cinco anos à frente vamos conseguir colocar absolutamente tudo nos trilhos. Poderíamos esperar até o meio do ano? Acredito que ele sairia do mesmo jeito, porque as propostas iriam chegar no meio do ano, mas infelizmente em razão desse cenário financeiramente não conseguiríamos esperar. O atleta está ciente de tudo, o tempo inteiro, isso não alterou a performance dele. Ele também tem o sonho de jogar lá, as propostas salariais são estratosféricas para um menino dessa idade.
– Quando a gente chegou aqui em 2019 ele não tinha subido junto com a geração dele. O Odair e nosso diretor executivo o viram na Copinha e pediram para que viesse para o profissional. Temos a felicidade de termos transformado ele em um grande atleta. Obviamente vai ficar uma tristeza enorme se ele partir, mas precisamos às vezes tomar medidas que desagradam a muitos, inclusive pessoas da minha família, amigos… Mas eu preciso lutar sempre pela perenidade da instituição.
– Nenhum de nós fica feliz em no meio do ano ter a saída de um atleta que temos um carinho enorme, que é um grande jogador e tem nos ajudado bastante, mas viemos demonstrando ao longo da nossa gestão, por isso peço um voto de confiança, que viemos conseguindo repor as saídas e a cada ano temos performance melhor em campo.

O Fluminense negociou 85% dos direitos econômicos de Luiz Henrique por 13 milhões de euros (cerca de R$ 70 milhões) mais bonificações por metas atingidas. O Tricolor ainda manteve 15% dos diretos do atacante para uma futura venda.

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Por Explosão Tricolor

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