“Na mente de Diniz, este jogo já aconteceu mil vezes”




Fernando Diniz (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)



Que postura o Fluminense terá? Na mente de Diniz, este jogo já aconteceu mil vezes (André Kfouri / ESPN)

Se você fosse obrigado a enfrentar o Manchester City num jogo decisivo e pudesse retirar um jogador do atual campeão europeu da partida, qual seria sua escolha? E se pudesse retirar dois? As opções são inúmeras, mas é razoável imaginar que Erling Haaland e Kevin De Bruyne estariam entre os “favoritos” para desfalcar o City neste duelo hipotético. Pois bem, sexta-feira é o dia em que a hipótese e a realidade se encontrarão no estádio Rei Abdullah, quando o troféu do Mundial de Clubes da Fifa estará em jogo entre Manchester City e Fluminense. Além dos dois astros citados, machucados, Jérémy Doku também desfalcará o time inglês por lesão.

Doku é uma adição recente, o que não significa que não faça falta. Pep Guardiola adoraria poder utilizar o jovem atacante belga, uma ameaça que combina velocidade e drible pelo lado do campo, justamente pela oferta de imprevisibilidade que ajuda a desmontar defesas. Embora seja sempre difícil prever uma escalação do treinador catalão, também é razoável supor que os três jogadores ausentes seriam titulares na decisão se estivessem aptos. O Fluminense, portanto, pode se considerar beneficiado pelas circunstâncias que encurtam as distâncias técnicas entre os finalistas, mas não desmentem a tese de que este é um jogo entre planetas de sistemas solares diferentes.

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Dez mundiais consecutivos com vitória do representante europeu ilustram a progressão da desigualdade, que provavelmente atingirá níveis definitivos com o novo formato da competição, a partir de 2025. E embora seja natural projetar equilíbrio no jogo da taça quando o campeão da Champions não goleia já no primeiro tempo da semifinal, como se deu com o City diante do Urawa Reds, se as partidas dos favoritos mostraram algo racional foi o tamanho da superioridade do time inglês ao dar o passo para a decisão. Sim, as chances de um surpreendente título do Fluminense aumentaram com os desfalques do adversário, o que não quer dizer que sejam grandes.

A fascinante questão é como o time dirigido por Fernando Diniz se comportará. Quando o City se complica na Premier League em jogos que deveria vencer, o oponente geralmente se defende com vários jogadores bem próximos da própria área e consegue explorar o espaço. Diniz promoveria essa radical cirurgia de caráter em seu time, em nome da estratégia? Recentemente o Aston Villa conseguiu algo diferente, pressionando e atacando o time de Guardiola até marcar o merecido gol da vitória, num chute que desviou e passou por Ederson. O Fluminense teria condições – físicas, principalmente – para atuar de forma semelhante? Diniz já deve ter jogado este jogo mil vezes em sua mente inquieta. De onde sempre saiu tanta convicção que seria chocante se o Fluminense rejeitasse as ideias e comportamentos que o trouxeram até aqui.

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Este é um momento sublime. Um super time europeu que pratica um futebol peculiar, contra uma equipe brasileira sobre a qual se pode afirmar o mesmo. De um lado, a bola vai aos espaços e o conjunto viaja em ordem. Do outro, a bola é a referência para interações em que a intuição dos jogadores determina como prosseguir. Em ambos, treinadores que propõem com coragem o jogo que carregam dentro de si. O normal é que o Fluminense tenha oportunidades, não muitas, contra o melhor time do mundo. Deste mundo, onde vive e sonha o time brasileiro, e do outro, onde o City reina.

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Por Explosão Tricolor

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