Não temos direção!




Na semana que passou escrevi sobre a “trilogia do caos”, deixando claro que os problemas do Fluminense estão em todas as frentes possíveis de um time de futebol: a diretoria é incapaz, os jogadores são omissos e a torcida não possui qualquer brilho (pelo menos no atual cenário).

No entanto, refletindo sobre o “desabafo” da semana anterior, acredito que chegou a hora de eleger quem, efetivamente, possui a maior parcela de responsabilidade no “caos” que vivemos hoje em dia. E, neste ponto, não tenho dúvidas que Peter e sua trupe são os maiores responsáveis.

Antes de tecer as devidas considerações sobre a diretoria, convém destacar as palavras de Levir Culpi ao final do jogo de sábado: para ele, o time precisar “dar uma melhorada no astral”. Concordo! E isso fica evidente na medida em que, quando vemos o time do Fluminense entrar em campo, temos a exata noção de que nada de bom ocorrerá. Parece um amontoado de jogadores que não acreditam em si mesmo e passam essa descrença para a torcida.

O astral do Fluminense é tão baixo que as entrevistas dos jogadores são deprimentes. Vejam o Gum por exemplo. Ele disse que a torcida tem o direito de cobrar, mas apenas após o jogo; durante a partida atrapalha. Até concordaria com ele se não estivéssemos falando de um público de apenas 917 pagantes! Isso mesmo! Menos que em um jogo de Badminton. E aí vem o nosso zagueiro dizer que a crítica durante a partida incomoda! Fala sério! Essas pessoas sequer poderiam ser ouvidas dentro de campo. Assim como no filme “O sexto sentido”, Gum deve tá vendo (e ouvindo) pessoas mortas. Só pode!

Foto: Fluminense F.C.
O Fluminense precisa reagir! (Foto: Fluminense F.C.)

Mas voltemos à diretoria. Todos os passos adotados por ela desanimam o torcedor, até quando parece fazer a coisa certa. O Centro de Treinamento é um exemplo. Projetado pra ser um CT de ponta, será inaugurado ainda inacabado e com Pedro Antônio já afirmando que caberá à próxima diretoria manter o ritmo das construções, porque a atual não possui dinheiro para concluir. Leiam: o próprio Pedro Antônio não quer (e nem é obrigado) investir mais dinheiro no projeto. A responsabilidade é do clube.

E se o clube não injeta grandes quantias para a construção do CT, porque não há espaço financeiro para a contratação de jogadores? Pagamento de dívida? Ora, porque não especificam tais dívidas “tim-tim por tim-tim”, abrindo o jogo para a torcida, deixando claro quanto entra e quanto sai dos cofres? Fazer isso apenas para parte dos conselheiros é não respeitar a transparência que deve reger quem administra patrimônio alheio, além de não respeitar o próprio torcedor. Nunca é demais lembrar que o recém-chegado diretor de futebol Jorge Macedo disse que, com a saída do Fred, o Fluminense teria caixa para contratações, o que até agora não se viu.

Definitivamente, Peter e sua turma não conseguem trazer a paixão para a arquibancada. E a torcida é movida por ela. Cito dois exemplos de presidentes que, mesmo polêmicos, conseguiram mobilizar seus torcedores e hoje colhem os resultados: Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético Mineiro, e Paulo Nobre, atual presidente do Palmeiras. Ambos os times cresceram vertiginosamente nas mãos dos dois, sendo que vemos neles aquilo que falta (e muito) em nossos diretores: demonstração de amor pelo clube. Com kalil, por exemplo, o Atlético construiu o seu CT, que foi eleito o melhor do país, e ganhou uma libertadores, além de voltar a ser respeitado. Com Nobre o Palmeiras mantém um dos maiores programas de sócio-torcedor do país, além de ser o atual campeão da Copa do Brasil e ter um belo estádio. Tudo isso porque os dois, além da capacidade e ousadia, demonstram a garra necessária em seus discursos, atraindo a galera consigo.

Confesso que tenho vontade de dormir quando vejo as entrevistas do Peter. Um líder convence pelo exemplo e pelo discurso. No futebol, então, ambos andam lado a lado, não adiantando ser capaz sem ser audaz e convincente. E Peter demonstra, cada vez que pega o microfone, que não tem a menor capacidade de gerir algo que movimenta milhões por meio da paixão. Não passa de um aristocrata dirigindo um clube de massa, ainda que alguns considerem o Fluminense com a mesma característica de seu atual presidente.

E como deixar de falar da falta de audácia de nosso gestor maior? Não vejo em Peter nenhuma atuação corajosa para fazer o clube crescer. Apesar de ser um bom gestor de finanças, nada sabe de risco. E, sem ele, não é possível vencer. Sem a necessária ousadia da diretoria, a torcida imita os jogadores e passa também a ser mera “múmia” de sofá, “torcedor de telinha” ou qualquer outra designação que se queira dá a eles. A nossa torcida já tem preguiça de ir ao estádio. Sem time e sem demonstração de “raça” por parte da direção, aí é que não vai mesmo.

É muito “Armandinho” prum clube só. O Fluzão não merece isso.

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Levir Culpi disse que o time vai lutar lá em cima. É um gozador! Disse ainda que as críticas parecem ter cunho político. Errou de novo: são apenas constatações da realidade.
  1. Será que o Peter Siemsen se considera audaz por ter investido em um clube da terceira divisão eslovaca? É outro gozador!
  1. Fiquei com pena dos 917 pagantes. O Fluminense deveria lhes devolver o dinheiro. Pagaram pra ver um espetáculo, não um circo de horrores.
  1. Henrique Dourado como esperança tricolor? Meu Pai!

5. Até o Diretor de Marketing não quis ficar no clube, alegando “falta de adaptação”. Realmente é o fundo do poço. Mas ainda estamos cavando…

Evandro Ventura / Explosão Tricolor 

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