O Fluminense, além do pênalti mal marcado

Esperei 24 horas após o final do jogo entre Fluminense e Santa Cruz para escrever essas linhas. Não gostaria de correr o risco de ser leviano com as palavras ao comentar a partida no calor do apito final. É mais do que óbvio que não houve penalidade. Assim como é óbvio que Fred estava impedido no lance que originou o escanteio do gol que sacramentava nossa vitória até o homem do apito cometer o erro grosseiro.

E é aqui que gostaria de comentar o seguinte. Não acredito que o juiz seja mal intencionado. O problema é maior do que isso. O problema é a péssima qualidade da arbitragem brasileira, e isso não é de hoje. Erros são normais, em todos os jogos de futebol disputados no mundo sempre há um erro ou outro. O problema é a quantidade de erros grosseiros cometidos pelos nossos apitadores. Pelo menos em outras três partidas desta rodada os times saíram de campo com reclamações a respeito da qualidade técnica dos árbitros. Isso é sintomático. Não é de hoje e a CBF nada faz para mudar esse panorama.

O comentarista do Premiere foi miseravelmente infeliz ao comentar o lance e sugerir que poderia ser interpretado como pênalti pelo árbitro. Sob nenhuma perspectiva aquele lance chegou perto de ser faltoso. Agora, em uma coisa ele teve razão, a ação defensiva de Wellington Silva na jogada foi deprimente. No meu último texto disse que a atuação defensiva de nossos laterais seria decisiva para a vitória do Fluminense. Acabou sendo.

No lance do primeiro gol, Jonathan, que fazia uma partida segura, foi envolvido pelo toque de bola rápido e deixou que Thiago Costa cruzasse livre para a pelota atravessar toda a pequena área do Fluminense e encontrar Grafite livre para marcar. Wellington Silva também falhou nesse lance, pois deixou o centroavante do time coral se descolar de sua cobertura. Por sinal, que fase vive Grafite. Faz bem o pivô e aparece para finalizar. Já tem 4 gols no campeonato.

Não gostei da volta de Pierre para o time titular. Em dois lances, errou passes bobos e quase entrega o jogo. O Fluminense teve boa posse de bola e volume de jogo na primeira etapa, principalmente até os 30 minutos do primeiro tempo, mas não conseguia ser contundente em suas investidas. Osvaldo foi o nosso jogador mais perigoso, com algumas boas jogadas pela esquerda. Levir deveria ter promovido a entrada de Édson no intervalo, mas ao invés disso, tirou Richarlison, que fazia partida apagada, para pôr o irritante e sonolento Gérson. Já disse que por mim, o garoto não seria mais nem relacionado. Parece descompromissado e preguiçoso, fazendo hora extra até ir para a Europa.

Para variar, Scarpa mostrou-se o melhor jogador do Fluminense. Golaço de falta. Mas o garoto não tem como fazer tudo sozinho no meio de campo. Alguém viu o Cícero por aí? Em certos momentos se esconde do jogo, fazendo seu papel burocrático de tocar a bola pro lado. Levir Culpi precisa achar o futebol do meia urgentemente. Por sinal, por que o técnico não utilizou sua terceira substituição? Pierre não deveria jamais ter terminado esse jogo em campo.

Nossa zaga, que tanto nos preocupa, não foi mal na partida, com destaque óbvio para o guerreiro Gum, jogador com mais partidas pelo Fluminense no campeonato brasileiro. Teria sido premiado com o gol da vitória não fosse o erro grotesco do árbitro.

Não acredito que Levir deva mudar o esquema de jogo, até porque não terá tempo para treinar. Deve sim mexer em uma peça, Pierre. Édson precisa voltar para a posição, sua movimentação e vontade de jogar são superiores. Teremos só dois dias para trabalhar até enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque, quarta-feira. Jogo em que estarei presente se a polícia militar de SP me deixar comprar ingresso.

Na última vez que estive no estádio do Palmeiras, vi o Fluminense ser prejudicado por erros grosseiros de arbitragem, naquela semifinal de Copa do Brasil. Que essa não seja mais uma vez a tônica do espetáculo. Que os nossos apitadores aprendam a ser invisíveis nas partidas e deixem o protagonismo pros nossos craques. De resto, VENCE O FLUMINENSE.

Pitacos do Toni:

– Atenção especial sobre Gabriel Jesus quarta-feira. Sabemos o que a velocidade do garoto pode fazer com nossos zagueiros. Dudu volta de lesão e deve ganhar a posição. Precisa de atenção também.

– Cuca ainda não conseguiu dar jeito no sistema defensivo do Palmeiras, que se expõe muito e joga aberto, diferente do Santa Cruz que montou um belo ferrolho. Jogar com os 4 jogadores pressionando em cima a saída de bola pode nos ajudar bastante.

– Fizemos dois gols de bola parada, tipo de jogada no qual o Palmeiras também apresenta fragilidade. Devemos usar esses dois dias para treinar esse tipo de jogada!

– Hoje tem mais um Papo de Guerreiro com um convidado especial, fiquem de olho!  

Toni Moraes / Explosão Tricolor

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