O Fluminense é uma mãe




Fotos: Ricardo Duarte / Internacional / Divulgação



A contratação do volante Nonato me fez refletir sobre como o Fluminense realmente é uma mãe. O jogador estava encostado no Internacional, mas ainda assim, a diretoria colorada conseguiu levar R$ 500 mil pelo empréstimo. Errado não está. Se é um ativo, o clube tem que cobrar mesmo. É negócio, é grana.

Porém, essa negociação me fez lembrar o caso do Bruno Praxedes. Em dezembro de 2018, o Fluminense cedeu o jogador de graça ao Internacional, porém, o Tricolor manteve 50% dos direitos econômicos do atleta. Na ocasião, ficou estabelecida uma cláusula em que o Colorado poderia comprar, posteriormente, 20% dos direitos do Flu pelo valor de R$ 500 mil. Obviamente, o Internacional exerceu o seu direito previsto na referida cláusula.

Em 2020, outros 20% foram negociados com o próprio Bruno Praxedes, para quitar uma dívida de cerca R$ 1,3 milhão com os empresários do volante e evitar que o caso fosse levado à Justiça.

Pois é, recentemente, o RB Bragantino pagou R$ 37 milhões ao Internacional pelos direitos econômicos do atleta. Sendo assim, além do clube gaúcho ter se dado muito bem, os empresários do jogador também sorriram de orelha a orelha, pois os 20% que eles receberam do Fluminense viraram alguns milhões. Não seria o caso de ter deixado os empresários entrarem na Justiça para cobrar a dívida? Vale lembrar que o Bruno Praxedes já estava valorizado, inclusive, o nome dele aparecia até em especulações de clubes europeus, ou seja, a venda era apenas uma questão de tempo e, consequentemente, o Fluminense teria direito a 30%. Com esse percentual vendido, o Tricolor pagaria fácil a dívida com os empresários e ainda sobraria uma boa grana, mas… 

No final dessa história do Bruno Praxedes, o Fluminense optou por não vender o que restou de sua parte: 10%. Pois é, foi isso que sobrou. A diretoria acredita que o jogador ficará ainda mais valorizado, porém, não teve esse mesmo pensamento na hora de entregar 20% (que viraram milhões) dos direitos econômicos aos empresários para quitar uma dívida de R$ 1,3 milhão.

Agora, o Nonato vem aí. Contrato de empréstimo até o final de 2022. O Internacional levará R$ 500 mil e ainda fixou o valor de US$ 2,5 milhões (quase R$ 13 milhões) por 50% dos direitos econômicos do atleta. Caso surja alguma proposta durante o período do empréstimo, o Fluminense terá o direito de cobrir a oferta, caso contrário, levará “10% de taxa de vitrine”. Supondo que o jogador arrebente com a camisa tricolor, dá para levar fé que o clube terá condições de exercer o seu direito de compra ou cobrir uma eventual oferta de outro clube?

Em comparação com o Internacional, não há como não questionar a forma que o Fluminense conduz a gestão dos seus ativos. Enquanto isso, a torcida tricolor é obrigada a aceitar as velhas desculpas de sempre como: “Vocês não sabem como é que o futebol funciona”, “Torcedor não assina cheque”, “A culpa é dos sites e das redes sociais que jogam contra” e tantas outras já conhecidas por todos.

Para encerrar, não é de hoje que o Fluminense virou vitrine de outros clubes e também de empresários, no entanto, quando chega a hora de oportunizar um atleta formado em sua própria base, a chance geralmente é dada só em casos de extrema necessidade. Dá para entender essa política?

Diante dos fatos, a conta jamais fechará…

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Forte abraço e ST!

Vinicius Toledo



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