O Sobrenatural de Almeida em pele e osso






Deus sabe como, o Fluminense termina a rodada fora da zona de rebaixamento. Primeiramente, graças ao Muriel. Ou será Muroel mesmo?

Segundo, o Gravatinha mais uma vez fez a diferença. Após um show de horrores durante boa parte da primeira etapa, o herói rodrigueano sussurrou no ouvido do Nenê: “Cruza essa bola, que o zagueirão deles vai fazer um golaço contra!” Alguém duvida? Sendo assim, podemos dizer que, um pouco antes do intervalo, testemunhamos um gol espírita no Maracanã.

No segundo tempo, o Fluminense entrou no jogo. O time deu uma adiantada na marcação e passou a dominar a partida. Porém, a última bola voltou a ser problema. A postura de buscar a vitória foi absorvida pela arquibancada. Mesmo sofrida e cansada, a torcida apoiou. Confesso que cheguei a levar fé na virada. Pelo menos essa foi a impressão que o time me passou no segundo tempo, mas…

Pois é, esse “mas” sempre aparece para derrubar. Não sei se o Gravatinha cochilou, mas uma sucessão de bizarrices derrubou qualquer chance do Fluminense conquistar os três pontos. Ou seja, o Sobrenatural de Almeida pulou o muro do Maracanã, saiu correndo pelas rampas e começou aprontar das suas contra o Tricolor.

O primeiro ato do vilão rodrigueano foi a substituição do Paulo Henrique Ganso. O camisa dez não teve uma atuação brilhante, mas estava ajudando na organização das jogadas. No entanto, o Oswaldo de Oliveira resolveu jogar essa bomba de efeito moral no campo e na arquibancada. Para delírio do Sobrenatural de Almeida, o clima do Maracanã, que era de esperança movida a uma inabalável fé se transformou num grande inferno com direito a gritaria da turma do umbral. Será que o Oswaldo de Oliveira é o próprio Sobrenatural de Almeida? Acredito que seja ele mesmo. Em pele e osso. 

Na minha visão, o Ganso não era para ter saído. O treinador tem o direito de escolher. Fato! E o jogador tem que respeitar a escolha do comandante. Outro fato! Hierarquicamente falando, o Ganso errou ao desrespeitar o Oswaldo. Porém, essa explosão tricolor à beira do campo desmascara o que a turma chapa branca de passadores de pano tentou esconder com contos de fadas inexistentes, ou seja, o elenco odeia o Oswaldo de Oliveira. Repito, o Ganso errou, entretanto, a reação pareceu ser um desabafo do grupo, sustentada por 99,99% da torcida, que jamais aprovou a contratação do treinador. 

Para piorar ainda mais a situação, Digão e Frazan foram expulsos. No caso do primeiro, a expulsão foi pra lá de irresponsável. E olha que o cara é o capitão do time…

Apesar do Sobrenatural de Almeida ter pavimentado a estrada para mais uma derrota tricolor, o time lutou até o fim. Com dois a menos, a rapaziada se defendeu com bravura e ainda encontrou força para tentar a vitória, que por muito pouco não veio através do Allan.

A vitória não veio. A derrota poderia ter vindo por conta da péssima atuação do primeiro tempo e também por tudo que ocorreu após a saída do Ganso. O empate não foi o resultado dos sonhos, mas acabou sendo o suficiente para o Fluminense sair da zona de rebaixamento. No entanto, engana-se quem pensa que a história do jogo termina aqui…

Definitivamente, o Sobrenatural de Almeida veio com litros e mais litros de gasolina para apagar o incêndio do Fluminense. Rindo alto, o vilão rodrigueano falou para o Oswaldo de Oliveira: “Faz o gesto do dedo para a torcida, faz, por favor, nunca te pedi nada!”. Pois é, o treinador fez o indecente gesto para o maior patrimônio do clube: a torcida tricolor. Quando a gente pensa que não pode piorar…

Diante dos fatos, resta saber qual será o comportamento da diretoria em relação a tudo que ocorreu, em especial, ao gesto obsceno do Oswaldo de Oliveira direcionado à torcida do Fluminense. O normal seria demiti-lo já na descida para o vestiário ou será que a diretoria bancará a permanência do treinador até domingo?

O drama do Fluminense parece não ter fim, mas é possível escapar. Basta a diretoria fazer a parte dela.

Curtinhas:

– Igor Julião é ruim, mas tem mais sangue que o Gilberto.

– Digão está me lembrando o Luis Alberto de 2009, ou seja, já passou da hora de dar adeus…

– Caio Henrique apagou de vez na lateral-esquerda. Já passou da hora de apostar no garoto César ou jogar logo o Orinho aos leões.

– Yony González já era.

– 11 mil presentes. Descontando os santistas, deve ter dado uns 10,5 mil tricolores. O Fluminense ainda resiste. Não sei até quando, mas resiste.

– Chamar pelas costas uma pessoa de mongoloide logo após ter ficado cara a cara com ela por cerca de quinze minutos não é papel de sujeito de homem…

Vinicius Toledo