Obrigação moral




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.



Você ficou surpreso com a revelação bombástica feita pelo presidente Mário Bittencourt sobre uma suposta dívida do Fluminense com o STK Samorin no valor de 2,5 milhões de euros? Com toda sinceridade, não me surpreendeu em nada. Tudo que começa errado, só pode terminar errado. Portanto, em nada me chocou.

Essa parceria jamais foi esclarecida de forma transparente. Segundo os bastidores do clube, as condições dessa parceria jamais foram submetidas à análise do Conselho Fiscal e aprovação do Conselho Deliberativo do Fluminense. Ou seja, as evidências apontam que os dirigentes passaram por cima do Estatuto do clube.

Agora, o presidente Mário Bittencourt declarou que o clube foi notificado pelos eslovacos por não ter dado supostos aportes prometidos. O curioso é que um desses supostos aportes prometidos pelo Fluminense seria para a construção de um estádio no país do Leste Europeu. Parece piada, mas foi o que o atual mandatário tricolor declarou para o mundo inteiro ouvir. Considerando o atual estado do lendário Estádio de Laranjeiras, isso é um escárnio, um grande afronta.

Diante dos fatos, o presidente Mário Bittencourt criou uma obrigação moral. Como a situação ainda está em fase apuração, se os eslovacos não possuem nada documentado, o assunto estará encerrado. No entanto, caso o STK Samorin esteja realmente amparado juridicamente, aí tem que partir com tudo para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos…

Vale a pena lembrar…

“O presidente do clube assina o documento que ele quiser. Ele não é obrigado (exceção de poucas operações) a levar para o Conselho Fiscal. Então, se você não encontra um documento que não foi levado a você, você não tem como saber. Encontrei documentos que não tinham carimbo do Jurídico, encontrei documentos que não estavam registrados pela Contabilidade. Isso acontece” – declarou Pedro Abad, em entrevista coletiva concedida no dia 20 de dezembro, ao ser questionado por mim sobre o fato de não saber a existência do “rombo financeiro” mesmo tendo sido presidente do Conselho Fiscal na gestão anterior. Clique aqui e assista ao vídeo da entrevista.

Vinicius Toledo