Pedro Antônio lavou a alma tricolor!




Podíamos ter saído com a vitória do Morumbi. Abel, apesar de todo o crédito, mandou mal na troca de Scarpa por Renato e o time, após o empate, começou a fazer cera. Mas, pelo menos, tivemos o retorno de Wellington Silva e, aos poucos, o departamento médico vai esvaziando. Ainda acredito em uma boa campanha do time neste Brasileirão.

Mas o assunto dos últimos dias nas Laranjeiras foi a entrevista de Pedro Antônio, vice de projetos especiais, ao site globoesporte.com. Ele deu detalhes sobre o “sonho da casa própria” tricolor e mandou o recado pra geral: “o projeto só não foi para frente por conta da insegurança da atual administração em conduzir o assunto”.

Pedro Antônio sabe das coisas. Ficou calado durante um ano e, quando veio a público, certamente foi pra cobrar uma postura mais ativa do presidente Pedro Abad. Afinal, basta observarmos o noticiário esportivo nacional para vermos que o Fluminense parece acéfalo: algumas entrevistas de Abel Braga e mais nada. A diretoria dificilmente dá as caras. Bem típico de quem tem medo do grande público.

Mas Pedro Antônio foi além. Com jeito de que sabe o que fala, ele disse que não dá mais para o Fluminense ser um clube “sem telhado, sem casa”. Afirmou ainda que nós vamos ter um estádio! Ele é o único ser humano com sangue nos olhos na atual gestão.

Só pergunto uma coisa: onde eu assino? Poxa, ele disse o que todo tricolor quer ouvir e os mandatários atuais teimam não têm a audácia de falar. A construção de um estádio, além de acolher a torcida com mais propriedade, ainda diminui os custos de uma partida e potencializa o amor do torcedor com o seu time. Cria laços mais fortes. Aumenta a paixão e, consequentemente, o número de sócio torcedores e a arrecadação com bilheteria.

Um estádio próprio, ainda que para pouco mais de vinte mil pessoas, torna a torcida parte integrante do espetáculo e contagia os atletas em campo. É uma simbiose perfeita entre time e torcida cujo vencedor é um só: o Fluminense Football Club.

E a entrevista foi realmente memorável. No campo da política interna, ele mandou uma direta pra turma do ar-condicionado: “não vai ter político que impeça a minha luta”. Foi além pra dizer que, seja o político de situação ou de oposição, o projeto do estádio próprio é bom para o Fluminense e ninguém vai impedir que ele aconteça.

Confesso que há muito tempo esperava alguém da diretoria se pronunciar dessa forma. É claro que sempre acreditamos que isso partirá do presidente. Mas como ele não tem coragem de dar a cara a tapa, Pedro Antônio foi pra cima e lavou a alma tricolor tão carente de alguém com competência e pulso firme para gerir os assuntos do clube.

Mas foi na relação com o Flamengo que o vice de projetos especiais teve maior brilho. Sobre o fato de o time rubro-negro querer atrapalhar a iniciativa tricolor de construir um estádio na Barra da Tijuca, Pedro Antônio foi enfático: se a gente não tiver, ninguém vai ter.

É evidente que, nessa parte, pulsou o coração tricolor, até porque ele sabe que bem público somente pode ser cedido mediante licitação. A dispensa só é admissível quando não há concorrente, o que não é o caso. Mas, ainda assim, lá no fundo, o que a declaração acima deixou no torcedor é a certeza de que temos alguém brigando pelos interesses da instituição Fluminense. Isso é fundamental para a autoestima da torcida e também de todos que vivem o dia-a-dia das Laranjeiras.

Interessante que Pedro Antônio ainda ponderou sobre a possibilidade de se utilizar as Laranjeiras, inclusive com gestão junto à municipalidade para garantir a adaptação do estádio à nova realidade do futebol. Apenas para lembrar, na coluna do último dia 6 de junho, tratei do tema na perspectiva de projetos já apresentados há bem pouco tempo. E, cá entre nós, todo torcedor tricolor sonha em ter novamente as Laranjeiras como palco dos jogos do Fluminense.

Viável? Sim, apesar de o estádio ser tombado e o processo para sua readequação ser moroso. Mas não é impossível. Basta lembrarmos que o Maracanã e o Mineirão também são tombados pelo patrimônio histórico e cultural e, sem modificar sua fachada, foram transformados para a Copa do Mundo de 2014.

Na verdade, o tombamento é único para cada bem tombado e, no caso das Laranjeiras, somente o processo que tornou o estádio um patrimônio histórico é que poderá dizer quais os valores devem ser preservados no local. Além disso, na coluna que citei acima, trouxe outros problemas que podem dificultar a reforma do local.  

Concluo dizendo que Pedro Antônio deu novos contornos à enfadonha diretoria tricolor. Espero que ele continue trazendo a público todos os objetivos que possui para o clube. Concordemos ou não, o certo é que ele resgatou um pouco da nossa alma.

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Pra mim, a melhor frase da entrevista foi quando ele tratou do Flamengo e da sua invejosa diretoria: “o que não vai ter é time hegemônico no Rio de Janeiro. Pode esquecer”. Sensacional!
  1. Eurico Miranda transformando o Vasco em seu reduto ditatorial particular. Espero que seja rebaixado mais uma vez este ano e que nunca mais volte a ter qualquer significado no futebol brasileiro.
  1. Que chute do garoto Wendel! O moleque elevou ainda mais o brilho que possui neste campeonato.
  1. Não podemos esquecer que quinta-feira tem jogo no Maracanã. É pela Copa Sul-Americana e o duelo vale a classificação para a terceira fase da competição. Pra cima deles!
  1. Se Henrique Dourado tivesse guardado os gols que perdeu, a vitória era certa em São Paulo. Espero que nosso artilheiro se recupere na próxima partida. Força meu camarada!

Evandro Ventura

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