Quando a classificação vale mais do que o resultado






Buenas, tricolada! Fim de jogo, derrota do Flu para o Atlético Nacional, em Medelin, mas a classificação está garantida. Um a zero pros caras, gol consignado aos 3 min. de jogo, e pronto!
O nosso time começou a partida um pouco apavorado, entrando na correria desvairada dos colombianos e errando passes bobos. Até o ótimo Matheus Ferraz, até a partida desta quarta-feira absoluto desde o seu começo nas Laranjeiras, cometeu um vacilo juvenil no único tento do confronto. Ele tinha a bola à sua feição ali pelo miolo da cozinha, poderia bicá-la pras nuvens, mas deu um totozinho pro lado e serviu o adversário quase na linha lateral-direita da grande área da nossa defesa. Resultado, o malandro apenas levantou a pelota na testa do Barcos, que balançou as nossas redes.
Logo depois, o Daniel errou uma a saída de jogo na meia lua da nossa área e o Barcos por pouco não ampliou o marcador. E ainda, este mesmo Barcos, já na nossa área, no meio de 4 ou 5 marcadores, deu um jeito de bater pro gol perigosamente. A bola explodiu na trave esquerda da nossa meta, voltou nas costas do Agenor, e saiu pra escanteio! Mas também, estas praticamente foram as únicas oportunidades do “inimigo” nos 90 min.
Antes dos referidos ataques contra a nossa meta, o Ferraz cabeceou uma bola no travessão, depois de batida de escanteio do Daniel, quando ainda estava 0x0, e o Luciano desperdiçou uma chance inacreditável, já 1×0 contra! Não me recordo da última vez em que tivemos a baliza do oponente tão à nossa mercê quanto desta feita. Bola metida na meia-direita na entrada da área adversária, pro Jotapê. O menino mandou o canudo, o goleirão bateu roupa, a bola caprichosamente voltou pro moleque na intercessão da linha de fundo com a linha da pequena área, ele rolou pro Luciano, que pegou de tornozelo e jogou a pelota pelo lado, pra fora! SEM GOLEIRO! Lembram daquela fomeada do próprio Luciano contra o Bota, quando ele preferiu finalizar em vez de rolar a redonda pro Pedro, sozinho? Pois é, esta foi pior! O gol era mais claro, estava mais fácil, e o nosso camisa 18 estava ainda mais próximo da trave!
A bem da verdade, a atuação do Fluminense neste segundo jogo contra os colombianos foi aquém daquelas com as quais nos acostumamos. Tivemos um volume de jogo menos efetivo, não finalizamos como de costume, o time esteve mais capenga do que nunca – não havia tramas pelo nosso setor direito de ataque, e alguns jogadores estiveram abaixo de suas médias pessoais.
Não temos goleiros! Brabo isso galera! Sei que boa parte dos torcedores não acompanharam o duelo, então cabe a mim (e a outros que viram o jogo por streaming de vídeo) relatar os fatos: Agenor catou borboleta num cruzamento simples, alto e em que a bola viajou lentamente. Errou o soco! É mole? Por sorte não deu em nada! Vacilou novamente em saídas de jogo com os pés, saiu mal do gol em várias oportunidades, inclusive, numa delas, deu as costas pro adversário, pelo alto, em suma, mostrou-se a antítese de um mero guarda-metas de peladas, que tem mais valias e noção de espaço. E a tal pancinha incômoda permanece intacta! Do jeito que as coisas andam, o Rodolfo tem que voltar ao time titular! É duro, mas esta é a realidade!
Gilberto vive a sua pior fase na carreira, eu creio. O camarada ERRA TUDO! O nosso lado direito de defesa é um corredor, uma freeway para que os rivais acelerem a 200 km por hora! Além disso, a sua falta de efetividade ofensiva salta aos olhos! Creio que ele tenha sido o jogador que mais tenha desperdiçado passes no campo.
PH Ganso, a quem sempre defendo – ou dou um jeito de mascarar as suas mazelas – aqui na coluna, na noite de 29 de maio esteve muito distante do craque que empolgou os tricolores, ante a sua chegada. Travou o jogo. Cadenciou-o ao extremo, sepultando definitivamente as nossas poucas chances de rapidez nos contra-ataques. Cometeu equívocos que não combinam com o seu status de craque. Por vezes cochilou dentro das quatro linhas e assistiu ao trem cruzar a gare a toda velocidade.
Senti falta do Luciano contra o Bahia, no último domingo, pelo Brasileirão. Contudo, nesta ocasião da Sula, senti falta de o Diniz não tê-lo sacado mais cedo. Ele, portanto, foi a quarta peça nula na engrenagem montada pelo nosso treinador. Somente o fato de perder um gol daquele já o descredenciaria a ser atleta profissional de futebol!
Destaques, nesta ordem, para Allan, Daniel, Caio Henrique, João Pedro e Nino. E para a entrega, como sempre, do gringo, e a recuperação daquele mencionado pós-erro do Ferraz (que ainda teve um gol salvo pelo goleiro do Atlético sobre a linha). Apenas! Não que eles tenham sido irretocáveis, mas sobressaíram-se diante dos demais. O Nino até deu um escorregada no gol adversário, porque marcou a bola e não o atacante, mas no todo houve-se bem.
O FFC teve uma atuação mais convincente no primeiro tempo. No meu modo de analisar os fatos, demos uma caída brusca na segunda etapa. Ou melhor, cozinhamos o Atlético Nacional, abraçamos mais apertado o regulamento. E, justiça seja feita, a equipe de Medelin não nos causou temores, depois dos 10 min. iniciais de partida. Viveram de balõezinhos na nossa área e de alguns chutes de longe.
O calendário é pesado, estamos vivos em três competições, mas o Diniz tem a conta do chá. Então, creio que devamos priorizar as copas – talvez até mesmo doar um pouco mais de atenção à Sula, e não o Brasileirão. Neste último, a meu ver é mais negócio garantirmos pontos para podermos “passear” no restante da temporada sem maiores sustos. Para tanto, penso que a Comissão Técnica deva rodar mais o elenco, botar mais meninos em campo, dar chances a atletas que caíram no ostracismo dentro do grupo. Utilizar somente os mesmos caras, tanto os que iniciam as pelejas quanto os substitutos, aumentará ainda mais as suas cargas emocionais e os desgastes acumulados. Ao final da partida na Colômbia, Nino e Allan ficaram estirados em capo, esgotados e sentindo cãimbras. PH Ganso mancou. Yony mal balbuciava 5 palavras na entrevista pós-jogo, ainda à beira do gramado, enfim…
Em suma, rapaziada, como o título deste texto sugere, mais valeu a classificação do que o resultado. Perdemos uma batalha mas vencemos essa guerra particular. Na ponta do lápis, mereceríamos um resultado melhor. Quem sabe ao menos um empate, mas…
Hora e vez do Peñarol, do Uruguai. Outro concorrente de peso e camisa. Mas sou mais Fluzão!
Até a próxima.
Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon