Retorno de John Kennedy, sequência de Alexander na equipe, renovação de contrato e muito mais; confira a coletiva de Fernando Diniz




Foto: Reprodução / FluTV



Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva no Maracanã

O técnico Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva após a vitória do Fluminense por 2 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, na noite desta quarta-feira, no Maracanã, pela volta da 3ª fase da Copa do Brasil. Confira abaixo todas as respostas do treinador:

Renovação de contrato até o fim de 2025

“A renovação para mim é motivo de muita alegria, me sinto verdadeiramente honrado por estar no Fluminense desde quando joguei. Foi uma casa que sempre me acolheu bem, em 2019 também me acolheu bem. De 2022 para cá, usando uma palavra que o Mário usou agora, foi uma coisa mais harmônica, mais estável, estruturada. A gente conseguiu coisas importantes com o trabalho de muitas mãos, e um dos personagens mais importantes é o próprio presidente, que toma riscos, trabalha muito e entrega o melhor pro clube. Por duas coisas: apaixonado pelo clube e muito competente. E audacioso para fazer também.”

Momento do Fluminense 

“Essa interlocução com a torcida é uma coisa que quem trabalha com futebol tem que procurar, pro ambiente ficar melhor, passar informações melhores e não deformar a opinião da torcida. Às vezes se cria uma coisa negativa que é difícil não adentrar o CT. Se você olhar racionalmente, esse é um ano que a gente tem trabalhado muito por conta da conquista da Libertadores e do vice do Mundial. Isso tem um impacto sobre o time. Não só sobre a questão de voltar depois, mas todo mundo. A própria torcida quer relaxar um pouco e aproveitar, e no futebol não dá pra aproveitar muito. Tem que aproveitar trabalhando e melhorando. De um mês para cá, o Fluminense tá em outra espiral, de subida. Internamente percebi isso nos treinamentos, os resultados também tem acontecido.

Se pegar os últimos quatro jogos, vencemos três e perdemos pro São Paulo… Nos últimos cinco, se fosse uma coisa normal a gente teria vencido o Atlético-MG, e o jogo do São Paulo não era um jogo para perder. De cinco jogos, a gente teria vencido quatro. Empatamos um, ganhamos três e perdemos um for ade casa. as coisas começam a fluir. Internamente é um trabalho que a gente faz com muita entrega. Não tô dizendo que a equipe começou a temporada bem, pelo contrário. Muita instabilidade, fizemos alguns jogos muito abaixo da crítica e a gente tem que ser criticado por isso. O que não pode é que o Fluminense sirva de exemplo para avaliar todo mundo. Sei que não deve mudar muito a avaliação de vocês, mas quando eu tenho a oportunidade de falar, eu falo.

Ano passado, quando a gente jogou contra o Sporting Cristal, a gente não tava encantando nada. Aquele foi um dos momentos mais difíceis da nossa temporada. E aí saiu um monte de coisa, problema interno no grupo, um monte de coisa que não tem nada a ver. Aí vai para a torcida, foram fazer protesto no CT, e a gente soube se fechar internamente, melhorar e avançar no ano passado, como a gente tá fazendo esse ano. Essas colocações que tô fazendo agora, já fiz na semana passada e vão no coração da torcida. A gente sem a torcida fica muito frágil. A torcida é o coração do negócio, nosso principal craque. Quanto mais eles vêm e nos incentivam, a gente fica mais forte. Tudo que a gente faz é para entregar alegria pro torcedor. Quando a gente tem oportunidade de falar dessa forma, é bom para esclarecer e criar contrapontos, para que a torcida acredite mesmo no time. Uma coisa que me motiva todo dia é vir trabalhar, ganhar, ainda mais quando ganha jogando bem.

Hoje jogou (de forma) razoável e ganhou, mas ganhou. Quando a torcida sente orgulho do time, pra mim isso é um prazer que não tem preço. Minha renovação me deixa muito alegre. Sou muito feliz trabalhando aqui no Fluminense, muito feliz mesmo. Minha família, que fica em São Paulo, também compartilha dessa felicidade e a gente consegue suportar a distância de uma maneira boa, porque o Fluminense é a nossa casa. Pra mim é muito bom poder estar aqui, e quero de fato fazer melhor do que fiz até agora, junto com todo mundo, para a gente conseguir coisas novas para o Fluminense. É a intenção de todos nós.”

Começo de ano difícil

“Para que aquilo se repita, isso é natural e está acontecendo aqui no Fluminense, obviamente. A gente percebe até quando vai jogar fora, principalmente jogos de Libertadores, que existe um outro tipo de acolhimento, um outro tipo de reconhecimento, um outro tipo de preparo das equipes que jogam contra a gente. Isso é uma coisa boa, porque para não ter isso era não ter ganho. Quando ganha, isso que acontece, isso obriga ainda mais o time a melhorar. E a gente sabe que a gente precisa melhorar. E a gente está trabalhando nesse sentido, a gente está todo mundo consciente que a gente tem que melhorar e o trabalho está sendo nessa direção.

Evolução do time

“Eu acho que o Fluminense está melhorando, está numa crescente, oscilando, se falar especificamente do jogo de hoje, a gente ganhou, a gente poderia ter ganhado um placar maior, mas poderíamos ter jogado melhor. A gente tinha um placar de 2 a 0, o jogo foi um pouco mais moroso do que eu achei que devia ser. Tivemos muito erro técnico também, que prejudicou um pouco o andamento do time. Mas de maneira geral, acho que a gente vem evoluindo, principalmente nesse último mês, e os resultados têm acompanhado essa evolução.”

Retorno de John Kennedy

“Então, o John Kennedy pra nós e pra mim, em especial, é um motivo de alegria o retorno dele. É mais uma oportunidade que a vida dá pra ele e dá pra gente também, que é nessa relação que ele está se construindo. E é muito difícil também ser o John Kennedy, porque atrás do John Kennedy tem uma história difícil e diferente, que talvez vocês não tenham acesso. Porque pra isso precisa conhecer o John Kennedy e conversar com ele. Acho que eu conheci o John Kennedy mais de 50 vezes. A gente sempre quer, de fato, estender a mão e tentar ajudar. É uma relação que tem também muitas mãos ajudando. E o que a gente tenta fazer e o trabalho, de fato, meu pilar central, é na condição humana dos jogadores.

É uma pessoa que joga futebol, é uma máquina que joga, e eles trazem dos seus lares, a maioria deles tem uma fragilidade emocional muito grande, às vezes uma aparente fortaleza, mas quando você se depara com o jogador tete a tete, e vai buscar um pouco mais a sua intimidade, você vê que ali tem um vazio que precisa ser sempre enchido, eu sempre falo isso, o futebol brasileiro é muito carente em relação a essa tensão que a gente tem que ter, o problema é muito mais psicossocial do que tático, técnico e físico, e a gente tem um olhar muito distorcido para isso.

Existem outros tantos John Kennedys por aí que vão se perdendo. No Fluminense já houve alguns aqui que se perderam, e a gente quer oferecer a condição para o John Kennedy de fato se reencontrar consigo mesmo e ter uma vida. Não é uma vida como jogador, é uma vida como pessoa, o meu interesse maior. No jogador, que ele performe, mas que ele tenha uma vida. Depois dos 35 anos, o que que vai ser? O que eu desejo pro jogador é que ele tenha um filho como eu, um filho que se forme em medicina no futuro.

Relação de John Kennedy com o elenco após caso de indisciplina 

“O ambiente que foi criado dessa vez, com o erro que teve, e no ano passado também, passou quando precisou passar. É uma coisa compartilhada com os atletas, para ter uma harmonia. Não adianta trazer e ter uma rejeição gigante daquilo que aconteceu. Foi uma coisa construída com os jogadores de uma maneira muito bonita a volta do John Kennedy, porque ele é um menino muito querido pelos jogadores. John Kennedy precisa da ajuda de todo mundo e ele precisa ajudar todo mundo, então ele voltou de uma maneira muito forte, da melhor maneira possível.

Não foi uma coisa impositiva, foi uma coisa construída com muita gente participando, então ele, se não tinha muita gente lá hoje, é porque aconteceu uma coisa boa, mas ele. Ele está assim, tendo uma chance e espero de fato que o John Kennedy dê um avanço muito nessa nova oportunidade. Que ele está totalmente diferente dos treinamentos. Está muito mais profissional, respeitando o horário e treinando muito, se dedicando muito. E os jogadores estão muito felizes com a volta deles, isso eu tenho certeza.”

“Apoie o nosso trabalho e nos ajude a ampliar cada vez nossos serviços gratuitos! Há quase dez anos, o Explosão Tricolor leva ao público um jornalismo colaborativo e independente. Para continuar nosso trabalho de forma crescente, contamos com a ajuda do nosso público.”

Clique aqui e realize a sua inscrição no canal do Explosão Tricolor!

VEJA AINDA:

Por Explosão Tricolor

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com