Rivellino no Programa do Jô




Convidado do Programa do Jô desta madrugada, Roberto Rivellino lembrou seus tempos de Fluminense, Corinthians e Seleção Brasileira.

Ele jogou vários anos no Corinthians, mas somente quando foi comprado e transferido para o Fluminense em 1975 provou seu primeiro título Estadual, jogando na Máquina.

Em 1976 foi bicampeão Estadual, no tempo em que este era o grande campeonato da temporada. Jogava muito o Rivellino, dono de um chutaço de canhota que aterrorizava os goleiros adversários.

Eu tive o prazer de vê-lo jogar diversas vezes, no velho Maraca, e pegar autógrafos nas Laranjeiras, após os treinos, numa época em que qualquer associado tinha acesso fácil aos jogadores, que inclusive circulavam ali pela “geral” do estádio após os treinos, e saíam pela porta da frente do clube. Na época o grande lance era autógrafo, não existia essa febre de selfies. Tirar fotos era muito raro.

A gente chegava com cadernos, camisas, folhas em branco etc. Eu chegava a pegar vários autógrafos, em dias diferentes, atendendo a inúmeros pedidos de colegas de escola. Tinha jogador que falava: “Você de novo, moleque? Tá vendendo meus autógrafos?” Mas sempre atendiam, dificilmente me deixavam no vácuo.

Rivellino atuou 159 vezes pelo Fluzão, entre 1975 e 1978, marcou 57 gols, 9 deles de falta. Uma curiosidade: não batia pênaltis. Foram 102 vitórias, 27 empates e 30 derrotas.

Na entrevista ao tricolor Jô Soares, o craque lembrou Francisco Horta: “Foi o homem santo que acreditou em mim e me levou para onde eu sempre queria jogar: o velho Maracanã.”

– O problema do Horta foi quando ele começou com as trocas, ele ali extrapolou. Negócio de reforçar o adversário, isso não tinha nada a ver. Mas eram bons tempos, e o salário nunca atrasava, recebíamos o “bicho” (prêmio pela vitória) no próprio vestiário.

Rivellino agradeceu ao Maracanã pelo recente convite, para assinar o livro de ouro, mas não deixou de alfinetar o estádio: “Esse Maracanã tá bonito, mas essas arenas não são o mesmo que os estádios de antigamente. No velho Maracanã a gente marcava e corria para o fosso, onde tinha aquela integração com o torcedor.”

Rivellino falou também sobre o escândalo da FIFA: “O Blatter teve que renunciar porque disseram que tinham umas coisas para contar se ele não saísse. Quem não deve não teme, mas se ele saiu é porque deve mesmo…”

Riva também não poupou palavras para falar da atual seleção: “Ricardo Teixeira vendeu os jogos da Seleção até 2022 para empresários, uma vergonha! A Seleção jogará amistosos com regras e obrigações de convocações. É o momento de o Governo tomar uma posição, é um absurdo o que está acontecendo. A gente não vê melhoras, e não há credibilidade em momento algum. Resultado: tomamos um 7 x 1 que foi a maior vergonha da história das Copas.”

É isso aí, Rivellino! Falou bem. Um grande craque, um ídolo, mas talvez nunca tenha conquistado um espaço maior no coração tricolor porque ele mesmo sempre faz questão de dividir sua paixão entre o clube onde ganhou grandes títulos e o clube que o projetou para o futebol.

Por PAULONENSE

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Rivellino jogou no timaço apelidado de Máquina.