SAF do Fluminense e a imoralidade do envolvimento de Mário




Foto; Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

SAF do Fluminense e a imoralidade do envolvimento de Mário (por Leonardo Moretti)

Sou a favor da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) como modelo de gestão para clubes de futebol. Acredito que essa mudança é fundamental para transformar a administração e possibilitar um futuro mais sustentável e profissional para nosso clube. No entanto, há um aspecto específico dentro desse processo que não consigo apoiar: o envolvimento do presidente Mário Bittencourt em cargos executivos dentro da SAF do Fluminense.

É absolutamente normal que Mário, como presidente do clube, conduza as discussões sobre a SAF, pois ele é a principal figura política do clube. Mas a questão começa a ficar problemática quando se estabelece a premissa de que ele deve ocupar um cargo de gestão dentro da SAF. Isso vai além da função presidencial e toca em algo mais profundo: a ética.

Não há ilegalidade nesse tipo de ação, é verdade. Mas, a meu ver, é um erro de proporções significativas e extremamente imoral. O presidente tem um papel fundamental na condução das diretrizes gerais do clube, mas quando ele tenta ocupar um cargo dentro da SAF, cria-se um conflito de interesses evidente. O fato de ser presidente do clube e ao mesmo tempo exercer funções de liderança dentro da SAF coloca em risco a transparência e a independência que esse modelo de gestão precisa ter.

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A questão não é a legalidade, mas sim o comportamento moral de quem ocupa a posição de presidente. Mário deveria ser um líder que trabalha pela independência da SAF, garantindo que a gestão do clube e da SAF sigam seus caminhos de forma harmônica, mas sem sobreposição de funções. O cargo de presidente exige que ele represente o clube de maneira ampla e imparcial, sem buscar benefícios diretos para a sua própria pessoa ou poder. Quando ( supostamente ) ele impõe a necessidade de ocupar um cargo de gestão dentro da SAF, o que se observa é uma tentativa de concentração de poder, algo que é, no mínimo, antiético.

O que está em jogo aqui é o futuro do clube. O processo da SAF, para ser bem-sucedida, precisa ser administrada com transparência, com uma governança que permita decisões profissionais e independentes. Quando a liderança do presidente se mistura diretamente à gestão da SAF, perde-se a separação entre as funções e compromissos, o que pode prejudicar a credibilidade do processo.

A pergunta que fica é: qual é o papel de um presidente que ( supostamente) tenta impor seu comando dentro de uma estrutura independente como a SAF? A ética, a moralidade e o respeito à governança deveriam ser os pilares de qualquer processo de transformação, e nesse caso, não posso deixar de questionar a postura de quem tenta transformar algo legítimo em um projeto pessoal.

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