Sem jamais fugir da realidade

Infelizmente, a intolerância está espalhada por todos os cantos do planeta. No caso do futebol, ela tem sido implacável. Se você não fala o que uma parte do público deseja ler ou ouvir, alguns radicais aparecem com xingamentos e pesadas ofensas. Pois é, que situação bizarra, mas isso não pode impedir que a realidade dos fatos seja exposta! Estou aqui dando uma rápida desabafada antes de comentar sobre a vitória do Fluminense em cima do Bahia por 2 a 0, pois a intenção é preparar o terreno para expor a minha opinião, que certamente não vai agradar quem gosta de viver no País das Maravilhas.

Vamos lá…

A etapa inicial foi de uma pobreza técnica absurda. Me lembrou o empate sem gols entre Coreia do Sul e Bolívia, pela Copa do Mundo de 1994, que me traumatizou por conta da enorme ruindade apresentada pelas duas equipes.

Os laterais do Fluminense não acertaram nada, Martinelli e Yago deixaram a desejar na armação e o Fred não teve força para buscar o jogo. Jhon Arias se movimentou com inteligência e até criou algumas boas ações, mas os companheiros não conseguiram dar sequência. Já o Lucca desempenhou um bom papel tático de ajudar na recomposição e marcação. O esforço acabou sendo premiado com um gol de falta.

Nos primeiros minutos da etapa final, o Fluminense até causou uma impressão positiva, mas foi apenas uma falsa ilusão. Para piorar, o time colocou a língua para fora e o Bahia passou a ter total domínio do jogo. A pressão aumentou ainda mais após os trinta minutos.

Nino, Luccas Claro e André foram importantíssimos, pois cortaram vários cruzamentos já que o Samuel Xavier e Danilo Barcelos viraram duas grandes avenidas para os baianos. Além do trio, o travessão do Marcos Felipe também fez a diferença em duas ocasiões. Santo travessão!

Achei que o Marcão demorou muito para mexer. Por sorte, o time resistiu e ainda marcou o segundo no último lance do jogo através do Raúl Bobadilla.

Vitória de extrema importância, muita mesma, pois um triunfo sobre o Juventude, na próxima quinta-feira, no Maracanã, deixará o Fluminense na oitava colocação e com possibilidade de fechar o primeiro turno no G-6 ou bem encostado nele.

Porém, se o alívio de momento é algo confortante, o mesmo não se pode dizer em relação ao futuro, pois o Fluminense não está nada bem. Sai Egídio, entra Danilo Barcelos, mas a lateral-esquerda segue um show de horrores. Na direita, Samuel Xavier caiu absurdamente após a lesão do Caio Paulista. No meio, Martinelli e Yago, que agora possuem uma liberdade maior, ainda não conseguiram realizar um bom trabalho no setor de criação. Com relação ao ataque, Fred não aguenta jogar duas vezes por semana. Por último, os reservas mais cascudos não conseguem melhorar o desempenho do time, em especial, o barrigudinho Cazares.

É bem verdade que o Marcão sequer completou dez dias à frente do comando técnico do Fluminense. De cara, o atual comandante encarou três jogos carregados de um pesadíssimo contexto. Sendo assim, só o tempo vai mostrar se ele realmente entregará um trabalho satisfatório.

Ainda acho muito cedo para qualquer tipo de cobrança, mas isso não significa que o Marcão esteja isento das críticas. A calamitosa situação da lateral-esquerda clama por algo novo, pois não dá para aturar de forma alguma a dupla Egídio e Danilo Barcelos. Não sei se o Marlon e Jefté são soluções, mas acho que é válido tentá-los.

Observações:

– Para quem realmente se preocupa com o Fluminense, sugiro a leitura da coluna do Yuri Cardoso, que realizou uma análise extremamente técnica sobre o balancete referente ao segundo trimestre do clube. Contador profissional com grande experiência em auditoria (Big Four), Yuri fez uma espécie de parecer com diversas observações importantes. Vale a leitura. Clique aqui para acessar diretamente o texto!

– Gostaria de ver o Matheus Martins ganhando oportunidades. A hora é essa, Marcão!

– Siga-me no Twitter através do perfil @ViniFLU18 (clique aqui)

Forte abraços e ST

Vinicius Toledo

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