Sequência de vitórias em clássicos, falta de oportunidades a Nathan, mudanças para o jogo contra o Millonarios e muito mais: leia a entrevista coletiva de Abel Braga




Abel Braga (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Abel Braga concedeu entrevista coletiva no Nilton Santos

O técnico Abel Braga concedeu entrevista coletiva após a vitória do Fluminense por 2 a 0 sobre o Vasco da Gama, na noite deste sábado (26), no Estádio Nilton Santos, pela 9ª rodada do Campeonato Carioca. Confira abaixo todas as respostas do treinador:

Atuação contra o Vasco da Gama

“Foi uma partida realmente muito boa, pela posse, pelo dobro de passes na bola, pelas finalizações. Nunca abdicamos de atacar. Claro que com 2 a 0, tentamos chamar o Vasco mais um pouco pra cima da gente, pra tentar contra-ataque, principalmente que já estávamos com Willian descansado, Luiz Henrique, Matheus Martins. Bom jogo, bom resultado e não dá pra gente, lamentavelmente, curtir direito, porque na terça já temos outro decisivo.”

Mudanças para o jogo contra o Millonarios

“Vamos analisar esse grupo que atuou hoje, porque terça-feira pode ser que a gente coloque alguma coisa desse pessoal que atuou com brilhantismo muito grande.

Temos muita consciência de que temos duas equipes. Vencemos porque acreditava nos jogadores, nessa equipe, foi praticamente a que ganhou do Volta Redonda com uma atuação também muito boa. O mais importante é a relação humana que tem nesse grupo, um torce pro outro. Hoje ficou provado que não tem time A ou B, o Fluminense tem um grupo bom, dois bons times para disputar muitas competições no ano. É dessa maneira que eu vejo. Alguns jogadores começam a se destacar, outros nem tanto. Estamos crescendo como um todo.”

Sequência de vitórias em clássicos

“É importante, porque você vencer os três clássicos sem soberba, com humildade respeitando. Fizemos um segundo tempo muito bom contra o Flamengo, um bom jogo contra o Botafogo e hoje, um jogo seguro. Quem viu o jogo deve ter gostado muito da partida e do que o Fluminense jogou.”

Falta de oportunidades a Nathan

“Não vou individualizar, porque hoje era um jogo diferente. Na minha concepção, apesar do bom time do Vasco, dois jogadores que hoje nem foram tão bem, mas que são dois jogadores que vêm fazendo a diferença, que são o Juninho e o Pec, nós tivemos um cuidado grande com isso, com a entrada do Martinelli, e não do Nathan. Então, não vou responder, ele faz parte do grupo, quando tiver que jogar, vai jogar. Cada jogo depende de uma característica, e hoje, justamente, não querer forçar com o André, aquele receio com Felipe, tem que ser com calma. Vamos reforçar o meio, mas sempre colocar um jogador a mais no meio-campo, e foi isso que aconteceu. Chegaram a falar que eu tinha brigado com o Ganso, e está aí o Ganso jogando. Eu não vou responder, desculpa, mas não tem nada a ver.”

Ausência de Fred

“Hoje, nós fundamentalmente fizemos um jogo mais pelo corredor central. O Vasco joga muito de fora pra dentro, mas nós queríamos aproveitar aquele corredor colocando um jogador a mais no meio. Chegamos muitas vezes no fundo do campo, com cruzamente, bola pra trás, com jogador de área é muito bom. É um jogador que a gente espera, vai se recuperar e depois vai brigar pela posição. Em alguns jogos vai ser mais importante que o Cano, outros não. E eu não vou abdicar disso, vou fazer o que a minha consciência mandar. Independente de nome ou de valor, quero todo mundo inteiro, que é o mais importante.”

Decisão diante do Millonarios

“Para terça-feira, o time deles não vai mudar nada, vai meter intensidade, velocidade, é um time de muita movimentação. Só que nós temos que dar uma resposta melhor, não vamos ficar naquela situação de “se eu correr muito ali, não vou voltar”, por causa da altitude. Agora vai ser igual para os dois lados. Lá, apesar do resultado, nós tivemos uma desvantagem quanto a isso, meu time acabou morto, e o bom disso é que vamos analisar esse grupo que atuou hoje, porque terça-feira pode ser que a gente coloque alguma coisa desse pessoal que atuou com brilhantismo muito grande. Não vai ser fácil porque ganhou (no último jogo). Vamos jogar da nossa maneira, não vamos mudar nada, mas aquele sofrimento inicial, o time começou a se encontrar depois do gol, eu acho que não vai acontecer, não tem altitude. Não vão poder botar aquela intensidade toda. Vão ser intensos, vão ser ofensivos, mas com aquela intensidade toda, a nível do mar, é impossível.”

Times alternativos

“Em algumas posições, sim. Por exemplo, tem um que jogou só um pouquinho, ainda não foi usado, mas se analisar bem a atuação dos dois centrais, é algo extraordinário. Alguns jogadores que vinham sofrendo vaias e críticas, como é o caso do Samuel Xavier e do Wellington, eu me sinto no direito de apoiá-los. Se eu achar que tem que escalar, vou escalar. Nós temos um grupo que hoje, será que a outra equipe joga mais bola que essa aí? Não sei. Mas nós vamos disputar quatro competições, e o importante é que quando entrar, (não digam): “Pô, esse cara tá maluco, botou o time B!” Não tem time B. Tem um grupo que tá ganhando e invicto há nove jogos, conseguiu três vitórias em clássicos.

Violência no futebol brasileiro e no mundo

“Hoje, essa vitória ameniza um pouco aquilo que a gente vem sentindo pelo momento no mundo, tudo aquilo que acontece. Lamentavelmente aconteceu problema no Paraná, na Bahia, no Gre-Nal. Cara, a gente vai parar aonde? Isso não existe, estamos no século XXI. Chega. Se não consegue controlar a paixão, fica em casa, vê pela televisão, sofreu um gol gol, joga uma pedra (na TV), joga o rádio, quebra o vidro, não importa. Mas não vem… O cara está indo trabalhar. Aí joga um negócio no ônibus, quebra o ônibus. Tu viu a cara do Danilo (Fernandes), conheço Danilo pessoalmente, fui treinador no ano passado, no Inter, é um cara sensacional, surreal, um ser humano incrível. Aí tu vê aquela foto dele, com o rosto todo… Pelo amor de Deus, gente. Vamos parar um pouco, refletir. Vamos ver as pessoas lá da Ucrânia tentando sair e não conseguindo, tremendo, com problema seríssimo. O futebol até lá tá continuando, um jogo ou outro aconteceu. Ver isso aqui no Brasil…”



Por Explosão Tricolor

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