Sobre Conca, FFERJ e Afins




Amigos, eu vou lhes dizer uma coisa. Graças a Deus esta época chata de pré-temporada está chegando ao fim, para podermos assistir novamente o nosso amado Fluminense em ação.

Tudo bem que o campeonato carioca é uma chatice sem tamanho, com inúmeras partidas desinteressantes, disputadas em locais totalmente inapropriados para a prática do futebol, e contra adversários que beiram o amadorismo.

Ainda assim, é melhor comentar sobre o Carioca do que sobre as inúmeras especulações que surgem nesta época, destacadas por uma imprensa ávida por ibope, e sem qualquer compromisso com a apuração de fatos.

Mas, como ainda não demos o pontapé inicial no Rubão Miranda 2015, seguem alguns pitacos sobre os últimos acontecimentos da semana.

CONCA

Nem uma despedida, satisfação, explicação, afago a esta torcida, que sempre o tratou como o grande ídolo do século XXI.

É claro que o Conca tem todo o direito de ficar receoso com o atual momento financeiro do clube, e aceitar mais uma proposta milionária da China.

Temos que entender que o Conca é um jogador profissional, que aliás sempre honrou bastante a nossa camisa, e nunca irá pensar com a nossa cabeça apaixonada de torcedor.

Mas, da mesma forma, como torcedores apaixonados do Fluminense que somos, temos todo o direito de não concordar com suas últimas atitudes, especialmente sua omissão em se posicionar perante a torcida tricolor.

Conca acabou de retornar da China, onde recebeu aproximadamente 60 milhões de reais, por cerca de 30 meses de contrato.

60 milhões de reais!!!! Será que alguém aqui tem noção de quanto é isso? Eu não tenho.

Hoje, seu salário era de aproximadamente 750 mil reais no Fluminense. E foi feita uma proposta de 600 mil reais mensais, por uma readequação financeira, com a contrapartida de estender seu contrato por cinco anos.

600 mil por mês, para alguém que já ganhou 60 milhões na carreira, isso contando apenas o contrato de sua primeira passagem pela China.

É pouco? Não, não é. Aí o Conca justifica que não confia na capacidade de pagamento da diretoria tricolor. Ok! Mas porque aceitou propostas de Flamengo e Corinthians? Estes clubes também não enfrentam problemas de atrasos nos salários?

Mas, enfim, é um direito do Conca decidir onde quer jogar, qual proposta deve aceitar, etc.

Assim como também é um direito da torcida tricolor o considerar menos ídolo por causa de suas recentes atitudes. Ou não.

De minha parte, afirmo que tive uma decepção muito grande. Entendo que o futebol hoje é profissional, e que a parte financeira é extremamente relevante no planejamento de uma carreira.

Mas acho que o quesito “identificação com um clube” também deve ter sua importância na tomada das decisões. O Conca já tinha feito o grande contrato da vida dele entre 2011 e 2013. Quis voltar ao Brasil, até antes do término do contrato (desde que o Fluminense pagasse aos chineses uma parte das luvas que recebeu, e que não queria devolver). Com 31 anos, acho que poderia ter assumido sua condição de ídolo, e ajudado neste período difícil de transição que estamos passando.

Nunca esquecerei o título de 2010, a atuação em todas as 38 partidas, mesmo contundido, e a participação de destaque naquela campanha. Nunca esquecerei suas atuações na Libertadores de 2008, e na espetacular fuga do rebaixamento em 2009.

Um excelente jogador, ídolo até, mas que escolheu não fazer mais parte da minha galeria de heróis.

FFERJ

Demorei pra escrever sobre a nota publicada pela diretoria, pois precisei digerir um pouco toda esta situação, antes de emitir minha opinião.

Gostei do conteúdo da nota. Irônica, bem escrita, e agressiva.

O que eu gostaria de saber a partir de agora é: quais são as táticas do Fluminense para esta guerra?

Porque vem chumbo grosso por aí.

E o Fluminense também é responsável por tudo o que está acontecendo no futebol do Rio. Afinal de contas, é membro da Federação e participa de suas decisões.

Este atraso ético e técnico não vem de hoje. Há décadas que o futebol do Rio é comandado, e “descomandado”, por pessoas que não tem a mínima preparação para tal, inclusive utilizando-se de preceitos que deveriam estar enterrados em um futebol dito profissional.

E o que faz o Fluminense para tentar mudar este quadro? É possível mudar sozinho? Claro que não. Mas é preciso iniciar o debate, ter a posição de vanguarda que sempre teve em sua história.

Se não é possível abandonar o campeonato em virtude das obrigações comerciais, que inicie um movimento de moralização da Federação, mesmo que para isso tenha que sofrer consequências em curto prazo, com arbitragens controversas e tabelas desfavoráveis.

Isto já não acontece de qualquer forma?

Então, vamos à guerra Fluminense!!!

AFINS

– Carioca sem Maracanã? “Jênios”, “Jênios”, “Jênios”!

– Cristóvão pensou em Walter para substituir o Conca. Acho que caberia mais uma nota oficial aí.

– O Carioca é uma lástima, mas só temos isso a fazer no primeiro semestre. É campeonato? Oficial? Vale taça? Vão nos roubar? Paciência. Se é Fluminense em campo, então temos que entrar para ganhar.

Abs,

Alan Petersen