Tem que suar a camisa e honrar o manto!

Ganhar do Botafogo é obrigação! Quem quer ser campeão não pode perder ponto pra time pequeno. Ainda mais contra o futuro “Guarani de Campinas” do Rio de Janeiro. Apesar de Garrincha e tantos outros craques que já vestiram a camisa do time da estrela solitária, hoje é apenas uma caricatura de clube e que deve se contentar com a realidade da qual não mais sairá, já que, em breve, nem mesmo a mídia vai considerá-lo grande. É o fim!

Deixando de lado os problemas dos outros, parece óbvio que o time do Fluminense, no jogo de domingo, suou a camisa e demonstrou uma raça ímpar em campo. Conseguiu superar as várias falhas táticas com a famosa “vontade de vencer” que deve sempre caracterizar quem veste o manto do maior do Rio. É isso que a torcida espera, pelo menos aquela que fica na frente da TV, porque no estádio ela não está comparecendo. Mas isso será objeto de outro post.

E por falar em suar a camisa, Cícero parece que, cada dia mais, se reinventa no futebol. Se no jogo contra o Palmeiras ele decepcionou jogando mais adiantado, contra o Botafogo ele se superou com a vontade e a determinação que lhe caracterizaram na primeira passagem pelo Flu. Não fez gol, mas foi fundamental no esquema tático ainda iniciante de Levir e que busca a marcação na saída de bola adversária. Certamente vai ser peça essencial no restante do campeonato.

A zaga, mais uma vez, não inspirou confiança. Gum e Henrique dão a exata sensação de que, a qualquer momento, teremos desagradáveis surpresas nos esperando na nossa última linha. Henrique então faz a expressão “coração na mão” se elevar à “enésima” potência. Dessa vez não fomos exigidos, mas quando somos… é um Deus nos acuda pra Judas nenhum deixar de pedir perdão! Apesar da crítica, Gum conseguiu anular o “todo-poderoso” Ribamar. No Carioca, com a ajuda da FERJ, ele até que produziu. Mas em campeonato que vale, nada fez.

Fred, ao contrário dos outros jogos, mostrou mais interesse pelo futebol nesta partida. Se contra o Palmeiras ele se limitou a descansar da viagem até São Paulo, contra o Botafogo teve atuação até certo ponto destacada, incluindo aparições na zaga e na organização de jogadas. Fez aquilo que se espera de qualquer jogador moderno: suou a camisa.

Consultando mais uma vez o site footstats.net, o mapa de calor do nosso capitão dá a exata ideia de que, os jogos em que ele mais se destacou, foram exatamente aqueles em que mais correu. Conforme consta no citado site de estatísticas, os mapas de calor do nosso atacante chegaram próximo do “laranja” (vermelho nem pensar!) nos jogos contra o América de Minas e o Botafogo. Já contra Santa Cruz e Palmeiras ele fez jus ao apelido que ganhou na Copa do Mundo do Brasil. Em resumo: ele precisa continuar suando a camisa e honrando o manto. Não bastam jogos isolados: deve correr em todos.

No quesito “suar” a camisa, merece destaque individual o jovem Richarlison. Moleque abusado, parte pra cima do adversário com a garra própria de quem, aos 19 anos, busca seu espaço no time. Não tem medo de cara feia e é “fominha” na dose certa. Claro que ainda deve ser lapidado, mas já se pode perceber que o Fluzão tem muito a ganhar com o garoto. E vice-versa. Mandou muito bem Levir ao escalá-lo. Melhor ainda quando destacou os aspectos que precisam ser melhorados durante a entrevista pós-jogo. É assim que se faz um grande jogador!

Por fim, como esquecer de Douglas. Ele não pode ser banco. O futebol atual exige que todos saibam jogar com a bola nos pés. Não dá mais para escalar um cão-de-guarda como o Pierre e deixar de lado o talento do moleque da base. Se não fosse Douglas, não teríamos roubado a bola do gol que garantiu a vitória.

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

1. Depois da queda na libertadores, o “eu acredito” do Galo já não ecoa tão alto assim. Ganhar deles, mesmo no Independência, não é difícil. Três pontos na mira!

2. O lateral-esquerdo da rodada do Brasileiro foi Giovanni. Que estranho! Depois da correria de Fred, outra coisa esquisita que aconteceu no Raulino de Oliveira. Espero que assim continue.

3. Marcos Jr. e Scarpa discutindo por causa do jogo. Que beleza! É assim que se forma um grande time! Quando discutem é porque querem acertar.

4. Pierre está fora do jogo de quarta. Melhor pra Douglas que poderá continuar mostrando que pode ser titular.

5. Segundo site globoesporte.com, o XV de Jaú levou mais gente ao estádio que o clássico carioca: 4.096 a 4.022. Devemos refletir sobre isso com urgência. Não vale a velha desculpa de ingresso caro e torcida organizada, porque outros clubes lotam seus estádios e têm os mesmos problemas, a exemplo de Palmeiras e Corinthians.

Evandro Ventura / Explosão Tricolor

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