Haja coração!




Nino (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)

É sempre bom lembrar que o Roger Machado não deixou pedra sobre pedra no Fluminense. Sendo assim, a missão do Marcão não é das mais fáceis, mas também está longe de ser impossível. De qualquer forma, até mesmo para manter uma linha de coerência, ainda estou aguardando passar um mês para emitir uma opinião mais firme sobre o início do trabalho do Marcão, que ainda não encanta em termos de desempenho, mas já apresenta resultado bem satisfatório, pois já conquistou três vitórias e dois empates no Brasileirão, ou seja, um aproveitamento de 73,33%.

Sobre o jogo contra o São Paulo, o primeiro tempo não foi nada agradável. O Fluminense até tentou jogar, mas esbarrou em problemas de criação e também na forte marcação adversária. Já na primeira metade do segundo tempo, o Fluminense esteve melhor, pois conseguiu encaixar o seu jogo em diversos momentos. Abriu o marcador, sofreu o empate, mas desempatou novamente após bela jogada coletiva.

O problema é que logo após marcar o segundo, o Fluminense desistiu de jogar. Além da péssima mudança de postura, as substituições do Marcão foram terríveis. A entrada do Wellington, por exemplo, foi algo inexplicável. Qual problema com o garoto Wallace, que estava relacionado? Bobadilla foi outro que não acrescentou nada.

A reta final da partida foi dramática para o Fluminense. Ainda bem que o Marcos Felipe fez a diferença. Sofrimento desnecessário, que poderia ser evitado com uma formação melhor do banco de reservas. É inadmissível não ter um John Kennedy ou Matheus Martins para, no mínimo, incomodar a zaga adversária com velocidade e movimentação.

O time terminou a partida com três laterais, três zagueiros, três volantes e o trombador do Bobadilla lá na frente. Os três pontos vieram, mas o Fluminense correu um risco totalmente desnecessário. Como diz o Galvão Bueno: “Haja coração!”

Agora é jogar a vida na próxima quarta, contra o Atlético-MG, pelas quartas da Copa do Brasil. A missão é difícil, mas o Fluminense tem que encará-la como se fosse o último prato de comida do mundo.

Observações:

– Marcos Felipe, Calegari, André e Luiz Henrique foram muito bem.

– Nino também esteve muito bem. Fez gol, mas o pênalti cometido poderia ter resultado em cartão vermelho. Porém, é justo considerar o grau de dificuldade na tomada de decisão em um lance como esse.

– Neste domingo, dois lances de “improvisos” me chamaram atenção. O primeiro foi o calcanhar do John Kennedy no primeiro gol da goleada sobre o Botafogo, pelo Brasileirão Sub-20. Já o segundo foi o toque de cobertura do Rodrigo Nestor no lance que originou o pênalti para o São Paulo. Lances como esses são raros no futebol moderno. Esse improviso diferenciado sempre foi marca registrada do futebol brasileiro e deveria voltar a ser mais estimulado.

– Sigo acreditando que o Fluminense tenha condições de realizar uma boa campanha no returno do Brasileirão, mas o Marcão precisa ser bem mais estratégico na formação do banco de reservas. Talentos como o Wallace, John Kennedy, Matheus Martins e João Neto não podem ser desconsiderados.

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Vinicius Toledo