Salve o Santo Guerreiro e o Time de Guerreiros




Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

Salve o Santo Guerreiro e o Time de Guerreiros (por Lindinor Larageira)

Mesmo que não seja o padroeiro oficial do Rio de Janeiro, São Jorge, o Santo Guerreiro, forma uma grande dupla de zaga, com São Sebastião, na proteção a essa, que é a mais linda e uma das mais maltratadas cidades do planeta.

Como devoto, aproveito para pedir a proteção do cavaleiro nobre, para mim, para minha família, para o povo da capital Fluminense e para o Time de Guerreiros, neste 23 de abril.

A história de Jorge remonta à antiguidade. Acredita-se que tenha vivido no século III d.C., durante o reinado do imperador romano Diocleciano e que tenha nascido na Capadócia, uma região que hoje faz parte da Turquia. A saga do Time de Guerreiros nos leva de volta à epopeia de um ano não tão distante: 2009.

Se Jorge se recusou a renunciar à sua fé e, em vez disso, professou publicamente ser cristão, o que o levou à prisão e depois à morte, o Fluminense desafiou a matemática e se recusou ao rebaixamento, já dado como certo pelos matemáticos. Mas como o futebol nunca foi uma ciência exata, nascia ali o Time de Guerreiros, que escreveu uma das mais belas páginas da história do clube tantas vezes campeão.

Um jogo emblemático e inesquecível dessa trajetória que forjou essa identidade de luta, garra e entrega, de 11 guerreiros em campo, milhares nas arquibancadas e milhões espalhados pelo Brasil e pelo mundo, não aconteceu em 21 de abril, mas em 18 de novembro. Justamente contra o adversário desta semana na Libertadores, o Cerro Porteño.

Como recordar é viver, o Flu precisava somente de um empate para chegar às finais da Copa Sul-Americana, após convincente vitória, mesmo que pelo placar mínimo, no jogo de ida, em Assunção. Gol que só poderia ser de um guerreiro: Fred.

Mas o jogo da volta, com um Maracanã lotado e colorido, não foi dos mais tranquilos. O time paraguaio veio para cima do tricolor, com muita disposição e organização, abrindo o marcador logo aos seis minutos do primeiro tempo, através de Cáceres. O Cerro controlava o jogo, diante de um Fluminense tão tenso quando a sua torcida.

Sem outra opção além do ataque, o tricolor se mandou para cima do adversário e abriu espaços na defesa durante o segundo tempo. Todo recuado, o Cerro Porteño dava sinais de que ficaria satisfeito em levar a partida para os pênaltis. Foi quando, na reta final, a torcida deu início ao canto “A bênção, João de Deus”.

Já nos acréscimos, aos 47 do segundo tempo, Conca levantou na área, a bola sobrou para Gum, que tentou uma vez e na segunda tentativa, acertou um chute certeiro, vencendo o ótimo goleiro Barreto, e fazendo o Maraca explodir em verde, branco e grená. A classificação para as finais estava garantida. Mas a coisa não parou por aí. Teve uma pressão desesperada dos paraguaios, com goleiro na nossa área, o que proporcionou um contra-ataque e o gol de Alan, aos 49.

Achou que acabou? Nada disso. No apito final, o time guarani partiu para cima dos nossos jogadores, dando início a uma pancadaria generalizada. Como São Jorge, nosso time ganhou na bola e no braço.

Uma noite épica para a gente contar para os nossos filhos e netos.

Que o espírito do Time de Guerreiros e a proteção de São Jorge estejam conosco nesta quinta-feira, 25 de abril.

PS1: Parece que TS3 vem mesmo em julho. Mas pelo amor de Deus e de São Jorge, diretoria: contrate um zagueiro de qualidade antes disso.

PS2: E se a diretoria não contratar, por São Jorge, Diniz, teste o guerreiro Felipe Andrade na zaga.