Justiça absolve ex-funcionários do Fluminense acusados de repassar ingressos para torcidas organizadas




Foto: Nelson Perez / Fluminense F.C.



Ex-funcionários tricolores foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ)

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) absolveu os ex-funcionários do Fluminense, Artur Machado Mahmoud e Filipe Ferreira Dias, das denúncias do Ministério Público baseadas na “Operação Limpidus“, que investigou repasses de ingressos por clubes de futebol à torcidas organizadas no fim de 2017. A sentença foi proferida no início deste mês pelo juiz Bruno Monteiro Ruliere. No decorrer do processo, o próprio MP, autor da denúncia, pediu a absolvição dos dois, por não enxergar prática ilícita por parte deles.

Na mesma sentença, os presidentes de torcidas organizadas tricolores na época, Luiz Carlos Torres Júnior, Ricardo Alexandro Alves Gomes, Carlos Roberto de Almeida e Manoel de Oliveira de Meneses, foram absolvidos no artigo 288 do Código Penal (associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes), mas tiveram apontada “possível prática do crime” previsto no artigo 41-F (vender ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete).

Por considerar a prática como “crime de menor potencial ofensivo“, o magistrado determinou ao MP a análise da possibilidade de aplicações de ” institutos despenalizadores“, como, por exemplo, composição civil (pagamento de reparação) transação penal (cestas básicas, serviços comunitários) ou suspensão condicional do processo.



Artur, assessor de imprensa do presidente Pedro Abad na época, e Filipe Ferreira, então gerente executivo de arenas do Fluminense, foram absolvidos nas duas acusações com base no Artigo 386 do Código Penal, incisos I (provada a inexistência do fato) e III (não constituir o fato infração penal).

Os dois haviam sido apontados pelo MP como responsáveis por repassar os ingressos aos integrantes das torcidas organizadas e chegaram a ficar quatro dias detidos.

Na época, o então presidente do Fluminense, Pedro Abad, confirmou o fornecimento de 200 ingressos a serem divididos entre as principais organizadas tricolores na reta final do Brasileirão como forma de angariar apoio ao time, que lutava contra o rebaixamento na competição, mas que não sabia que os ingressos eram vendidos a cambistas.