Mudança de estatuto do Fluminense gera revolta nos bastidores da política




Pedro Antonio quer se candidatar (Foto: Fluminense FC)
Pedro Antonio quer se candidatar (Foto: Fluminense FC)

Bastou o Fluminense ter a sua primeira pausa longa na temporada para a política do clube pegar fogo nos bastidores. O motivo já acabou sendo exposto para o público: a movimentação para a mudança do estatuto para que Pedro Antonio, atual vice de projetos especiais, possa se candidatar à presidência. De acordo com as regras do clube, alteradas pela última vez em 2012, o sócio precisa ter ao menos cinco anos de associação para se tornar elegível, e o empresário não se encaixa neste perfil, já que se associou ao Tricolor apenas no dia 25 de setembro de 2013. Tal possibilidade foi classificada como golpe por diversas lideranças políticas de grupos de situação, oposição e terceira via.

O avô de Pedro Antônio foi sócio do Fluminense a partir de 1927, e seu pai também se associou. O empresário não entrou antes para o clube, segundo ele, por causa da burocracia. O atual coordenador das obras do Centro de Treinamento ainda não confirma abertamente que seu objetivo é ser o próximo presidente do Fluminense, mas não esconde que vê com bons olhos a mudança no estatuto.

– Primeiro, não se está alterando nada. Segundo, se alterar, vai ter o sufrágio de todos os sócios votarem a mudança. Quem decide é a razão de ser do Fluminense: o torcedor. Ponto. O que as pessoas não podem é fazer uma campanha anti-Pedro. Não podem defender que o estatuto não seja mudado por causa do Pedro Antonio. A sociedade tem de seguir as leis. Elas são feitas para o bem da coletividade. Se a sociedade achar que tem de se adaptar para o bem, se muda. Em 110 anos, o mínimo de associação era um ano. Fazem três anos que é cinco. O sócio futebol pode ser presidente? Não. O sócio futebol pode ser conselheiro? Não. É como proteger o Rio de Janeiro de uma nevasca – disse o vice de projetos especiais do Fluminense.

Existem três formas de o pedido de mudança no estatuto chegar ao Conselho Deliberativo do Fluminense. A primeira é através do envio da proposta feita diretamente pelo presidente do clube; a segunda é no caso de 30 conselheiros assinarem o requerimento. Por fim, 1/5 dos associados têm o direto de promover uma assembleia geral. No caso do Fluminense, o ambiente de votantes gira em torno de 25 mil pessoas, e a medida teria de ser defendida por 20% desse universo para, então, ser colocada em votação.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globoesporte / Foto: Fluminense FC