Fica, Diniz…




Fernando Diniz (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)

Fica, Diniz… (por Lindinor Larangeira)

Depois de mais uma atuação pífia, o empate na estreia da Libertadores, a parcela mais pessimista da nossa torcida começou a prever uma temporada desastrosa e a pedir a cabeça do nosso treinador. “Fora, Diniz”, repetem à exaustão, como proclamam o apocalipse de uma suposta “terra arrasada”.

É óbvio que o futebol do Fluminense nesta temporada está muito longe daquele que encantou torcedores, inclusive de outros clubes. Mas daí, avaliar que “a carruagem virou abóbora”. “A vaca foi pro brejo”. “O sonho acabou”. Ou se valer de qualquer outro ditado popular catastrofista, é algo, para mim, ainda um pouco longe da realidade. Porém, uma mudança de atitude é fundamental para que o espírito daquela velha hiena do desenho animado (“Oh dia, Oh vida, Oh hora, Oh azar…”) não se materialize.

Por isso, aproveito esse espaço para gritar bem alto: FICA, DINIZ!

Fica esperto, Diniz

“Para manter um modelo de jogo de alta intensidade, concentração e foco, rejuvenescer o time é fundamental. Marcação alta com jogadores lentos na recomposição não costuma dar bons resultados”.

Fica calmo, Diniz

“Mais tranquilidade nas coletivas. Em algumas entrevistas você tem passado um pouco do tom. E aqui quem fala é um jornalista, que também avalia que algumas questões levantadas pelos colegas são pouco pertinentes, ou mesmo têm o objetivo de produzir alguma crise no clube”.

Fica atento, Diniz

“Para as carências do elenco. Talvez a principal seja a reposição do Nino. Para as possibilidades de utilização dos moleques na nossa base. E para o mercado da bola. E essa atenção deve ser dividida com a diretoria”.

Fica frio, Diniz 

“Se a tranquilidade deve ser exercitada nas entrevistas, muito mais ainda à beira do campo. As recorrentes reclamações, que rendem cartões e expulsões sucessivas. As pesadas admoestações nos nossos atletas. Isso, creio que gera instabilidade no time em campo”.

Fica ligado, Diniz

“Na terça-feira, o lema é: Vitória, Fluminense!”.

Fica no Flu, Diniz

“A maioria esmagadora da nossa torcida adora você. Desde a sua passagem como jogador, eu já dizia que você seria treinador, pela ótima leitura de jogo que você tinha”.

Por último, para fechar esse texto, que é uma muito mal disfarçada carta aberta, a imagem que tenho de você é a de um profissional sério, ético e trabalhador. Ou seja, alguém extremamente necessário ao futebol brasileiro.

PS: Como no caso de Fernando Diniz, creio que o nosso atual elenco dará, pelo menos, dois treinadores: Felipe Melo e Renato Augusto. Aguardem.