A Síndrome do Primeiro Tempo: Flu só marcou 4 gols na primeira etapa dos últimos 17 jogos




Amigos Tricolores,

Consultei os arquivos do DATAPAULONENSE e cheguei a uma preocupante conclusão: nos últimos 17 jogos o time do Fluminense fez a ridícula marca de apenas 4 gols no primeiro tempo!

Foram exíguos 4 gols em 765 minutos jogados, média de um gol a cada 191 minutos! Muito pouco para um time grande!

E é quase sempre o mesmo: o jogo começa, se for em casa o time toma a iniciativa, toca pra cá, toca pra lá, procura espaços, não os acha, volta o jogo, insiste no improdutivo e sonolento toque de bola e nada acontece…

Não cria nada de efetivo, não há uma triangulação positiva, uma infiltração na área, uma jogada ensaiada, um drible curto que quebre a armação da defesa adversária, uma chegada produtiva na linha de fundo para um cruzamento perigoso… Um passe vertical encontrando alguém em condições de finalização… Nada!

É sempre o mesmo enervante e improdutivo toque de bola. Jogadores de meio não encontram espaços, tocam para os laterais, estes não sabem o que fazer com a bola e não criam nem a jogada do 2 x 1 para chegar ao fundo… Para não perder a bola, tocam para um zagueiro, que toca para o outro zagueiro invertendo o jogo ou para um volante, que procura um meia de criação e volta o mesmo ciclo… Ninguém arrisca nada diferente e transfere para o outro a responsabilidade, a estatística de passes certos vai aumentando, a de posse de bola também… Mas gol, que é bom, nada… E tudo com uma lentidão tartaruguesca.

E isso é só culpa do Levir? Eu não diria isso, o time tem sérios problemas de criação mesmo, e qualidade técnica, principalmente com a contusão de Gustavo Scarpa. Com a volta dele, e a chegada de reforços justamente nos setores de criação e finalização, a tendência é o time melhorar bastante. No último jogo já vimos que foi a entrada de Wellington que apresentou um diferencial, a jogada individual, que começou a desmontar a encaixada marcação adversária.

Sem isso o time fica dependendo de uma bola parada, um escanteio, ou uma falha grotesca do adversário…

Contra o Ypiranga no último jogo chegamos à incrível marca de 71% de posse de bola no primeiro tempo na casa do adversário, sem contudo nada de perigoso ser criado.

Se o jogo é fora de casa, começa aquela nossa retranquinha, com o time todo fechadinho, e quando consegue a bola pouco tem a fazer de positivo, mesmo com teoricamente algum espaço contra times que saem um pouco mais para o jogo, na condição de jogar em casa.

Nos 17 jogos citados, só em 3 o Fluminense marcou no primeiro tempo: 1 x 1 contra o Atlético-MG, 1 x 2 contra Santos (placar de primeiro tempo, pois depois perdemos por 4 x 2) e 2 x 0 contra Cruzeiro. Nos demais jogos tivemos no primeiro tempo 9 placares de 0 x 0 (Santa Cruz, Palmeiras, Botafogo, Chapecoense, Corinthians, Flamengo, Coritiba, Vitória e Ypiranga), 4 derrotas por 1 x 0 (Grêmio, Sport, Ypiranga e Atlético-PR) e uma derrota por 2 x 0 (São Paulo).

Ou seja, somente o jogo contra o Cruzeiro, em Edson Passos, foi um ponto fora da curva de nossa análise, pois ali o Fluminense ganhou por 2 x 0 no primeiro tempo, placar que por sinal foi o final da partida. Assim mesmo, confere com o que constatamos: dois gols achados em bola parada, um em cobrança de falta e o outro de pênalti, e contra um time que está em péssimo momento.

E essa parece mesmo a tática: tocar e tocar no primeiro tempo, sem arriscar muito, para, no segundo, depender de um erro do adversário para ganhar o jogo. Foi assim nas vitórias contra Botafogo, explorando um erro na saída de bola do adversário, Corinthians, que cometeu um pênalti claro, embora desnecessário, e Flamengo, que fez um gol contra e deu um passe para o outro. E Ypiranga, no segundo jogo, um time muito fraco, que resistiu enquanto pôde, até levar dois gols.

Às vezes o segundo tempo continua igualzinho, e o Flu desperdiça oportunidades de ganhar jogos em que bastaria ter uma produção ofensiva um pouco melhor para sair na frente: foi assim nos empates sem gols contra Chapecoense, Coritiba e Vitória.

Quando já está perdendo, Levir começa a lançar atacantes, desguarnecendo outros setores, desequilibrando o time, que parte para o tudo ou nada de qualquer maneira, e acaba perdendo mesmo o jogo. Tanto que o Fluminense não virou nenhum jogo dentre os 17 mencionados.

Venho observando essa tendência há algum tempo, e chego a brincar com amigos, quando me perguntam se vou ver o jogo: “Só o segundo tempo, para ver como será o jogo. No primeiro nada positivo acontece.” (Apenas uma brincadeira, pois acabo vendo todos os jogos! Só não vi um este ano, contra o Santos, por estar no jantar de aniversário de minha esposa!)

Enfim, Amigos Tricolores, para terminar essa análise com uma mensagem positiva, lembro que foi justo em Edson Passos, onde jogaremos amanhã, que a negativa estatística não funcionou. E foi nossa primeira partida com cara de jogo “em casa”, e amanhã teremos casa cheia! E com os reforços entrando, e cada vez mais ganhando ritmo, para modificar todo esse infeliz panorama.

E a torcida terá que jogar junto!

Para o Fluminense finalmente entrar com força no Brasileirão 2016!

Porque é como eu digo sempre:

O IMPORTANTE É O SEGUINTE: SÓ DÁ NENSE!!!

Por PAULONENSE / Explosão Tricolor

Fest Reforços
Os reforços que chegaram para mudar a cara do Fluminense. (Foto: Paulo Nense, na Flu Fest)