Trabalhando como taxista, Ronald se agarra em promessa política para retornar ao Fluminense




O título do Campeonato Carioca de 1995 jamais será apagado da memória do torcedor do Fluminense. A final com o gol de barriga do Renato Gaúcho eternizou na história do clube como uma das maiores conquistas dos 114 anos de história do Tricolor. O ex-lateral direito Ronald, titular da inesquecível campanha, hoje ganha a vida como taxista no Rio de Janeiro.

O ex-jogador sonha em retornar ao Fluminense para fazer o que sabe de melhor: dar aula de futebol. Enquanto o sonho não se realiza, Ronald completa sua renda como taxista desde o mês de junho. Mas é difícil passar despercebido pelas ruas e avenidas cariocas.

– Quando entra tricolor no táxi, os caras ficam loucos – disse o ex-jogador do Fluminense ao portal UOL, que também comentou sobre o assédio dos fãs:

– Os caras tiram fotos, ficam batendo papo a corrida toda. Nas ruas as pessoas me reconhecem direto, foi muito marcante aquele gol do Renato Gaúcho de barriga. Os torcedores do Fluminense reconhecem na hora, entram, ficam olhando e depois falam – conta Ronald.

Atuando como taxista há pouco mais de três meses, Ronald já conhece os dilemas da profissão. Perguntado se o novo ofício dá conta de sustentar as despesas, ele reclama da concorrência, mas admite que é o suficiente.

– O Uber está acabando com o taxista. O valor deles é muito baixo. Mas aqui na zona sul o pessoal ainda pega taxi, se você estiver na rua rodando direitinho, você consegue faturar, sim. É meu ganha-pão. Esse táxi é de um amigo que jogou a chave no meu peito e falou: ‘é teu agora’. O carro é como se fosse meu, eu fico com ele direto e trabalho os 7 dias da semana. Deve dar quase uns 4 mil reais por mês, mas tem que tirar a diária 120 reais que vai para o dono do táxi. Eu faço a diária e o que entrar depois o valor é meu – confidenciou Ronald.

Mesmo trabalhando como taxista, Ronald não esquece da sua velha paixão. Há 17 anos, o ex-lateral tem uma escolinha de futebol que carrega seu nome e cujo gramado está passando por reforma – motivo, aliás, da nova vida como taxista. Como não queria ficar parada, ele aceitou o desafio da nova profissão. Nesse período, o ex-jogador trabalhou tanto nas categorias de base como no profissional de diversos clubes tradicionais do Rio de Janeiro, a exemplo de Olaria, Bonsucesso, São Cristóvão e América. Agora, ele quer realizar o sonho de voltar ao Fluminense.

 – Ser treinador aqui no Rio está muito difícil, clube pequeno você trabalha, mas às vezes não recebe. Eu estou numa expectativa muito grande da nova eleição que haverá no Fluminense, em novembro. Tem um candidato, o Mário Bittencourt, que falou que sendo eleito eu vou trabalhar no futebol do Fluminense. É o meu sonho trabalhar no Fluminense – revelou Ronald.

À espera do resultado das eleições do Fluminense, Ronald ainda lembra com detalhes como chegou nas Laranjeiras aos 27 anos, vindo do Americano, onde era capitão do time. Ele recorda como ganhou a confiança do técnico Joel Santana e a titularidade na lateral direita da equipe que faria história em 1995.

– Eu fui para o Fluminense e aí chegou o Joel Santana como treinador no início do ano. No meu primeiro coletivo, o Joel pediu para eu assinar contrato, gostou. Você imagina eu jogando a minha vida toda em times pequenos, com uma certa idade, e me aparece o Fluminense? A motivação foi a mil e eu conquistei a titularidade. Na primeira oportunidade que tive no time titular, eu não saí mais, eu fui titular da campanha de 95, Campeonato Estadual, Brasileiro e Copa do Brasil. Fui titular o ano todo e joguei os dois jogos contra o Santos pelo Brasileiro. Eu fiz até o gol de pênalti no 4 a 1 aqui [o Fluminense abrira vantagem no jogo de ida por 5 a 2]” – relembra Ronald, que hoje está com 50 anos de idade. O ex-jogador relembrou de uma história marcante sobre a final do Estadual de 1995.

– A gente estava concentrado, no sábado, antes da final [do Carioca] contra o Flamengo. Os torcedores do Flamengo programaram de soltar fogos a noite toda para a gente não dormir. O hotel era no Leme. Um torcedor do Fluminense ligou para o nosso supervisor e alertou. O supervisor acreditou e trocou a gente de hotel na noite de sábado, saímos pela porta dos fundos e fomos para outro hotel em São Conrado. Dormimos lá e realmente teve os fogos a noite toda no Leme, ninguém dormiu no hotel, mas o tempo todo o grupo estava dormindo em São Conrado. Dormimos tranquilos, voltamos de manhã para almoçar no Leme e realmente ficamos sabendo que aconteceu isso, a gente estava 1 a 0 na frente deles já. Foi um momento especial, aquele ano o Fluminense estava há 8 anos sem ganhar um título estadual. Foi o ano que o Flamengo completou 100 anos e eles perderam o título” – finalizou Ronald.

Por Explosão Tricolor / Fonte: UOL / Foto: Divulgação

PN Brasil Siga-nos no Twitter e curta nossa página no Facebook

INSCREVA-SE no nosso canal do YouTube e acompanhe os nossos programas!

SEJA PARCEIRO DO EXPLOSÃO TRICOLOR! – Entre em contato através do e-mail: explosao.tricolor@gmail.com