Em entrevista ao Redação SporTV, Abel Braga rebate matéria do jornal “O Globo”




Nesta sexta-feira, o jornal “O Globo” publicou no seu caderno de esportes, uma reportagem destacando um suposto receio da diretoria do Fluminense de que a morte do filho João Pedro, no início de agosto, estaria atrapalhando o trabalho de Abel Braga. Em entrevista ao “Redação SporTV”, o treinador garantiu que não mistura a vida pessoal com o trabalho e fez questão de reafirmar a sua alegria por fazer parte do clube, além de elogiar os torcedores.

– O que acontece é surpreendente. Vou te falar, eu não sei se isso faz parte da nossa cultura, desse sangue latino. Depois da matéria do GloboEsporte.com (uma entrevista concedida ao site), eu também fiz uma matéria para o SporTV, que foi na mesma conferência. E o Rafael Oliveira (repórter de “O Globo”) perguntou (na coletiva) se eu estava abatido pelo problema do meu filho. Acabou a entrevista, eu passei pelo corredor e perguntei para ele: “Por que você me perguntou isso? Hoje, um mês após a morte do meu filho, você veio me perguntar se eu estava abatido”. Primeiro que a minha vida pessoal não tem nada com a profissional. Eu disse para ele que, dois dias após o falecimento do João, eu estava dando treino e, quatro dias depois, eu estava no Recife comandando o time contra o Sport. Assim foram todos os dias até agora. Isso aqui é uma coisa que me faz bem. É lamentável as pessoas que perguntam determinadas coisas e querem que você responda determinadas coisas que interessam para elas. Eu não respondo. Eu o questionei, educadamente, o motivo da pergunta. Ele não tem que me fazer essa pergunta. Ele está aqui para me falar sobre o Fluminense. Situações sobre mudanças, sobre o momento e o que eu espero. Eu falo que a minha grandeza está na verdade. A dedicação que eu tenho com esse clube é ímpar. Me sinto bem no clube, com as pessoas, com o torcedor.

O treinador Abel Braga também disse que não está satisfeito como desempenho do Fluminense no Campeonato Brasileiro, mas lembrou que está sofrendo com a grande quantidade de jogadores lesionados durante a temporada. Ele reforçou o comprometimento com o Tricolor para “remontar o time mais uma vez”.

– Posso ter me abatido, sim. O time não vem jogando bem. Fez um primeiro tempo muito ruim, não vem conseguindo resultados. Mas tudo dentro de situações bem que o Fluminense foi montado três, quatro vezes neste ano. Problemas de contusões. Quando você começa um trabalho e fica sete jogos sem sofrer um gol (…). Essa equipe não está formada, não. Ela está a ter o retorno de peças importantes. É a terceira formação em oito meses, já que começamos a jogar em fevereiro. Agora, se isso veio de colocações de pessoas do clube, é alguém querendo tirar responsabilidade. Mas isso não muda nada porque o meu laço aqui é muito forte. Estou muito bem aqui e não transfiro responsabilidade. Após o jogo contra o Palmeiras, eu me responsabilizei totalmente pela escalação da equipe. Quero culpar fracassos e resultados ruins e jogar isso para um lado pessoal meu… Para quem me conhece, isso é só mais um detalhe. Eu tive um clássico nos Emirados Árabes e perdi a minha mãe. Para chegar ao Rio de Janeiro e acompanhar o enterro teria que ser três dias de velório. E eu não estive no velório e enterro da minha mãe. Eu sei separar o lado pessoal do profissional. Que fique bem claro que, da forma como surgiu, foi uma covardia porque não foi dessa maneira que foi colocado na própria pergunta. Agora, se veio de alguém do clube, eu lamento muito porque é mais covardia ainda. Aqui dentro a gente sabe o que está se passando. E vocês que estão fora não sabem 50%.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: SporTV / Foto: Fluminense FC