O cara voltou




O começo foi bastante complicado.

Todo mundo tinha virado as costas para o Fluminense.

Só alguns heróis da resistência tentaram não deixar a peteca cair, mas o acúmulo das péssimas administrações anteriores acabou estourando naquele período. Aproveito a oportunidade para fazer as pessoas refletirem sobre tudo que ocorreu naquela época, pois alguns monstros foram criados de forma oportunista, covarde e injusta. Os fortes entenderão…

Em 1998, o garoto franzino, nascido em Aporá, interior da Bahia, chegou no Fluminense após uma boa passagem pelo Criciúma.

Caímos para a Série C, mas o garoto encarou o perrengue com a torcida.

Quando caímos, eu estava no leito do hospital com um dreno no pulmão e uma forte infecção óssea (osteomielite). Sofri em todos os sentidos… Foram dois meses internado e lutando para não ter as duas pernas amputadas. Graças a Deus, venci a bactéria Staphylococcus Aureus.

Depois do que ocorreu comigo, prometi que não perderia um jogo sequer do Fluminense em 1999. E encarei todos os jogos no Rio, sempre vestindo a camisa do Fluminense e sem me importar com as zoações dos rivais.

Ano difícil, mas de grande provação para o torcedor tricolor. Naquela época, a minha paixão explodiu ainda mais forte. E foi assim com muitos tricolores da minha geração (hoje tenho 37 anos).

Encaramos a Série C e vencemos. O garoto franzino foi muito importante com grandes atuações e muitos gols.

No ano de 2000, o ele arrebentou na Copa João Havelange. Marcou 20 gols, sendo que, no jogo contra o Santa Cruz/PE, no Maracanã, o moleque meteu 5 gols. Deu show naquela noite!

Veio 2001 e o menino de Aporá já estava mais cascudo. Chegou até a vestir a amarelinha na Copa das Confederações. No Flu, por opção do Oswaldo de Oliveira, andou sentando no banco, mas na reta final do Brasileirão, andou estufando a rede dos adversários. Por pouco não chegou na final e não foi campeão brasileiro.

No ano de 2002, um título carioca e muitos gols. Mais uma vez andou aparecendo nos jogos decisivos, mesmo sentando no banco de reservas. Na época ele era reserva do Romário. Infelizmente, o título nacional bateu na trave novamente.

Depois de 2002, ele teve que partir para ganhar o mundo. Coréia do Sul, Japão, Arábia Saudita e Qatar vibraram com os gols dele.

Depois de tanto rodar, retornou ao país e construiu uma bela história de amor com o Ceará. Mas ainda assim, faltava algo…

Faltava encerrar o seu vitorioso ciclo no seu verdadeiro amor: Fluminense Football Club.

Tudo bem, a idade pesa, a velocidade não é mais a mesma, mas o amor aumentou ainda mais depois de 13 anos separados.

Ele é guerreiro, é dos nossos, é lutador e faz parte da nossa história. 

O cara voltou.

Não será fácil, mas sabemos que da sua parte não faltará empenho e, principalmente, amor ao tricolor.

Seja bem-vindo, Magno Alves. O nosso povo te abraça!

AVISO DO GUERREIRO:

Galera, a partir de hoje darei uma sumida até o dia 16. Chegou a hora de tirar férias. Destino: Rio Grande do Sul. Cinco dias no campo e 6 dias na serra. Infelizmente, não estarei presente na estreia. Mas tenho certeza que a torcida chegará junto e comparecerá em peso para apoiar o Fluminense durante os 90 minutos. E é assim que tem que ser. Vamos com tudo!

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo

Foto: Divulgação