A criação de monstros nas redes sociais tricolores e a necessidade do diálogo pelo bem do Fluminense




Muitos monstros criados por questão política do Fluminense
Muitos monstros criados por questão política do Fluminense

Não queria comentar sobre política neste momento, mas quando vejo alguns tricolores manifestando opiniões nas redes sociais sobre o assunto, acabo ficando mais enojado ainda com a hipocrisia do ser humano.

Primeiro de tudo: ninguém aqui torce contra o Fluminense. Hoje estou vendo todo mundo indignado com a eliminação. Algumas “Alices” que vivem no País das Maravilhas, acham que a culpa foi exclusivamente da FERJ. Outros, me incluo neste grupo, acham que a FERJ contribuiu bastante, mas o próprio Fluminense também teve sua parcela de culpa.

Voltando ao tema principal, não pertenço a nenhum grupo político, não tenho ligação alguma com dirigente, não tenho rabo preso com torcida organizada e não sou baba-ovo de jogador. Por estes motivos, fico bem à vontade para comentar sobre o assunto.

De um lado, vejo uma “oposição” se movimentando nos bastidores e de forma silenciosa. Já foi dado o pontapé inicial. Tímido, mas foi. E pelo que fiquei sabendo, este pontapé poderá ser muito forte e surpreendente. Estratégia inteligente? Só o tempo dirá.

Do outro lado, a “situação” representada pelo grupo político da Flusócio, que é a base de sustentação da atual Diretoria. Nos últimos dias, o referido grupo não anda economizando nas críticas. Andou cobrando transparência da Diretoria na questão dos sócios não terem tido direito de utilizarem seus benefícios nos clássicos do Estadual. Além disso, soltou uma nota após a eliminação no Estadual, criticando os reforços contratados e dizendo que com este elenco teremos sérias dificuldades no Brasileirão. Deram até um ultimato: o clube terá que contratar três reforços experientes, caso contrário…

Concordo plenamente com a visão da Flusócio, exposta no parágrafo acima, mas faço uma pergunta: por qual motivo, eu e alguns outros blogueiros somos atacados quando criticamos o elenco, a gestão de futebol e a apatia de alguns jogadores que chupam o sangue do Fluminense? Qual a diferença da opinião de um para o outro?

Resumindo a hipocrisia que rola atualmente nas redes sociais: quem não é da “situação” e faz críticas ao atual Fluminense, está dando opinião tendenciosa, oportunista e política. Mas quem é da situação e faz as mesmas críticas é taxado como o grupo politicamente correto que só realiza críticas construtivas. Faça-me o favor, vamos acabar com esta palhaçada! Isso é querer subestimar a inteligência do torcedor tricolor, é querer criar “monstros” que não existem, é querer ter a audácia de alienar a torcida mais inteligente do mundo.

Ainda há a turma que fica em cima do muro jogando nos dois lados. Mas nem vale a pena comentar sobre ela, pois os “cagarolas” são apenas “cagarolas” e ponto final.

Assumir os erros sem usar a política como culpada de todos os fracassos recentes do Fluminense seria um ato bastante nobre. Nos últimos anos, tudo que rolou dentro do clube foi de inteira responsabilidade dos grupos políticos de situação. A recente aprovação do orçamento para 2015 com um déficit de R$ 46 milhões é um grande exemplo disso, pois ela foi levantada pela Flusócio como um troféu de conquista política e com direito a recado intimidatório ao presidente Peter Siemsen.      

Para não dizer que sou da turma do contra, digo com total convicção: o Fluminense precisa de muita união para superar todas as dificuldades que ainda teremos nesta temporada. Se eu fosse o presidente Peter Siemsen, marcaria algumas reuniões com as lideranças de todos os grupos políticos do clube, lideranças das torcidas organizadas e blogueiros tricolores para conversar seriamente sobre o futuro do Fluminense. A iniciativa do diálogo seria uma tremenda bola dentro e, principalmente, um sinal de evolução política de todos os lados. Será que é pedir demais? Pelo histórico recente do clube, sabemos que quando a bola não entra, a sede das Laranjeiras pega fogo e a política acaba entrando no campo. O rebaixamento de 2013 é uma grande prova disso. O Fluminense precisará de muita união para encarar o restante de 2015.     

O inflamado discurso com o famoso “contra tudo e contra todos”, que tanto incendeia o mundo virtual, precisa ser praticado no mundo real com atitudes que defendam os interesses e, principalmente, a imagem da Instituição Fluminense Football Club. Está mais do que na hora da Diretoria escutar todos os lados, caso contrário, o tombo poderá ser fatal. O Fluminense não é brincadeira, é coisa séria. Não se brinca com a paixão do torcedor tricolor. 

A minha torcida continuará firme e forte, mas com os pés no chão e sem ser cego. No que depender de mim, não faltará apoio em todos os sentidos. Humildade não faz mal a ninguém, mas o orgulho…  

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor