A culpa é do Diniz!




Buenas, tricolada! Sequestrador domina um ônibus, para a Ponte Rio-Niterói e mantém 39 reféns… A culpa é do Diniz! Queimadas destroem parte da Floresta Amazônica… A culpa é do Diniz! Furacão Dorian faz estrago nas Bahamas e ruma à Flórida… A culpa é do Diniz!

Numa boa, acho eu que parte da torcida, especialmente uma determinada Organizada que (quase) dá a cartas no clube, deveria refletir sobre a sua forma de apoiar o time.

Penso também que determinados dirigentes, que compõem uma roda gigante recorrente nas Laranjeiras, quando abraçam e rechaçam as correntes políticas A ou B de acordo com os seus interesses, mas que sempre se mostraram ávidos pelo poder – e volta e meia reaparecem, deveriam pedir humildes desculpas aos torcedores verdadeiros do Flu!

Sem essa de pouco tempo de comando. Sem essa de alegar que a “casa está desarrumada”. Sem essa de optar por premissas, nesses três meses, que sempre foram contestadas na era Flusócio. Vendem-se os nossos destaques e um mando de campo tal qual faziam os seus antecessores, fatos invariavelmente criticados por vocês mesmos e por nós, apaixonados pelas três cores que traduzem tradição!

A culpa jamais foi do Fernando Diniz – somente! Mesmo o antigo treinador incorrendo em erros bobos, teimando com planos táticos que mereciam revisões, e escalando jogadores que não rendiam, eu sempre preguei a seguinte máxima: mais fácil incutir reengenharias nas cabeças de alguns (bons) profissionais da bola do que ensinar o be-a-bá do futebol a gente ultrapassada – e sem a devida competência!

É incontestável que perdíamos inacreditavelmente alguns confrontos, mas jogávamos futebol. Agora, diante das mudanças impostas na marra pelos gestores recém-eleitos, mantemos a regularidade insólita de perder os duelos, mas não jogamos absolutamente nada. Somos um bando dentro das quatro linhas! Em comum apenas a quantidade de gols desperdiçados de forma bisonha. Ou seja, a única responsabilidade não era do outro técnico, como muitos quiseram acreditar!

Recuso-me a comentar sobre a derrota de 1×0 pro fraquíssimo Avaí dentro de nossos domínios – mais uma vez.

Custo a entender a entrada do volante Caio na metade do segundo tempo, quando empatávamos uma partida a qual tínhamos a obrigação de ganhar – e bem. E, cá pra nós, o Caio já não era nenhuma sumidade na base.

Tenho dificuldades em concordar com muitos incautos torcedores, que proferiram solenemente o desinteresse do Jotapê no Flu ante a sua venda antecipada pra Inglaterra – o moleque é o “picanha das galáxias”, como referenda um certo comercial de TV. E o bestial novo treinador saca o garoto faltando 15 min. pra terminar a peleja. Pra botar o Lucão! Quem???  O menino era um dos poucos, além do Nenê, que tentavam algo diferente!

Mas também não admito o Nenê perder uma chance como aquela do primeiro tempo, depois da genialidade deste mesmo Jotapê, por mero preciosismo. E olhem que ele fez uma boa primeira etapa.

Não tolero mais o Digão entre os onze titulares.

Torço pela desconvocação do Allan para a Seleção sub alguma coisa, pois desde então ele esqueceu o seu futebol

Cansei de defender o PH Ganso, ainda que eu o visse inacreditavelmente atuando por vezes atrás do primeiro volante, Allan, neste embate contra os catarinenses. Desperdício de talento do cacete!

O Wellington Nem deveria solicitar à Comissão Técnica uma bola somente pra ele… Vai ser fominha assim na caixa-prego! E que falta de ritmo irritante!

Esgotei a minha parca paciência com o outrora participativo Yony Gonzales.

Chega de Igor Julião e de Caio Henrique na esquerda (joguem sem laterais, porra, paciência – e ponham o Caio Henrique pra meiúca)!

Enfim, a galera não merece esses maus tratos que o elenco do FFC tem nos empurrado goela abaixo! E a direção do clube também prima em desdizer tudo aquilo que foi mote de sua campanha eleitoral/eleitoreira com atitudes e iniciativas no mínimo questionáveis! Não estou generalizando, porque os caras acertaram em alguns pontos cruciais, mas o Fluminense não suporta mais quaisquer desmandos!

Vou ratificar aqui uma opinião exclusivamente minha,, mesmo que outros pensem de maneira similar, e que talvez eu já tenha propagado em colunas passadas: o Fluminense Football Club atual tem time (e algumas peças de elenco) para brigar por G-6. Temos limitações? É óbvio! Mas quem não tem? Não somos piores do que Bahia, CSA, Avaí, Chape, Goiás, Bota, Vasco, Ceará e Fortaleza. E se puxarmos pela memória, vamos lembrar que encaramos os gigantes tupiniquins da bola de igual pra igual outro dia mesmo. Ah, apenas como registro, o nosso grupo de atletas de 2018 era infinitamente inferior ao desta temporada.

Portanto, rapaziada, tenho que admitir aquilo que jamais passou pela minha cabeça: há, sim, chances reais de o Flu cair pra Segundona se o atual quadro se mantiver – e não enxergo vislumbres que nos alijem desse desastre!

Infelizmente, o nosso clube de coração transformou-se em campo de batalhas políticas. Em vetor de ascensões pessoais. Em plataforma de acusações mútuas. Em refrigério para a oposição, até pouco tempo situação, descarregar os seus venenos – e vice-versa. Em trampolim social. Em gasolina que alimenta as fogueiras de vaidades. O Fluminense Football Club nunca foi esse emaranhado de ódios que migrou até mesmo para as arquibancadas… Via de regra algumas facções “inimigas”, todas trajando as fardas tricolores, se digladiam em nome de suas convicções – como se existisse a tal verdade absoluta!

Tempo de mudanças factuais, tanto em torcedores como em dirigentes, para resgatar as alcunhas de pioneirismo e ineditismo que sempre caracterizaram este clube de 117 anos de glórias, conquistas e reconhecimento histórico.

SALVEM O FLU, DENTRE AS DEMAIS NECESSIDADES, DE SI MESMOS! Ficou claro que não adianta trocar diretorias, técnicos e jogadores. Que troquem os conceitos diretivos – e os caciques, se possível! Preferencialmente por pessoas que não tragam em seus bojos o ranço que sempre rondou as Laranjeiras.

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon