Abel Braga representa o verdadeiro tricolor!

Abel Braga é a voz da arquibancada dentro do atual Fluminense

Mais uma bela atuação do time de guerreiros! Com raça e muita disciplina tática, o Fluminense conseguiu atingir um padrão de jogo impossível de se imaginar há até bem pouco tempo atrás. Abel parece que aceitou as críticas e tem se tornado tão bom na armação da equipe quanto é no vestiário.

E o treinador tricolor é o centro da coluna de hoje. Além de organizar bem o time em campo, ele resolveu colocar o dedo na ferida quando o assunto é a política podre das Laranjeiras.

Na entrevista após o jogo, ele disse que o time não fez um treinamento tático na sede de Álvaro Chaves antes da partida de domingo por causa da confusão nos bastidores do clube. E disparou: “Eu fico me perguntando, sinceramente, qual o nosso rumo? Não podemos responder só no campo. Tem que sentir segurança em quem comanda”.

Exatamente isso! Não há dúvida que o time está correspondendo em campo. Depois de muito tempo o torcedor tricolor tem a alegria de assitir a uma partida da equipe. Mas o clima político do clube vai de mal a pior.

Há muito tempo o Explosão Tricolor vem informando à arquibancada sobre todos os desmandos que ocorrem nas Laranjeiras. Salários atrasados, falta de transparência, ausência de atitude do presidente e tantos outros obstáculos que impedem o clube de ir pra frente. Mas faltava alguém de dentro denunciar tudo isso. E este alguém foi Abel Braga.

A saída de cinco vice-presidentes ligados ao grupo Unido e Forte, incluindo o geral, Cacá Cardoso, e o vice de finanças, Diogo Bueno, mostra o racha que está nas Laranjeiras e a necessidade urgente de que a presidência seja assumida por alguém com capacidade de administrar o maior do Rio.

Honestamente, não acredito que a Unido e Forte está sendo boazinha com o clube. As eleições do ano que vem certamente possuem grande influência na decisão do grupo. Mas é óbvio que se esperava uma saída mais transparente da turma de Cacá. Se bem que transparência não é o forte do Fluminense atual.

Explico.

Diogo Bueno esteve ligado diretamente ao último episódio que arranhou ainda mais a imagem do clube: o atraso na divulgação do Balanço Financeiro de 2017. Como todos sabemos, o clube o divulgou na semana pasaada quando deveria tê-lo feito até 30 de abril. E ainda assim sem o parecer do Conselho Fiscal.

E o próprio Diogo justificava o atraso dizendo que estavam retificando o Balanço de 2016, em que houve um superávit enganoso. Uma “pedalada fiscal”, traduzindo as palavras do então vice financeiro. E disse ainda que já estavam em tratativa com a APFUT para explicar a falha na divulgação do Balanço e que não haveria qualquer penalidade.

E agora, do nada, Diogo Bueno e outros vices ligados ao grupo saem do clube e deixam essa intrincada relação com a APFUT para um futuro vice de finanças resolver. E falo “do nada” porque o grupo já havia rompido com Pedro Abad desde dezembro de 2017, mas manteve os vices até semana passada.

Minha conclusão: a Unido e Forte não pensou no Fluminense e Pedro Abad não teve o pulso necessário para exonerar os vices quando o grupo rompeu com a diretoria. Excetuando Cacá Cardoso, todos os demais poderiam ser exonerados pelo presidente do clube, o que não foi feito.

Isso significa que tanto o grupo que saiu (Unido e Forte) quanto o que permanece (Flusócio) não possuem condições de gerir um clube do tamanho do Fluminense. E nessa guerra política os derrotados serão  sempre o time e o torcedor, que anda cada vez mais distante do dia-a-dia das Laranjeiras.

Não tem outra saída a não ser o impeachment de Pedro Abad, seja por gestão temerária, seja por ausência de transparência ao torcedor. Abel Braga não vai conseguir manter os jogadores longe dessa bagunça por muito tempo e isso pode influenciar negativamente nos rumos da equipe e no nosso futuro neste brasileirão.

Que as palavras do treinador tricolor não sejam em vão.

Ser Fluminense acima de tudo!