Comentarista do SporTV publica texto sobre a montagem do Fluminense para 2023 e a possível chegada do Vina




Fernando Diniz (FOTO: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE F.C.)



Flu tem o necessário para ir mais longe (por Ricardo Gonzalez / SporTV)

“A temporada de 2022 foi muito positiva para o Fluminense, se levarmos em conta a expectativa da torcida há exatamente um ano. E os nomes que levaram o clube até a sonhar, ainda que de modo breve, com a conquista do Brasileiro podem dar ao Tricolor um 2023 com perspectiva – não digo, e nem poderia, certeza – de conquista de algum título além do Estadual. Porque apesar das perdas duras de dois talentos oriundos de Xerém ao longo de 2022 – Matheus Martins e, em especial, Luiz Henrique – a diretoria do Flu conseguiu até aqui manter a base que brilhou no ano passado e, principalmente, deu sequência ao trabalho do melhor técnico nascido no Brasil depois de Tite, no caso Fernando Diniz.

Algum cricri há de objetar: ah, mas o Fluminense caiu na fase pré-Libertadores e na fase de grupos da Sul-Americana. Fato. Em janeiro de 2022, o prognóstico internacional era de passar da fase de grupos na Liberta e, caso ficasse em terceiro, chegar ao mata-mata da Sula. Mas na minha avaliação da temporada como muito positiva entra o seguinte: essas derrotas foram na gestão de Abel Braga. E aí não vai nenhuma perseguição ou caça às bruxas com ele. Abel é um profissional competente como os outros, ganha e perde, erra e acerta. Nesta passagem pelo Tricolor, errou mais. Tanto que um mês depois de conquistar o Estadual em cima do rival Flamengo foi demitido ao ser eliminado matematicamente na Sul-Americana – assim como o título estadual de 2019 pelo Rubro-Negro “desapareceu” na comparação com o sucessor dele, Jorge Jesus.

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Quando Diniz assume, o Fluminense vence o Junior Barranquilla e faz 10 a 1 no Oriente Petrolero – vitórias expressivas, mas que vieram quando a matemática já derrubara o clube. E aí o Fluminense começa a voar. E volto à expectativa que a média dos torcedores tinha em janeiro passado: pouquíssimos apontariam uma semifinal de Copa do Brasil (eliminado pelo Corinthians, nenhuma zebra) e um G-3 de Brasileiro (portanto, fase de grupos da Liberta 2023, tendo por pelo menos duas rodadas, acalentando brigar com o Palmeiras campeão – que, por sinal, não derrotou o Fluminense). Pra lá de positivo.

E o diferencial foi, sim, Diniz. Ah, mas Cano foi brilhante. Sem dúvida. Porque havia um esquema azeitado para fazer a bola chegar a ele em boas condições, e um entrosamento que fazia Ganso e Árias entenderem a movimentação do argentino para se desmarcar. Ah, mas Ganso voltou a jogar o que sabe. Sem dúvida. Porque Diniz o colocou como centralizador do jogo apoiado, deixando-o livre para se colocar sempre a uma distância da bola (e dos marcadores) que lhe permitisse fazê-la circular ou achar um corredor para o passe a Cano ou Árias.

Por tudo isso acho que o Fluminense pode pensar em título, por exemplo, na Copa do Brasil. Na Libertadores e no Brasileiro pode ficar atento a como Palmeiras e Flamengo vão chegar no segundo semestre (especialmente o rival carioca, que terá um calendário pesadíssimo no início do ano). O cricri: ah, não vá dizer que o Fluminense tem um time perfeito e é favorito a tudo. Claro que não. Diniz sabe que o time tem um ou outro problema defensivo, sabe que quando perde a bola e o adversário consegue fazer a virada de jogo com rapidez as coisas se agravam. Mas aí é questão de trabalhar, e Diniz adora trabalhar.

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A diretoria, com a cooperação da comissão técnica, tem sido bem feliz na ida ao mercado. Gostei especialmente de três nomes: em ordem crescente de relevância, Jorge é uma aposta que pode resolver um problema crônico na lateral esquerda – a depender se será o brilhante jogador do Flamengo ou o indolente de Santos e Palmeiras. Keno, apesar da idade e da temporada irregular no Galo, é muito inteligente, chuta bem e se encaixa à perfeição no jogo apoiado de ataque. E no topo, acho que Lima tem tudo para virar titular porque preenche o segundo espaço que andava vazio no meio-campo pela direita.

Surge agora a perspectiva de contração de Vina ao Ceará. Prefiro não arriscar um prognóstico. Bola ele tem de sobra. Mas instabilidade emocional também. Pode ser um gol a favor ou contra, e só Diniz poderá fazer com que o talento supere a falta de ponderação de Vina.

O futuro aos deuses do futebol pertence. Mas o Fluminense tem tudo para andar para a frente. E chegar mais longe”.



Por Explosão Tricolor

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