Da grande emoção ao desgosto profundo




Rafael Nicolau (verde) e Christiano Ottoni (tricolor) (Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor)



Após quase 600 dias, retornei ao Maracanã. Não somente eu, mas pouco mais de 3,2 mil outros tricolores. Momento de grande emoção! É bom registrar que o sócio não teve vida fácil para conseguir o seu ingresso. Espera de horas pelo resultado do exame, sócio correndo no meio do temporal para procurar um lan house em Laranjeiras já que a administração foi incapaz até de disponibilizar uma simples impressora para quem sustenta o Fluminense, etc… Péssimo sinal para o jogo, mas tem quem ache isso normal e até engraçado. É mole?

Do lado de fora do Maracanã, muita emoção. Reencontrei grandes amigos que o Fluminense me deu ao longo da vida. Muitas histórias de jogos, viagens e loucuras feitas para sempre estar ao lado do nosso amado Tricolor. Obviamente, lágrimas caíram, mas acompanhadas de muita felicidade e também de muita saudade de quem partiu ao longo da pandemia.

Na entrada do estádio, o carrossel de emoções voltou ainda com mais força. Entrei com os meus amigos Rafael Nicolau, que estava em longo “exílio” no Chile, e o Christiano Ottoni, que é uma espécie de paizão de todos nós. Com toda sua longa experiência, o nosso mestre da sabedoria não conseguiu segurar a emoção.

Subimos a rampa do setor sul de forma lenta, na verdade, acho que estávamos meio que não acreditando. Na subida, reencontramos outros amigos. O lado bom de ser correto e trabalhar de acordo com a verdade é que você pode caminhar com total tranquilidade e falar com o mundo inteiro.

Na entrada dos jogadores para o aquecimento, a arquibancada explodiu de felicidade. Assim também foi quando o time entrou em campo para o jogo.

Tudo muito emocionante até a bola rolar…

Pois é, quando o jogo começou, o belo castelo de areia construído pela torcida com todos os sentimentos mais nobres do mundo, começou a ser derrubado pelos mesmos erros de sempre. Um time totalmente acéfalo no setor de criação do meio de campo, sem força ofensiva nas laterais e com um ponta jogando em um lado onde não rende nada. É bem verdade que a falta cobrada pelo Danilo Barcelos, que carimbou o travessão do Fortaleza, poderia ter mudado a história do jogo, mas o “se” não existe no futebol.

No início do segundo tempo, o primeiro choque de realidade com um gol ridículo. Um tempo depois, outro gol idiota. Pronto, o Fluminense se perdeu de vez. À beira do campo, um Marcão perdido em suas próprias escolhas e falta de visão. Sem falar que foi engolido pelo argentino Juan Pablo Vojvoda.

Jhon Arias não estar entre os titulares com um time sem criatividade alguma em seu setor de criação é um dos grandes absurdos. Assim como também é um absurdo não apostar no John Kennedy, pois a prioridade é do Lucca. Não é de hoje que critico algumas escolhas do Marcão e, principalmente, essa formação com três atacantes.

Experiência horrível desde o dia da realização do exame até a descida da rampa do estádio após o apito final, mas que não me surpreende. Não terminarei com o famoso “Bola pra frente e vida que segue”, pois o Fluminense depende de uma diretoria que esculacha a sua torcida e uma comissão técnica medrosa.

No sábado tem mais, mas será através do meu companheiro fiel de pandemia: o sofá. Triste, muito triste.

Observações:

– Fred era para ter sido expulso.

– A Vigilância Sanitária estava no Maracanã, mas muitos torcedores ficaram sem máscara.

– Confusão na arquibancada, sucessivas vaias, xingamentos, etc… Parabéns, diretoria!

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Forte abraço e ST

Vinicius Toledo