Decisão de assinar com o Fluminense, parceria com Fred, estilo de jogo da equipe de Abel Braga e muito mais; confira a coletiva de apresentação de Felipe Melo




Felipe Melo (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)



Volante concedeu a sua primeira entrevista coletiva como jogador do Fluminense

Recém-contratado pelo Fluminense, o volante Felipe Melo, de 38 anos, foi apresentado oficialmente na noite desta quarta-feira (12), no CT Carlos José Castilho. O meio-campista concedeu a sua primeira entrevista coletiva pelo Tricolor. Confira a íntegra abaixo:

Decisão de assinar com o Fluminense

“Não tenho dúvida que foi Deus que direcionou para vir para o Fluminense. Tenho muita fé, tanto eu como minha esposa, nossos pastores, as pessoas dentro do nosso ciclo de amizade, nós pedimos o discernimento para onde eu deveria estar. E a gente entende que foi Deus que nos colocou no Fluminense. Por isso tenho esperança em anos de glórias para o Fluminense, oramos para mostrar o caminho certo. Não tenho dúvida que fiz a escolha certa. Claro que a forma como o presidente demonstra carinho, prazer em negociar com você faz toda a diferença. Quero sempre estar onde as pessoas me queiram bem, onde posso ajudar. E o mínimo que tenho que fazer é suar sangue dentro de campo. Esse amor, carinho, tem que ser recíproco.”

Críticas sobre a idade avançada

“Eu não chego para falar, eu chego para fazer. Se formos colocar idade, um repórter com 60 e poucos anos já é gagá, não pode trabalhar? Então um atleta profissional com 38 anos ele não pode trabalhar? Falar até papagaio fala. Mas eu “cago e ando” para as pessoas que são do contra. Se eu fosse ligar para as pessoas do contra eu nem teria sido jogador de futebol. Eu tenho meus números. Com 38 anos, no ano passado, quiçá foi o ano em que mais joguei na minha carreira. Joguei mais do que quando estava na Juventus com uns 25, na Fiorentina, na Inter de Milão…

A idade vem, ajuda com a experiência, sabe que tenho que me cuidar muito mais. Mas quem me segue, sabe o quanto eu me cuido, o quanto sou profissional acima de tudo. Deve ser por isso que no último ano levantei duas Libertadores, pela minha entrega dentro e fora de campo. Eu não tenho que dar resposta para ninguém. Se você, torcedor, pensa que sou velho, torce para outro. Eu preciso da minha família, dos meus companheiros, da minha torcida de verdade, esse torcedor eu preciso. O que torce contra, vai chorar no fim do ano como fez nos últimos anos.”

Objetivo de conquistar títulos

“Gosto de trazer à memória aquilo que me dá esperança. Como sou um cara que gosta muito de ver futebol, tenho alguns exemplos. O Leicester, time desconhecido, no meio de grandes feras, conseguiu vencer o Campeonato Inglês. O que dirá o Fluminense, que não é desconhecido, é um “big” time no cenário da América do Sul. Tem que almejar, sim, títulos, subir o nosso patamar. Se antes estava brigando para classificar para a Libertadores, esse ano é para brigar para vencer a Libertadores.

Venho para cá para isso, para junto desse grupo brigar por títulos. Tudo que não for brigar por título vai ser uma falha muito grande. Eu tenho minha fé, respeitando a fé de todos eu sirvo a um Deus do impossível que capacita. As três palavras que uso são sonhar, profetizar e realizar. Para realizar, basta ir a campo e treinar bastante. Vamos fazer acontecer, por que não? Honestamente, espero que Fluminense brigue por títulos nessa temporada, sem dúvida nenhuma.”

Preferência por posição

“Não tive nenhuma conversa sobre o meu posicionamento com o Abel. Conversamos sobre várias outras coisas. Creio que não tivemos esse papo porque ele sabe que pode contar comigo em qualquer posição. Todos sabem que sou volante, amo jogar no centro de campo, onde me sinto melhor. Mas todos sabem que, ao longo da minha carreira, estou aqui para ajudar e ser mais um no Time de Guerreiros. Para não perdermos tempo com isso, vamos ver como ele vai me encaixar, mas estou disponível para ajudar sempre, independente da posição.”

Responsabilidade de defender o clube do coração do pai

“Jogar no clube de coração do meu pai, dos meus avós, é uma responsabilidade a mais, sem dúvidas. Eu já tenho naturalmente uma cobrança dentro de casa, que é a minha autocobrança, eu sou um cara que me cobro muito. Eu tenho a cobrança da minha esposa, que apesar de entender menos de futebol que eu, ela me cobra bastante. Tenho dos meus filhos, que cobram bastante. E vou ter agora dos meus pais, que é o clube de coração deles. E querendo ou não é o clube que desde pequeno eu aprendi a gostar e amar desde pequeno também. Então, sem dúvidas, a responsabilidade aumenta.”

Estilo de jogo da equipe de Abel Braga

“O que podemos esperar do Fluminense? Começamos há pouco tempo. Tivemos hoje o trabalho na qual começamos a entender o trabalho do treinador Abel. E vamos treinar para termos posse de bola. A melhor defesa começa lá no ataque, né? Com nossos atacantes pegando alto, para termos posse de bola. Mas é claro que no futebol hoje você vai poder fazer uma leitura hoje da maioria dos times. De repente, você vai pegar um time que joga com três zagueiros, outro que joga com dois, cada time tem uma forma de jogar e o seu treinador para fazer uma leitura momentânea.

Temos que estar preparados para sofrermos, sim, quando tivermos que sofrer. Mas, mais do que sofrer, desfrutamos do futebol. Estamos trabalhando para isto, independente do clube que jogarmos contra, da forma que o clube estiver taticamente dentro de campo, sabermos que temos que jogar como time grande, jogarmos como Fluminense, jogar para cima, criar oportunidades de gols e desde lá da frente fazer uma defesa sólida.”

Cuidados com a Covid-19

“O mesmo cuidado que o pessoal da saúde para nós fazermos. É o mesmo procedimento. Eu fui um cara que durante dois anos de pandemia, mesmo no auge da pandemia, não testei positivo junto com minha família. Porque nos cuidados, fizemos tudo que pediram para fazermos. Infelizmente, eu, minha esposa e meu filho Davi estamos positivos. Graças a Deus passamos dessa sem grandes problemas. Mas seguimos fazendo tudo que pedem os protocolos. Estamos vendo tantos amigos perdendo familiares e não queremos que isso aconteça.”

Adesões de novos sócios

“Eu entendo que o Fluminense é gigante e que sua torcida é gigantesca também. Dificilmente você vai ver um time tão gigantesco como o Fluminense com uma torcida pequena. A torcida tem feito jus a toda essa grandeza que define o Fluminense. Fico orgulhoso de fazer parte dessa torcida imensa. Se você ainda não é sócio do Fluminense, você está perdendo tempo. Tenho certeza que será uma temporada maravilhosa, uma temporada vitoriosa, e a gente espera que a recíproca seja verdadeira. Que dentro de campo a gente possa render o que o torcedor espera. E que o torcedor possa encher estádio, gritar, torcer, porque o torcedor é o nosso combustível.”

Elogios ao jovem André

“Eu não comentei sobre o André com nenhum amigo próximo meu para falar a verdade. Eu dei uma entrevista e comentei, sim, que eu não tinha tido a oportunidade de vê-lo jogar, mas se o André foi revelação do Campeonato Brasileiro foi porque algo ele tinha. Ele veio falar comigo quando cheguei, muito humilde, garoto que é, e eu falei com ele: “Você foi revelação do campeonato, e eu vou ajudar você a ser o melhor jogador do campeonato”. Porque é assim que começa, é assim que se inicia. Estou aqui para ajudá-lo, mas também para aprender. Eu amo o futebol porque você sempre pode aprender, dependendo da sua disposição. Estou disposto sempre a aprender e a ajudar, passar um pouquinho de experiência não só para ele, mas também para os outros.”

Mescla entre jovens e veteranos

“Isso é uma pergunta que tem que ser feita para o Abel, é o treinador que está com essa bomba na mão, essa dinamite. Estou aqui para jogar, vim para ajudar, para agregar. Confesso que nunca vi nenhum time só de jogadores da base, só de jovens de 18 anos vencer nenhum tipo de campeonato. Como também nunca vi um time só de experientes vencer. Tem que ter uma mescla, juventude com experiência é bom demais. Mas o que é experiência e o que é juventude?

Porque eu vejo também alguns atletas com 38 anos que correm mais do que garotos de 18 anos. E vejo também atletas de 18 anos que têm espírito de liderança muito mais acirrada do que jogadores de 38, 40 anos. Isso vai de cada atleta, o líder já nasce com a liderança. E o atleta que é aguerrido, que tem como sua marca maior correr, esse cara vai morrer correndo. É muito relativo isso. Espero que o Abel possa ter a sabedoria para fazer as decisões corretas e façam o Fluminense sair com as vitórias e os troféus.”

Participação em negociações com Willian Bigode e Ricardo Goulart

“Essa é uma fake news. Em nenhum momento ajudei em nenhuma negociação. Fiz uma ligação para o Willian, perguntei se era real o que vinha sendo exposto na mídia, com o (Ricardo) Goulart também, mas era apenas perguntando. O Willian disse que era verdade, respondi: “Que legal, ‘vambora’, vamos ganhar título lá também”. Mas foi a diretoria, o presidente, eles que fizeram toda negociação. A minha função é dentro de campo render, ajudar a molecada, não trazer atletas. Claro que estou à disposição, se chegar para mim e perguntar o que acho de um jogador ou outro respondo, mas nada mais do que isso.”

Maior responsabilidade

“Quando cheguei ao Palmeiras, também muito foi contestado, mas disse que vinho para brigar por todos os títulos e consegui ganhar tudo. É um clube na qual deixo minha eterna gratidão. E falo que daqui a dois, três anos, quero ficar eternizado também aqui. Minha responsabilidade é maior, é o clube do meu pai, dos meus avós; a primeira camisa de clube que coloquei quando criança foi do Fluminense; o primeiro jogo profissional que fui foi nas Laranjeiras. Poder voltar para cá, não posso esperar outra coisa do que me eternizar com esses atletas que aqui estão. E é ganhando títulos.

Venho com a experiência sim de quem venceu, e Deus vai capacitar para tirar o Fluminense dessa espera. Venho de um clube onde a Libertadores era uma obsessão, e aqui também vai ser. Mas também vamos brigar pelo Carioca, Brasileiro e Copa do Brasil. Se vai vencer não sei, mas que tem que deixar tudo dentro de campo para vencer, isso vamos fazer.”

Parceria com Fred

“Você jogar com um cara que tem liderança natural, eu gosto muito porque a gente divide essa liderança. Passei por diversos clubes onde um levava a faixa de capitão, mas que de liderança não tinha nada. O verdadeiro líder não é o cara que leva braçadeira apenas, e vejo no Fred como capitão não só dentro de campo, mas fora, falando com todos, a atenção que dá para todos os funcionários… Eu chego para junto do Fred, do David Braz, dividir essa liderança também. É um cara que tive oportunidade de jogar contra quando estava na Fiorentina, ele fazia dupla de ataque com o Benzema. Agora tendo oportunidade de dividir o vestiário com ele e vai ser importante para a gente. Espero que o Fluminense saia vitorioso com mais essa dupla.”

Recepção no Fluminense

“Não poderia ter sido melhor. A forma com que todos vieram falar comigo, isso enche meu coração de alegria. Porque a gente fica ansioso. Por mais que tenha mudado tanto de clube, fiquei cinco anos no Palmeiras, lugar em que mais fiquei na carreira, acaba criando raiz e esquecendo um pouco como é a mudança. Vinha conversando com minha esposa para fazermos uma “live” para falar de mudança. Estava ansioso para entender como seria minha chegada, e não poderia ter sido melhor. Muito grato aos funcionários, atletas, e tenho a responsabilidade de poder demonstrar também meu carinho em campo honrando as cores do Fluminense. Essa ansiedade de chegar passou, agora é de estrear em um jogo oficial.”

Liderar a garotada em campo

“É balela se falar que venho para fazer os jovens jogarem. Eu venho para jogar, deixar tudo em campo pelo Fluminense. É claro que, com minha experiência, posso ajudar a posicionar em campo. O treinador chega até certo limite, passou aquilo ali somos nós, atletas, que somos os treinadores. E não importa se tem 18 ou 38 anos, vai ser cobrado. De repente eu com visão mais ampla, experiência que eu tenho, posso puxar uma orelha ou outra em um contra-ataque, quando precisar fazer algo mais rápido e vê um atleta trotando. E tenho certeza que vão puxar minha orelha também, sou passivo de erro. Isso que o Fluminense espera, de rebote vai acontecer de posicionar, conversar para ter uma vida profissional de atleta fora de campo…”

Posicionamento político

“Se você deixa de torcer por posição política, não é torcedor. Respeito tudo e exijo que me respeitem também. Dentro do clube não estamos aqui para falar de política, mas de futebol. Temos esperança que seja um ano bom para brigar por títulos, brigar no alto. Fora de campo, já estão se matando demais por política. Falo aqui que, se você deixa de torcer para o seu time por questões políticas, você não é torcedor de verdade.”

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Por Explosão Tricolor

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