Diogo Bueno fala sobre as divergências com Abad, reforma nas Laranjeiras e fundo de investimentos; veja a íntegra da entrevista






Ex-vice de Finanças falou sobre o desgaste com Pedro Abad, reforma nas Laranjeiras e outros assuntos

Após o anúncio da debandada de cinco vice-presidentes da gestão Pedro Abad, ocorrido na última quinta-feira, o ex-vice de finanças, Diogo Bueno concedeu entrevista ao jornalista Caio Blois, do portal Globo Esporte.

Na entrevista, o ex-dirigente tricolor falou sobre as divergências com o presidente Pedro Abad, reforma nas Laranjeiras e a existência de uma proposta de fundo de investimentos.

Veja a íntegra da entrevista:

Divergências

Nós tivemos divergências conceituais de como tocar o clube, como fazer a gestão compartilhada. Foi uma sucessão de temas, e a gente achou que era uma voz dissonante no Conselho Diretor. Não estamos aqui para causar incômodos e nem atrapalhar ninguém. Desejamos que o clube seja tocado da maneira que o Abad quer. Queremos paz para o Fluminense seguir adiante.

Nós conversamos várias vezes sobre nossas insatisfações. Infelizmente ele não entendeu ou discordava de diversos pontos. A gente pleiteou diversas mudanças, e no fim, acabava não acontecendo. Decidimos deixar o cargo. Nunca estivemos lá por status ou por estar. As promessas da eleição de descentralizar o poder não foram cumpridas, infelizmente. Nós expusemos isso para ele. Abad é uma pessoa do bem – disse o ex-vice de finanças.

Sem apego às cadeiras

Não estávamos concordando com os rumos da gestão. O vice-geral do clube, Cacá Cardoso, um grande quadro para o Fluminense, grande advogado e muito bem relacionado, também renunciou ao cargo que foi eleito. É uma prova de que não temos apego às cadeiras, aos cargos. Apenas não conseguimos convencer o presidente, nesses 17 meses, a compartilhar de fato a gestão e a seguir alguns dos nossos pensamentos. Ele é o mandatário, e então, com serenidade, nos reunimos e decidimos romper. Não queremos brigas ou polêmicas.



Mudança de patamar

O Fluminense está pronto para mudar de patamar, é só levar adiante e executar os projetos. Nós fizemos vários planos que estão prontos na mesa dele e podem ser tocados. Coisas que vão transformar o clube: revitalização de Laranjeiras, venda da dívida para instituições financeiras, novos investidores internacionais e o plano traçado pela Ernst & Young.

Reforma nas Laranjeiras 

Sempre penso que o Fluminense tem projetos estruturantes: que vão transformar o clube. Laranjeiras é um ativo imobiliário, um estádio em uma área nobre. O Fluminense tem que gerar receita com aquilo. A minha defesa enfática é que se restaure o estádio e a sede, respeitando todos os órgãos competentes.

Esse é um assunto a ser tratado fora da política. É uma irresponsabilidade fazer diferente. O Abad autorizou um grupo de pessoas e eu puxei o barco para colocar o projeto para a frente. É a coisa mais importante para gerar novas receitas para o clube. Laranjeiras faz parte da história do Rio de Janeiro, do Brasil e da Seleção.

O projeto tem plantas desenvolvidas por arquitetos de alto gabarito. Fizemos consultas com órgãos e seguimos esperando a resposta deles. Está no prazo. Queremos os órgãos no nosso lado, não faremos nada de diferente: vamos revitalizar um acervo histórico e nacional. Temos um estádio, porque não usá-lo? É uma responsabilidade social do Flu com o Rio. Vamos buscar recursos fora do clube. É um estádio charmoso que faz parte da história do futebol brasieiro. Vou colocar todos os meus esforços para viabilizar o projeto. Conto com o Abad, que me disse seguir acreditando no nosso plano.

Finanças e Ernst & Young

Tem gente no clube que diz que é caro implementar o plano da Ernst & Young. Oito executivos ganhando menos de R$ 3 milhões não é caro. Caro é contratar jogador por preço e salário acima do mercado, acima do que produz. Caro é ter pessoas que não desempenham bem suas funções. Essa é uma boa desculpa para dar. Caro é não ter gente competente. Espero que ela não seja dada.

Eu acredito que o futebol brasileiro está igual ao futebol europeu na década de 90. O Fluminense está inserido nisso. Digo pela maneira como as instituições estão organizadas. Temos que contratar pessoas que sejam remuneradas para gerir o clube de maneira profissional. Assim o Conselho Diretor funcionaria como um Conselho de Administração, como nas grandes empresas. Cabe a nós estabelecer metas, regular, delegar funções e cobrar. Um dirigente não remunerado, por muitas vezes, não tem condições de fazer isso.

Fundo de Investimentos

O fundo está na mesa do presidente. Captamos os investidores. A diretoria tem divergências quanto às taxas, mas elas estão no mesmo nível que se cobra aos clubes mais solúveis do país. É uma taxa abaixo da média de financiamento de capital de giro, que é 1,97%. Tudo está aprovado. Imagino que o diretor financeiro esteja encaminhando a papelada para resolver. A Ferj prestou um trabalho espetacular ajudando o clube na negociação. Eu saio certo de que tudo está montado. Abad buscou uma outra instituição financeira, que também tem chances de dar certo.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte

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