Em sua coluna, Carlos Eduardo Mansur destaca certeza que o Fluminense obteve após a final do Carioca




Mansur



Através de sua coluna no Globo Esporte, Carlos Eduardo Mansur comentou sobre o título carioca conquistado pelo Fluminense em cima do Flamengo. O jornalista destacou que a decisão contra o Flamengo mostrou algo muito importante para Tricolor: a certeza de que o tricolor pode jogar mais. Confira o texto na íntegra:

“É natural que, para o torcedor tricolor, a taça de campeão carioca tenha sido o que o Fluminense levou de mais precioso da noite de sábado, no Maracanã. Mas olhando para o restante do ano, há algo fundamental que o desempenho dominante na decisão com o Flamengo pode oferecer: a certeza de que o tricolor pode jogar mais, pode ter repertório de jogo, pode se expressar com mais frequência.

Cabe pouca discussão sobre a importância do título neste momento da temporada. Este mesmo Fluminense já deixara escapar uma vantagem similar com uma atuação muito ruim diante do Olimpia, na Libertadores. Um novo desapontamento criaria um ambiente duríssimo para a sequência do ano, cercaria time e comissão técnica de dúvidas. O título, conquistado diante de um rival de investimento muito maior, naturalmente favorito, tem um evidente efeito moral.

Acontece que mais do que o resultado, a questão é a forma como ele foi obtido. A decisão do Maracanã indica outros caminhos a um Fluminense que chegou a ter sequência notável de vitórias neste início de temporada, mas não tinha desempenho compatível. Na final de sábado, mesmo em vantagem, jamais foi o time disposto apenas a resistir ao Flamengo: o Fluminense dominou o adversário por parte importante do jogo, limitou-se a defender a área apenas na segunda metade da etapa final, único momento em que um Flamengo desordenado em seu plano de emergência se instalou no campo ofensivo. Tudo o que faltou no Paraguai, por exemplo, apareceu no Maracanã. No jogo de ida, o plano defensivo funcionara bem, e o tricolor nem se colocara tão atrás. Mas produzira muito pouco com bola, em especial para um jogo em que terminou vencendo por 2 a 0. No sábado, foi claramente o melhor time em todos os aspectos do jogo. Teve momentos de posse, criou oportunidades e as negou ao Flamengo.

Durante muito tempo, a discussão era como o Fluminense conseguiria ser um time capaz de defender sua área sem se tornar inofensivo do outro lado do campo. Em outros jogos, como contra o Botafogo, na semifinal muito mal jogada pelo tricolor, ficou totalmente exposto quando resolveu atacar. Na decisão, apareceu o melhor Fluminense de 2022. Um time equilibrado.

A escolha por Ganso e Arias partindo dos lados do campo, pagou dividendos a Abel. Primeiro, porque a atuação de Ganso no primeiro tempo foi brilhante. O time conseguia reter a bola, permitia aos dois uma mobilidade para que se aproximassem, se associassem com André e Yago, volantes absolutamente dominantes no centro do campo. O Fluminense não vivia de espasmos, progredia em toques curtos, com jogadas articuladas. E o fazia explorando uma carência crônica do Flamengo. Um time que se parte sem bola, com três homens de frente desconectados, obrigando volantes a cobrirem um latifúndio de campo. E pior: como ataca sem mecanismos bem definidos, o Flamengo perde a bola despreparado para defender. Em especial pelo lado direito.

Foi por ali que Ganso e Arias combinaram para criar o lance do gol de Cano. Os meias do Fluminense estabeleciam sempre superioridade numérica e o time respirava com bola, por vezes criava. E, aliás, fora até cruel a forma como o tricolor sofrera o gol de Gabigol. Tão cobrado para não defender tão atrás, desta vez o Fluminense deixava o Flamengo desconfortável ao pressionar à frente. Mas levou o gol no único lance em que o rubro-negro tirou partido da situação: uma bola longa de Hugo, a casquinha de Bruno Henrique e a grande jogada de Arrascaeta, o melhor do Flamengo com alguma sobra.

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Por Explosão Tricolor

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