Entrevista coletiva completa do técnico Mano Menezes após o empate do Fluminense com o Criciúma
Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Mano Menezes após o empate do Fluminense em 0 a 0 com o Criciúma, na noite desta terça-feira, no Maracanã, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro:
Derrota para o Criciúma
“Tivemos quatro oportunidades, que isso ainda foi pouco para o volume que a gente teve. E o futebol é tão duro que quase levamos o gol. Encerramos a rodada ainda fora dos últimos quatro, vamos pensar em pontuar no próximo jogo. Vamos trabalhar para vencer porque os adversários estão tendo dificuldade contra todo mundo. Juventude teve dificuldade contra o Cuiabá, fez o gol na última bola. Os times estão organizados e cedendo pouco nesse momento da competição. Temos que fazer escolhas finais melhores para voltar a vencer. Estamos há cinco rodadas sem vencer e isso custa muito caro nessa hora.”
Situações físicas de Ganso e Keno
“Questões lombares são delicadas, diferentes para cada um, você precisa esperar um pouco. Às vezes acontece no jogo e em pouco tempo destrava, você leva uma outra condição para o jogo. Vamos esperar amanhã. Nosso departamento médico vai poder se posicionar melhor sobre isso (situação de Ganso). Eu agora não posso adiantar nada.
Keno tomou uma entrada no tornozelo, não sei se foi a da área ou se foi o lance do meio-campo que foi mais grave, eu acho que acumulou os dois, ele teve uma entorse, mas ele conseguiu suportar bem em relação a entorse. Ele saiu mesmo porque não tinha mais condições físicas de jogar, então acredito que esteja apto para estar domingo em Curitiba.”
Decisão de barrar Lima
“Não vou falar sobre jogador que não iniciou. Não tem sentido. Treinador faz as escolhas que acha melhor para a equipe. No jogo passado, sofremos porque deixamos o meio-campo aberto. Na verdade, existe algumas opiniões mais fortes contra esse, contra aquele, mas o treinador escolhe o que é melhor para a equipe. Nosso melhor momento foi com dois volantes. Não é esse o problema. O problema é que o Criciúma se defendeu bem, como foi contra o Botafogo. É uma equipe que sabe o que quer fazer no jogo. Perdemos o Ganso, que foi para a gente ruim. Estava encontrando os espaços. Foi um jogo que sabíamos que seria tenso se o gol não saísse.”
Pressão em momento delicado
“O mais importante nessa hora é estar ao lado dos jogadores. O treinador assumir essa responsabilidade que é sua de comandar o momento difícil que a gente está passando. E o momento difícil requer poucos ajustes porque realmente não tem tempo para você fazer mais. E muita conversa. Conversa no sentido de mostrar coisas importantes. Então não conversa só para encher a história, contar a história. Mas é importante os jogadores sentirem a gente buscar a referência deles mesmos em outros momentos. Para saber que temos capacidade de fazer o que ainda está ao nosso alcance. É importante dizer. A rodada se encerra com o Fluminense estando ao seu alcance daquilo que precisa fazer.”
Excesso de cruzamentos na área
“Quando a gente faz o gol, você fala que a gente achou o gol, daí é injusto. Aí temos que ser justos com o jogo. A gente não achou, a gente cruzou a bola e fez um gol de cruzamento. Acho 44 cruzamentos uma demasia. Já falamos sobre esse assunto. Você geralmente, quando a gente tem dificuldade, você traz os cruzamentos que a equipe fez. É tão óbvio isso no futebol que todas as equipes cometem o mesmo equívoco, quando elas não encontram as soluções. Que devem, que querem encontrar, que entende, ela exagera no cruzamento da área, tá? Isso acontece com todo mundo.
Claro que é uma demasia, a gente fez hoje alguns cruzamentos de boa qualidade, um deles, trabalhamos essa semana para tentar achar no chão a bola. O Arias fez um cruzamento maravilhoso, acabou chegando uma fraçãozinha de segundo atrasado. É esse tipo de bola que acredito que tem a ver mais com a característica da nossa equipe. Óbvio que na segunda parte a gente cruzou sem qualidade, cruzou de qualquer jeito, isso não vai nos dar nada, mas eu entendo a ansiedade, o torcedor apressa o jogo, você se sente às vezes sem a solução para aquilo que você precisa ter no jogo e se opta pelo mais simples. É bem mais difícil fazer da maneira mais simples o gol e é por isso que a gente sai com zero a zero.”
Dificuldades no Campeonato Brasileiro
“Nós quando fomos encontrar algumas soluções, optamos por uma maneira mais simples da equipe jogar, isso deu certo num determinado momento, mas do outro lado as pessoas também têm muita competência, começam a analisar as suas dificuldades, tentam maximizar as suas dificuldades, tentam aproveitar as virtudes delas em cima dessas dificuldades que a gente tem. Aí a gente já não conseguiu resolver, por isso que nos jogos anteriores, menos um volante, mais um meia, para tentar resolver um pouco desse problema que a gente tem. O que na verdade precisamos encontrar as soluções que os outros encontram nessa hora.
Eu vejo times sendo campeões há vários anos e toda vez que o jogo fica duro faz um golzinho de bola parada, não faz? Nós também temos que fazer, a gente tem que tirar proveito dessa situação e temos ótimos cabeceadores. Falei sobre isso. Hoje não conseguimos melhorar tanto, trabalhamos para melhorar, mas todos encontram soluções nessa maneira, nos momentos de alto grau de dificuldade, nos momentos de tensão como esse. Nós também temos que achar o futebol mais vistoso, mais bonito, todos querem, mas essa hora não é a prioridade. A prioridade é pontuar e fazer vitórias.”
Mudanças durante a partida
“A questão de Serna foi porque Keno não tinha mais condições, eu acho que vocês todos viram, que o Keno não tinha mais condições de continuar. Então a gente colocou um jogador da posição, o mais próximo possível, para manter uma jogada de flanco, que estávamos levando vantagem ali, né? E a questão do Marquinhos é para ter um homem mais à frente. A partir de um determinado momento, eles fizeram duas linhas de quatro e dois atacantes centralizados.
Então não tinha mais um meia, nós não precisávamos mais de um volante naquela hora. O nosso também já estava com o cartão amarelo, era um pouco arriscado. Então baixei Renato com Lima para fazer um e um, um só para posicionar, fazer saída de bola e o outro se juntar aos homens da frente. E colocar Marquinhos, que é um homem que tem conclusão, que tem drible, que tem jogada, porque é o que você precisa naquela hora para tentar buscar o gol da vitória.”
Problemas físicos
“Pois é, a gente já teve dois jogos, dois dias a menos de recuperação em relação ao Criciúma, levamos a vantagem depois de ter jogado na sexta, que foi uma pequena vantagem porque conseguimos ter Arias de volta com dois dias após data FIFA, o que nos ajudou, mas em consequência tivemos dois dias a menos de recuperação e vamos ter menos em relação ao Athletico também.
Trabalhamos para ter o melhor da condição possível da equipe, eu acho que ela rendeu bem em termos físicos, respondeu o jogo, respondeu bem, já respondeu bem no jogo contra o Fortaleza, que é um adversário que exige muito, foi um dos jogos aí dos últimos mais intensos, então temos que passar por cima disso também, entender como se traça as estratégias para estar inteiro também nos últimos 30 minutos do jogo, porque é fundamental, senão o resultado escapa, e é isso que a gente vai fazer.”
Motivação na reta final
“Alguém me perguntou sobre motivação algumas rodadas atrás e eu disse que a gente não precisava de motivação externa, nada de fora, para representar o Fluminense, o seu torcedor, sua camisa e a alcunha de time de guerreiros. Os jogadores têm se empenhado ao máximo, eu não tenho reclamação em relação a eles, muito pelo contrário, é que o momento é difícil e a gente tem que ter a cabeça no lugar nessa hora para saber interpretar o que é uma coisa, o que é outra coisa. Conviver com as críticas porque elas são justas, quando você não faz resultado em sequência a crítica vai vir e você tem que conviver, saber conviver com ela, mas saber que independentemente disso você tem qualidade, tem condições de resolver os problemas que estão para serem resolvidos por nós, é o que a gente vai fazer.”
Dificuldade diante de retrancas
“Quando a gente enfrenta uma equipe com linhas mais baixas, geralmente você transmite que falta velocidade e intensidade ao jogo. É que você não consegue dar tanta velocidade e intensidade ao jogo, porque o adversário tira velocidade, você tem que ter paciência. Paciência não quer dizer morosidade, paciência quer dizer calma, no sentido de escolher os melhores caminhos, de fazer balanço para o lado para levar o adversário e se chegar no outro.
Acho que a equipe iniciou jogando bem, nesse aspecto jogando bem, trabalhando nos três corredores do jogo, encontrando espaços para chegar na frente, mas não dá para a gente querer mais do torcedor. A gente tem que ter consciência de em que situação estamos. Nós é que temos que ter maturidade, nós é que temos que entender como deve ser o. Torcedor vai fazer a parte dele, ele estava aí no Maracanã mesmo na dificuldade extrema que nós estamos atravessando. Ele colocou 40 mil pessoas no estádio, então a culpa não está do lado de lá.”
Críticas e poucos gols marcados
“Na questão quais as críticas que eu acho mais justas, eu acho que a equipe faz poucos gols. É necessário fazer gols para se vencer jogos, é necessário fazer gols para se pontuar. Eu acho que a gente fez poucos gols na temporada e acho que a nossa equipe tem dificuldade de encontrar o caminho que te aproxima mais do gol. A gente conclui pouco, com o volume que tem a gente conclui pouco, e a gente precisa melhorar essa condição urgente. Muitas vezes opta por uma metida de bola numa área fechada cheia de gente, às vezes você chuta a bola bate alguém entra, o futebol tem muitos caprichos, você tem que ser incisivo, você tem que incomodar o adversário, você tem que criar dificuldades para ele e eu acho que a gente pode melhorar isso.”
Próximo jogo contra o Athletico-PR
“Eu acho que o mais importante do futebol é você conhecer a si próprio, conhecendo, você terá condições de enfrentar as dificuldades que todos têm. É uma delas, não dá para separar, somos seres humanos, você olha para a tabela, você vai daqui a pouco criando algumas oportunidades, o gol não vem, essas coisas são naturais, elas vão estar aí. Nós temos que conviver com esse medo, com essa tensão, com tudo, e entregar um jogo que seja capaz de nos tirar dessa situação.”
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Agenda do Fluminense:
26/11 (terça-feira), às 19h – Fluminense x Criciúma – Maracanã, Rio de Janeiro/RJ
01/12 (domingo), às 18h30 – Athletico x Fluminense – Ligga Arena, Curitiba/PR
04/12 (a confirmar) – Fluminense x Cuiabá – Maracanã, Rio de Janeiro/RJ
08/12 (a confirmar) – Palmeiras x Fluminense – Allianz Parque, São Paulo/SP
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