Federação do Rio cobra dívida de R$ 324 mil, mas Fluminense contesta e nega




Rachados politicamente, Fluminense e Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) também podem ter contas pendentes a acertar no campo financeiro. A Ferj alega que o clube lhe deve R$ 324 mil oriundos do adiantamento das cotas de TV de 2015.

De um total de R$ 4,9 milhões que recebeu, este valor cobrado seria, segundo Cláudio Lopes, diretor financeiro da Ferj, um empréstimo extra para que o Tricolor saldasse dívidas com seu elenco. Lopes afirmou que o clube só teria direito a R$ 4,6 milhões, mas teve de pegar mais. As parcelas cobradas são de R$ 81 mil, de janeiro até abril. O clube nega.

Do lado tricolor, a diferença cobrada pela Ferj tem origem no que seria, para o clube, um erro tardio e oportunista. Para Dario Guagliardi, diretor financeiro clube, a conta feita pela Ferj subestima o contrato com a TV, que previa aumento de 20% mais um reajuste pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Gugliardi contestou o fato de o suposto erro não ter sido discutido à época da assinatura, em outubro de 2014.

— Na Ferj, eles pressionam e coagem pelo dinheiro — disse Peter Siemsen, presidente do Fluminense.

Leonardo Ferraz, diretor de relações institucionais da Ferj, pediu a quitação e ironizou a postura tricolor:

— Que perseguição é essa se você ainda ganha mais do que deveria?

Dívida reconhecida

Embora questione a suposta dívida referente ao adiantamento das cotas de televisão, um débito é admitido pelo Fluminense. Em seis jogos do Campeonato Estadual e em um da Copa do Brasil, o clube deve à Ferj R$ 208 mil. Os valores estão todos discriminados em notas de débitos da Federação, e que são assinadas por uma funcionária do próprio Fluminense.

— Reconhecemos e teremos de saldar esses prejuízos acumulados no Estadual — disse Dario Guagliardi, diretor financeiro do Tricolor.

Cláudio Lopes, que cuidadas finanças da Ferj, ressaltou que as dívidas não representam que as partidas tenham, necessariamente, sido deficitárias. A questão financeira, contudo, pode entrar em campo.

O clube tem até o dia 25 de março para saldar as dívidas. Caso não as salde, nova data será fixada. O clube foi informado que sanções previstas para devedores poderão ser aplicadas. Perda de mando de campo e suspensão liminar da competição poderão atingir os tricolores.

Por Leo Burlá / Extra