Fim do jejum de gols, autoavaliação, evolução do Fluminense e muito mais: leia a entrevista coletiva de Nenê




Foto: Reprodução / FluTV



Meia-atacante concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira

Autor dos dois gols do Fluminense na vitória por 2 a 1 sobre o Internacional, na noite do último domingo (16), o meia-atacante Nenê concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (17), no CT Carlos José Castilho. O camisa 77 falou sobre o seu posicionamento em campo, fim do jejum de gols, críticas da torcida, possível renovação de contrato, evolução da equipe e muito mais. Confira abaixo todas as respostas do jogador:

Fim do jejum de gols

“Quem não gosta de fazer gol? Mas não tinha essa ansiedade e preocupação a isso. Eu estava tentando ajudar o máximo possível com o que estava sendo proposto pelo Odair e também pude fazer os gols e tirar essa ansiedade da parte de vocês e da torcida, porque da minha parte não tinha. Não digo (que era um) jejum. Nós jogamos três finais do Carioca, dois amistosos e dois jogos do Brasileiro. Para um meia, é uma coisa totalmente normal. Vocês e a torcida às vezes se acostumam mal. Minha obrigação é dar assistência, os gols eram um plus. Não tenho preocupação nenhuma em relação a ter que fazer gol. O importante é ganhar. Se não ganharmos, fico bravo. A gente dá o melhor a cada jogo para ajudar o Fluminense.”

Autoavaliação

“Creio que estou muito bem. É muito cedo para falar em relação a momento. Teve quarentena, parada, Carioca, parou de novo. No geral acho positivo. Eu não estava fazendo gols, mas fisicamente estava bem, ajudando da maneira que a comissão vinha pedindo, nada diferente disso. Se eu não faço gol ou o Fluminense não ganha, vão sempre associar ao meu nome porque eu estava fazendo muitos gols antes da parada. É normal.”

Críticas da torcida

“Se eu não faço gol, dizem que estou rendendo pouco. Acho meio injusto. A gente tem que pensar no time. Essa questão de posicionamento era a maneira que o Odair estava encontrando do time ficar mais equilibrado defensivamente, para não tomarmos tantos contra-ataques. Começou nas finais do Carioca e deu certo.”

Posicionamento em campo

“Sabemos que minha posição sempre foi mais centralizada, mas também joguei muito tempo pela direita. É acertar um pouco mais na parte defensiva. Ontem, por exemplo, eu estava na ponta no começo do jogo, mas também tive um posicionamento mais centralizado na hora de defender. Isso me ajudou mais, porque nos dois outros jogos eu estava acompanhando demais os laterais e isso dificulta na hora de atacar, porque você já tem que fazer uma força extrema para ajudar os companheiros na hora de defender. E aí na hora do ataque você acaba ficando longe do gol, não podendo fazer uma jogada de definição, para dar um passe, fazer um gol. Para mim não tem problema nenhuma das duas posições. Mas o futebol brasileiro é muito imediatista. Um ou dois jogos já fica ruim. Mas eu estou tranquilo com relação a isso. O Odair decide isso, de acordo com qual adversário o Fluminense for pegar.”

Parte da torcida não é a favor da renovação

“Não sabia que pessoas eram contrárias. Estava vendo que muitos estavam pedindo para que eu renovasse. Parei de fazer gol, aí já é contrária (risos). É o futebol é incrível. Eu nem ligo para essas coisas. Tenho que realmente fazer o meu melhor, aproveitar o máximo enquanto eu puder estar atuando e atuando bem.

Acredito que eu tenha bastante tempo ainda de carreira, que eu possa estar jogando no mínimo mais uns dois, três anos no nível físico que estou. Não estou tendo problema nenhum, não estou tendo mais problemas do que os meninos de 20 anos, não estou correndo menos do que os meninos de 20 anos. Acho que o que vale não é o que está no RG, mas sim o que eu estou apresentando no dia a dia. Tem fisiologista hoje, tem tudo quanto é tipo de exame, de estatística… Os números estão aí. Você pode ver se meus números que estão menores do que têm 20 anos. Se tiver, eu paro, não renovo, não tem problema. Mas se não tiver e eu não tiver problema, não tiver com dor… E enquanto eu tiver ajudando, vou estar feliz, vou estar bem.

Não vai depender de mim se vão querer renovar ou não. A idade é no RG, isso para mim não está importando. O importante é a opinião da comissão, da diretoria, e o que estou fazendo no dia a dia. Cabe a eles decidirem. E se não renovar também, tranquilo. Vida que segue, futebol é assim mesmo. Mas não acredito nisso não (de não quererem a renovação) e não vai atrapalhar em nada se tiver que acontecer também.”

Clubes europeus de menor investimento, como o Atalanta, devem ser exemplos para o Fluminense?

“Com certeza. E vou até além: na final do Carioca, qual é a diferença entre o Flamengo e o Fluminense? Em termos de folha, de estrutura… Qual a diferença? A diferença é gigantesca. E a gente jogou de igual para igual, ganhou a Taça Rio. Os três jogos… O segundo poderíamos ter ganho, acabamos perdendo… É uma coisa que demonstra que o futebol coletivo está sendo mais importante a cada dia mais do que o jogador individual. Hoje em dia é muito mais difícil um jogador só fazer a diferença em todos os jogos. Com certeza vai fazer, mas não em todos os jogos. E é impossível uma peça só resolver o problema de um time inteiro. Acho que essa é a ideia. O nosso grupo é muito bom e se a gente tiver essa mentalidade, que juntos a gente possa fazer a diferença e surpreender muitos outros que tenham uma estrutura muito maior do que a nossa… Fazendo com que o time chegue em lugares que teoricamente no papel não deveria estar.”

Já sente um treinador dentro de campo pela experiência?

“Ainda não (risos). Tem que estudar muito ainda. Mas com certeza um assistente ali, um auxiliar… O que eu procuro sempre ser é esse exemplo de liderança para poder estar ajudando o time, os mais novos, ajustar, ajudar dentro de campo. É engraçado isso aí porque o Dulac tem poucos anos de diferença para mim, o Papito também. A gente até estava conversando sobre isso. Falei: “Você vai me ajudar que logo logo, quando eu parar, vou mudar de ideia, ser treinador”. Porque eu gosto bastante de estar ali, um ambiente gostoso, uma coisa que amo fazer. Não vou conseguir ficar longe. Mas ainda falta muito, muito para ser treinador (risos). Só um ajudante ali do auxiliar está ótimo.”

Evolução da equipe

“Estamos evoluindo a cada jogo. Nesse último jogo tivemos uma evolução ainda maior. Era isso que estávamos precisando. Melhoramos nessa parte ofensiva, era isso que estávamos precisando, na hora da última definição. Será um parâmetro bom. Não para manter, mas sempre para tentar melhorar. O Inter é um time que tem um enfrentamento muito forte defensivo. Pudemos frear isso. Estivemos muito compactos e concentrados em todas as fases do jogo.”

Importância da bola parada

“O gol que fizemos contra o Palmeiras foi através de uma bola parada. Um dos pênaltis de ontem se originou após uma falta que eu cobrei. Sempre podemos melhorar, mas não temos uma performance baixa nesse quesito. Temos esse poderio de jogadores que cabeceiam bem. Eu procuro colocar uma bola em uma posição difícil para o adversário. A gente vê que bolas paradas acabam fazendo a diferença em jogos, principalmente nos mais equilibrados.”

Objetivo do Fluminense no Brasileirão

“Eu acho nosso grupo muito qualificado. A gente sabe que vão ter muitos jogos neste ano, vai ser diferente, a gente vai jogar no Natal, Ano novo, vai começar outro ano… Então, realmente, a gente não pode pensar lá na frente, a gente tem que pensar jogo a jogo. Saber que cada jogo é uma final, como se fosse uma final de campeonato. Mas eu realmente acredito que o time possa estar entre os cinco, seis primeiros colocados. Se nós mantivermos a concentração, foco, intensidade, a gente sabe… Até porque os jogos estão muito mais equilibrados. Não tem jogo fora ou em casa praticamente. Não ter torcida, então, acho que a mentalidade vai ser uma coisa muito importante nesse ano, nesse campeonato.

Jogar sem torcida já é uma coisa ruim, e o time que conseguir manter esse nível de foco, concentração… Detalhe, né?! Do primeiro ao último minuto, eu acho que pode fazer realmente fazer a diferença. Nós demonstramos isso contra três times que vão brigar lá em cima, já nas finais do Carioca também, mostramos que se o coletivo estiver todo junto, a união que esse time tem, é como se fosse uma família. Aqui não tem qualquer tipo de problema no grupo. Pelo contrário. A gente tem um ambiente maravilhoso. É uma coisa que também ajuda a gente surpreender, porque ninguém espera que a gente vai estar entre os seis, oito primeiros colocados. E acredito que a gente possa surpreender muita gente se a gente conseguir manter esse nível de concentração e união.”

Calendário apertado

“Nos treinos com certeza a gente pode ajustar certos posicionamentos, mas a gente tem que recuperar para o próximo jogo. Não dá para você trabalhar isso no dia a dia do treino, se realmente você tem jogo a cada três dias… Dificulta. É na base também da conversa, ver o vídeos, “a gente poderia ter feito isso, essa posição poderia estar um pouco mais para cá, um pouquinho para lá…”. Isso o Odair tem bastante com a gente. Ele conversa bastante, nos indica e demonstra… Cada um recebe os vídeos com seus lances. Vai ter que ser assim na base da conversa e também nos jogos mesmo.”

Protocolo de segurança da CBF

“Está sendo uma confusão (risos). Acabou o jogo lá em Porto Alegre, chega à noite no hotel, já tem um pessoal esperando 11 horas da noite, para fazer o teste e ver se você vai poder jogar o próximo jogo. O jogo seguinte a mesma coisa. Hoje a gente chegou aqui e já tem um pessoal já fazendo os testes. Como eu falei, é uma coisa meio doida, mas a gente tem que priorizar a vida, a gente, o ser humano, para gente poder estar apto para poder fazer a nossa profissão.

É uma coisa que estamos sendo obrigados a fazer em prol da segurança de todos. Algo que a gente tem que se adaptar para o bem maior. Hora que sair a vacina sei lá se vai normalizar. Espero que sim. Foi uma coisa meio confusa, porque uma coisa tinha dado positivo, a contraprova negativa. E mandou e não mandou… Pode, não pode. E acabou pegando a gente de surpresa. Mas ainda bem que o Dulac estava preparado e nós sabíamos o que deveríamos fazer, como treinamos e tínhamos que pôr em prática dentro de campo. Graças a Deus, deu tudo certo.”

Amizade com Thiago Silva

“O Thiago é Fluminense. Está sempre acompanhando a gente, os jogos. Pegou mesmo (apelido de vovô), ele também fica zoando. Eu falo para ele dar uma segurada, mas levo na brincadeira. Se eu zoo para caramba, também tenho que aturar a zoação. Eu sou só uns anos mais velho que ele, mas sou mais velho, então tem que aceitar. Estou muito feliz por ele estar jogando muito bem, pelo PSG também, espero que eles consigam conquistar essa Champions que o clube nunca conquistou em 50 anos de história. É um clube novo, mas que já vem merecendo há alguns anos. E esse ano eles têm totais condições. O time está muito unido e muito focado. Claro que tem um adversário difícil, o Bayern está muito bem, mas acredito que eles possam dar essa alegria aos torcedores.”

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Por Explosão Tricolor

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