‘’Fulminense’’: resposta ao diário Olé




Capa do Olé



Como consumidor de jornalismo esportivo, gosto do diário Olé. É uma espécie de tango satírico. Gosto do estilo. Lembro de uma reportagem anterior ao confronto entre Fluminense e River, antes da estreia de ambas as equipes na Libertadores 2021. Elogiando e enaltecendo os comandados de Gallardo, o diário argentino explorou todas as possibilidades semânticas possíveis e, em uma ótima reportagem, brincou com o nome da equipe de Buenos Aires. –O jogo do River flui como um Rio, é fulminante e fulminense. O Olé é um Borges e um Piazolla da notícia. No fundo, leitor, a paronomásia era também com o nosso nome.

A expressão ‘’fulminense’’ é uma clara e irônica referência aos filhos de Cox. Fluminense, todos nós sabemos, deriva etimologicamente da palavra latina flumen. Flumen significa Rio em latim. Não sou filólogo ou linguista, mas, em resumo leigo e simplista, Fluminense significa ‘’nascido no Rio’’. Eis o que eu queria dizer, amigos: nós somos o Fluminense, os nascidos no Rio. Os jornalistas argentinos, pelo menos aqueles que trabalham no diário Olé, sabem jogar com as palavras. E, ao que tudo indica, raros são os momentos da vida em que o jogo não serve de metáfora. No mesmo Rio entremos e não entramos…

E o jogo de volta? Não gosto de disputas desiguais. Exalto a vitória do Flu. Como filho de Cox e Guinle, herdeiro de uma moral superior e fidalga, fico feliz com a vitória Tricolor e, ao mesmo tempo, com a classificação do River. Pelo empenho, pela garra, os milionários mereceram a classificação. Com todos os problemas que tiveram nas últimas rodadas, o River Plate mostrou sua força e valor. Ao que parece, amigo leitor, não é tão fácil abater o maior campeão da argentina. Resistiram até o fim. Não parece ser o tipo de monstro que pode ser abatido com uma bala de prata. Mais um gole de Malbec e eu seria capaz de um trocadilho com a palavra ‘’prata’’…

Apesar da bravura, a moléstia parece ter influenciado o fluído jogo do oponente. Repito: não gosto de disputa desiguais. Torço pela pronta recuperação dos atletas, pois as grandes competições exigem a presença das grandes e prodigiosas equipes. Para Flu e River, a partir de agora, faltam 7 jogos para a glória eterna. Ao River desejo saúde. Ao Amado Tricolor que tome o primeiro tempo como referência, como padrão para crescer e avançar na Libertadores 2021. As críticas ao treinador Roger Machado eram justas e, ao que parece, o futebol jogado na primeira etapa pode ser a saída para o Time de Guerreiros. 

Além de toda a emoção, do suspense futebolístico, eu gostaria de listar e celebrar alguns fatos e atletas: Começo pelos dois primeiros gols. Não só pelos gols, contudo, pelas jogadas. E o Fred? Fred não marcou, mas foi o melhor em campo. Foram duas magistrais assistências do ídolo. E o Caio Paulista, torcedor? Outra vez o artilheiro dos gols imaginários foi importante e deixou o dele. O Fluminense é um rio que precisa desaguar no oceano da Glória Eterna! Que a torrente do destino conduza a equipe Tricolor. Que o regato triste, imagem do futebol Pó de Arroz nas últimas partidas, cresça em força e volume. O Flu é um Ganges, um Amazonas, um Tigres, um Eufrates…

– O verdadeiro Rio é o Fluminense! 

Teixeira Mendes